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EXPLOSÃO

TikTok ameaça domínio de plataformas sociais dos Estados Unidos

Em só dois anos e três meses de vida, os números da plataforma de vídeos curtos e bobos TikTok são monstruosos. Resultado da junção de dois aplicativos chineses e voltado ao mercado internacional, ele acaba de atingir 1,5 bilhão de downloads na App St

Imagem ilustrativa da notícia TikTok
ameaça domínio de plataformas sociais dos Estados Unidos camera Reprodução

Em só dois anos e três meses de vida, os números da plataforma de vídeos curtos e bobos TikTok são monstruosos. Resultado da junção de dois aplicativos chineses e voltado ao mercado internacional, ele acaba de atingir 1,5 bilhão de downloads na App Store e no Google Play -as lojas de conteúdo para iPhones e para celulares Android, respectivamente-, de acordo com a empresa de análise Sensor Tower.

Fechou o ano passado como o quarto aplicativo mais baixado no ano, na tradicional lista da empresa de análise App Annie. Deixou para trás, em quinto, o Instagram.

Com crescimento explosivo nos Estados Unidos, a rede social acabou sendo a grande responsável pelo alcance viral de "Old Town Road", segundo o próprio rapper Lil Nas X, para quem o TikTok "mudou a vida". Um vídeo com a música encabeçou a lista dos dez artistas "top" do TikTok, recém-divulgada, seguido de Mariah Carey.

Os americanos Facebook, dono do Instagram, e Google, do YouTube, vêm procurando enfrentar a ascensão do aplicativo chinês de diferentes maneiras. Meses atrás, por exemplo, o Google estudou comprar o Firework, um clone do TikTok, mas acabou desistindo.

O Facebook, que já havia tentado comprar um dos aplicativos que originaram o TikTok, o Musical.ly, de Xangai, partiu para os clones, como já havia feito com sucesso contra o Snapchat. Há um ano, lançou o aplicativo Lasso, sem maior impacto.

Há dois meses, começou a testar uma ferramenta em tudo semelhante ao TikTok no Instagram, por enquanto num único mercado, o Brasil. Por aqui, ela se chama Cenas. Nos Estados Unidos, será Reels.

Questionado, Rodrigo Barbosa, "community manager" do TikTok, comenta que "a clonagem é testemunho do nosso sucesso". Mas Mark Zuckerberg, fundador e presidente-executivo do Facebook, passou a criticar também na esfera política o seu mais novo concorrente.

Em pronunciamento feito em Washington, cercado de bandeiras americanas, ele afirmou que "o TikTok, o aplicativo chinês que está crescendo rapidamente ao redor do mundo, censura protestos", ao contrário dos seus aplicativos. "É essa a internet que queremos?", perguntou retoricamente.

O lobby parece ter sensibilizado a Casa Branca, em meio à guerra comercial com a China, e o Pentágono acaba de proibir os militares americanos de baixar o aplicativo em seus celulares, alegando risco de segurança. Também foi aberta uma investigação de "segurança nacional".

"O TikTok cumpre rigorosamente as leis e regulamentos em todos os mercados em que operamos", responde Barbosa, dizendo que segurança e privacidade são a "principal prioridade" do grupo chinês.

Na competição mundial crescente com Facebook e Google, não se trata só de audiência digital, mas de um ataque à própria fonte de receita do chamado duopólio.

No meio do ano passado, enquanto "Old Town Road" viralizava pelo mundo, a ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, contratou Blake Chandlee, que comandou por uma década a área de publicidade e parcerias do Facebook, para fazer o mesmo em sua plataforma.

Ele já teria obtido algum sucesso, atraindo marcas como Nike e parcerias com veículos como o Washington Post, mas a ferramenta de publicidade do TikTok ainda está em desenvolvimento.

Também prossegue a corrida paralela por tecnologia. Entre as funcionalidades já presentes no TikTok, mas ainda mantidas em segredo, está uma de inteligência artificial que permite inserir o rosto do usuário em qualquer vídeo.

Pelo que indica um áudio vazado do próprio Zuckerberg em reunião interna, uma das razões para iniciar os testes com o Instagram Cenas pela América Latina é que se trata de uma região em que o TikTok "ainda não é grande".

De fato, a plataforma ainda não tem um caso de sucesso como Lil Nas X para apresentar no Brasil. Seu maior nome local é um influenciador de 20 anos, Luis Mariz, que soma 4,3 milhões de fãs no TikTok.

Mas Barbosa garante que o país não está ficando para trás, entre os 150 que têm hoje acesso à plataforma. "Embora Estados Unidos e Índia tenham experimentado um crescimento notável, o mesmo ocorre com outros mercados, como a América Latina, especialmente o Brasil", diz. Acrescenta porém que, "como empresa privada, o TikTok não divulga dados ou informações relacionadas a crescimento".

Dados da empresa de análise Priori Data apontavam que, no início do ano passado, quando a plataforma somava 500 milhões de usuários ativos por mês -hoje está em 1 bilhão–, o Brasil tinha perto de 20 milhões.

A exemplo da plataforma chinesa do TikTok, chamada Douyin, a brasileira vem procurando se tornar incubadora de artistas. No fim do ano, reuniu num evento os seus "top creators", como chama, para anunciar novas funcionalidades no aplicativo.

Destacou nomes como a cantora Giulia Be e a atriz Thatty Ferreira, esta com 2,5 milhões de fãs no TikTok e que falou sobre como "os caminhos profissionais se abriram" para ela, como as marcas passaram a procurar por ela.

No rastro do êxito global do TikTok, a ByteDance começou a testar um streaming de música para concorrer mundialmente com Spotify e Apple Music, que denominou Resso.

Ele saiu em versão Beta na Índia e na Indonésia, depois de fechar parceria com o indiano T-Series, gigante musical que tem o maior canal do YouTube no mundo, com 123 milhões de inscritos. O brasileiro KondZilla aparece em sexto lugar, com 54 milhões.

No Brasil, o Resso também já está disponível em versão Beta no Google Play, mas por enquanto só para convidados.

Raio-X do TikTok

O que é

Rede social para criar e compartilhar vídeos de até 15 segundos, acompanhados de músicas. Em geral, o teor é simples e superficial, para não dizer bobo

Alcance

Lançado em setembro de 2017, alcança 150 países e 75 línguas

Perfil dos usuários

Nos Estados Unidos, 60% dos usuários ativos têm entre 16 e 24 anos de idade

1 bilhão

De usuários ativos por mês

1,5 bilhão

De downloads do aplicativo

Músicos mais populares

Lil Nas X, que bateu o recorde de semanas consecutivas com uma canção no número um da Billboard, além de Mariah Carey, Lizzo, Stunna Girl e Blanco Brown estão entre os artistas musicais mais visualizados da plataforma de origem chinesa no mundo todo

Celebridades mais populares

Os atores Will Smith, Dwayne Johnson, Howie Mandel, Terry Crews e Arnold Schwarzenegger também fazem sucesso na rede social

Outras redes

O TikTok foi o quarto aplicativo para celulares, tanto iPhone quanto de sistema Android, mais baixado do ano passado em todo o mundo. Antes dele aparecem Messenger, Facebook e WhatsApp, respectivamente -o quinto lugar ficou com o Instagram

Fontes: Sensor Tower, App Annie e ByteDance

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