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ENTREVISTA

Vavá Martins fala em parceria com outras cidades e em governo sustentável

Atual deputado federal, Vavá Martins diz que, para ele, ser prefeito é uma missão. Entre suas propostas estão a de investir em saneamento, melhorar o transporte público, além de abrir o que chama de “caixa-preta” do BRT

Imagem ilustrativa da notícia Vavá Martins fala em parceria com outras cidades e em governo sustentável camera O candidato é ligado às causas sociais. | Celso Rodrigues/Diário do Pará

Nascido na cidade de Pelotas (RS), o deputado federal Vavá Martins (Republicanos), 38, começou a trabalhar aos 13 anos de idade vendendo picolé para ajudar no sustento da família. Casado com Débora Martins há 18 anos, é missionário e formado em gestão pública e pós-graduado em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Acabou se tornando radialista e apresentador de TV.

Ligado às causas sociais, o deputado esteve à frente de vários projetos voltados a pessoas em situação de vulnerabilidade social, além de desenvolver ações em defesa do meio ambiente e da melhoria das cidades.

Entrou na política em 2018, quando foi eleito deputado federal pelo Pará com 158.717 votos, o terceiro mais bem votado no Estado e o segundo mais votado em Belém. Idealizador do projeto “Quem Ama Cuida”, já realizou a transformação em mais de 50 praças da cidade de Belém. Já como deputado federal, investiu em projetos voltados aos ribeirinhos, moradores das periferias e ilhas.

Protocolou na Câmara projetos voltados aos idosos, meio ambiente, geração de emprego e renda. Martins é o quarto candidato que disputa a Prefeitura de Belém a ser entrevistado pelo DIÁRIO pela ordem de sorteio definida pelas assessorias dos candidatos.

P: Por que você quer ser prefeito de Belém?

R Sou missionário e há muito tempo faço trabalhos na área social ajudando muitas famílias. De tanto ver os esgotos a céu aberto proliferando pela nossa cidade e o “apocalixo” que se instalou aqui, decidi me lançar como candidato a deputado federal a dois anos e agora a prefeito. Quero trabalhar e ter a oportunidade de mostrar que os que moram em Belém podem ter uma vida melhor, com mais dignidade e qualidade de vida. Hoje vemos nossa cidade suja, abandonada, desprezada, com pessoas doentes para todos os lados. Tenho como missão de vida cuidar das pessoas e vejo hoje que com um mandato posso cuidar muito mais da nossa população. Ser prefeito hoje para mim, como disse, é uma missão.

P: O senhor fala em “apocalixo” e a coleta e destinação precária de resíduos sólidos em Belém foi um dos grandes problemas enfrentados pela nossa população nos últimos 8 anos e que resultou na judicialização do processo. A Justiça determinou que o Aterro Sanitário de Marituba encerre suas atividades em maio que vem... Como enfrentar esse grave problema?

R Vamos trabalhar em três frentes. A primeira delas é formalizar um consórcio integrado entre as prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba que são as que mais geram lixo hoje na região metropolitana. Esse consórcio terá que obrigar a empresa a cumprir todos os seus deveres e não apenas gozar de privilégios como ocorre hoje, fazendo com que exista em Belém uma máfia do lixo que sustenta o luxo de poucos enquanto que a nossa população sofre e adoece em razão e problemas decorrentes do lixo acumulado. Hoje a terceira maior causa de internações em Belém são doenças infecciosas e parasitárias provenientes do lixo e do esgoto a céu aberto. A segunda frente que abriremos é a instalação de 8 ecopontos de descarte de lixo em todo os 8 distritos de Belém resultante da coleta seletiva. A terceira frente será a implementação do programa “Troca do Bem”, que consiste em trocar 4 quilos de material reciclável por 1 quilo de legumes, frutas e verduras a cada 15 dias. Há 30 anos atrás o prefeito Jaime Lerner implantou esse sistema na cidade de Curitiba e deu certo. Compraremos 30% da produção da agricultura familiar gerando emprego e renda para esse setor, favorecendo a criação e um cinturão verde nas ilhas ao redor de Belém. Hoje pagamos 120 reais para enterrar uma tonelada de lixo no aterro sanitário de Marituba. Se eu pegasse esse dinheiro e destinasse para cada uma das 17 cooperativas de Belém, poderia aumentar esse valor para R$ 1,2 mil e criar creches, escolas, asfalto, alimentação, etc.

P: Qual será seu primeiro ato assim que tomar posse caso seja eleito?

R Meu primeiro ato como prefeito será encaminhar para a Câmara Municipal de Belém um Projeto de Lei obrigando que as empresas de ônibus coloquem ar-condicionado em 30% da frota que circula na cidade. Para isso faço um alerta para a população: fique atenta em quais vereadores vai eleger, já que nessa legislatura muitos atrapalharam e impediram essa iniciativa. Também vamos abrir a caixa-preta do BRT em Belém e expor o que de fato aconteceu para toda a sociedade de Belém. Essa obra perpassou por duas gestões e até hoje não foi concluída. Foram gastos milhões e milhões nessa obra e cadê o dinheiro? Ninguém sabe... É uma obra que impacta toda a nossa cidade, que impede que o jovem que mora em Mosqueiro se desloque diariamente para cá para estudar ou trabalhar. Vou mostrar o rombo milionário que envolve essa obra, até porque alguns já falam até em expandir o BRT. Primeiro tem que acabar o que começou para só depois pensar em expansão.

P: Em seu programa eleitoral o senhor bate muito no problema do transporte público urbano afirmando que caso seja eleito, resolverá a questão dos ônibus sujos e sucateados...

R Exatamente. Hoje as empresas compram ônibus usados e sucateados, dão uma pintura e botam para rodar aqui em Belém como se fossem novos. Como disse o primeiro passo será iniciar a refrigeração da frota, mas como acabei de dizer as pessoas têm que perguntar para os vereadores que elegeram se são contra ou a favor da melhoria do nosso transporte público. Temos que eleger vereadores comprometidos com essa causa porque será na Câmara Municipal que o projeto pode ser aprovado ou rejeitado.

P: Quais as principais carências da cidade e que você pretende atacar no primeiro ano de governo?

R Sem dúvida vou resolver o problema do esgoto. Na Câmara Federal eu votei a favor no novo Marco Regulatório do Saneamento Básico para o nosso país. As pessoas vivem hoje dentro do esgoto na nossa cidade e muitas morrem por causa de problemas gerados pelo esgoto. Vamos trabalhar para sanear Belém. Vamos abrir concessões de 15 a 20 anos, sem aumentar o custo do fornecimento de água na nossa cidade. Hoje perdemos 40% da nossa água encanada porque toda a empresa que pertence ao município é sucateada. Com a concessão o serviço melhora e o desperdício é contido.

P: O senhor também tem projetos que beneficiam moradores das ilhas envolvendo fossas sépticas e hortas escolares. Como pretende ampliá-los caso seja eleito?

R Como deputado federal tenho feito parcerias com órgãos federais e temos implantado fossas sépticas em várias casas da região das ilhas e sistema de captação das chuvas. Temos hoje 39 ilhas e é ilusão achar que o esgoto tratado vai chegar em todos esses locais. O que temos de fazer é descentralizar esse atendimento, fornecendo esgoto tratado e água potável e qualidade e isso já faço nas ilhas, como em Cotijuba. Como prefeito vamos ampliar ainda mais esse programa não apenas nas ilhas mas nas regiões mais carentes da cidade, em parceria com entidades como Embrapa, Emater, IFPA e Ufra, como é feito hoje.

P: Fale um pouco do seu projeto “Quem Ama Cuida”, voltado para as praças em Belém.

R Como já disse sou missionário e um dos trabalhos da minha vida é cuidar das pessoas e faço um trabalho de ressocialização com jovens dependentes químicos. Tenho muita experiência nessa área porque eu consumia drogas até os 16 anos quando encontrei Deus e ele me colocou no rumo certo da minha vida. O “Quem Ama Cuida” revitalizou 53 praças em Belém. E isso quando eu estava sem mandato. O projeto é bem interessante porque todo o trabalho das pessoas é voluntário e por adesão. Trabalhamos através da conscientização e por mobilização das comunidades através das redes sociais. Vamos uma semana antes, vemos os problemas que a praça apresenta e fazemos a mobilização virtual. Em seguida pegamos o líder comunitário da região, que ajuda na mobilização. Aí vamos ao local e fazemos a poda da grama, pintura de estruturas, limpeza, plantamos árvores, consertamos equipamentos, etc.

P: O senhor pretende criar a Secretaria Municipal de Defesa Social. Pretende trabalhar em parceria com o governo do Estado de que forma?

R A segurança municipal precisa ser integrada ao aparato do governo do Estado, dando toda a estrutura necessária ao agente de segurança. Vamos unir a Semob com a Guarda Municipal reduzindo o custo do serviço e melhorando a atividade prestada à população. Dentro da estrutura dessa nova secretaria haverá um observatório que vai olhar para a violência na nossa cidade nos mais diversos aspectos, envolvendo as minorias, mulheres abusadas física e emocionalmente, negros, crianças e trabalhar políticas de prevenção e combate a esse tipo de violência. Também queremos criar um espaço colaborativo para ressocializar as mulheres agredidas com vários cursos de capacitação.

P: Belém, assim como centenas de cidades brasileiras passou por um caos na área da saúde, com estrangulamento do sistema, dinheiro mal aplicado, unidades municipais fechadas por má gestão e muitas pessoas mortas. A pandemia expôs um caos que há anos existe no sistema na capital. Qual sua proposta para melhorar a saúde em nossa cidade?

R A questão principal é: Se não houver corrupção na saúde ela funciona. Se roubam milhões e milhões da saúde e o resultado é esse colapso que acompanhamos hoje. Vou equipar as UPAs como se deve, com mais médicos e aparelhos; criar o programa “Saúde Itinerante” e zerar a fila nas unidades de saúde. Vamos fazer ainda no primeiro ano de gestão um grande mutirão de cirurgias em várias áreas, envolvendo hospitais privados, tudo bancado pelo município. Um dos principais projetos que precisamos implantar é o “Saúde na palma da mão”, onde o usuário poderá marcar suas consultas virtualmente acabando com as filas de marcação e consultas.

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