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CANDIDATOS

“Belém avançou muito nos últimos anos [na área da saúde]”, diz Thiago Araújo

Pela primeira vez aspirando a um cargo executivo, o candidato do Cidadania, que é escolhido por Zenaldo Coutinho, fala da família política e propostas de campanha

Imagem ilustrativa da notícia “Belém avançou muito nos últimos anos [na área da saúde]”, diz Thiago Araújo camera Thiago Araújo se candidata pela primeira vez a um cargo executivo | Celso Rodrigues

Pela ordem de sorteio, o terceiro candidato a apresentar suas propostas ao Grupo RBA é Thiago Araújo, candidato do Cidadania ao cargo máximo da gestão municipal. Esta é a primeira entrevista divulgada pelo DIÁRIO com os concorrentes, devido os dois anteriores Jair Lopes (PCO) e Mário Couto (PRTB), não participarem das entrevistas que seriam publicadas nos dias 22 e 23 de outubro.

Thiago, que já acumula dois mandatos na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), é iniciante na disputa por um cargo do Executivo e o mais novo de todos, com 28 anos. Ele iniciou a vida pública como vereador de Belém, sendo eleito em 2012, aos 20 anos de idade ainda pelo PPS, que em 2019 se transformaria em Cidadania. Interrompeu o mandato na metade para tentar o cargo de deputado estadual, em 2014. Candidato oficial do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), Thiago não se associa ao gestor tucano nem nas propagandas e nem no corpo a corpo para pedir voto durante a campanha. No entanto, ao mesmo tempo em que defende “avanços da atual gestão”, fala insistentemente sobre não mais permitir desvios de dinheiro público. Confira a entrevista.

Outros dois de seus oponentes também falam em nova política, e assim como senhor, tem idade inferior a ou até 40 anos. Porém, seu pai, Zeca Araújo, é conselheiro do TCM e tem uma história política bastante conhecida, seu partido reúne caciques advindos de outras siglas e embora em sua campanha o atual prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) não apareça, a costura foi para que sua candidatura seja apoiada pela atual gestão - tanto que sua vice é tucana. Fora a pouca idade, por que o senhor se considera representante da nova política?

R: Porque eu fui vereador de Belém, estou há dois mandatos como deputado estadual, e o que a sociedade espera da nova política é ética, transparência e honestidade. Não respondo a nenhum processo, nunca me envolvi em esquema de corrupção, em absolutamente nada equivocado - ao contrário. Sempre fui proativo em defender toda e qualquer investigação que fosse necessário, e continuo defendendo. Os políticos que não têm compromisso e que tentam a qualquer custo desviar recursos em benefício próprio, ou para o seu grupo prestam um desserviço absurdo para a sociedade. Me considero da nova política porque sou ético, sério e transparente. Você mencionou meu pai, de fato, um político do qual tenho muito orgulho. Uma trajetória como vereador, deputado, conselheiro, são mais de 28 anos de vida pública, e também não tem processo, não tem corrupção, não tem esquema. Então eu tenho orgulho da história dele. Sobre a questão das articulações político-partidárias, o meu partido, Cidadania, uma sigla ficha limpa reconhecida nacionalmente, buscou arcos de alianças que precisam ser feitas, seja para buscar tempo de propaganda na TV, seja para buscar mais formas de pensar a política e para buscar as pessoas que querem combater monopólio familiar pessoal, e aqueles que a qualquer custo tentam desconstruir a imagem alheia.

Seu programa de campanha fala em “ousado plano de desenvolvimento”, e em seguida, de iniciativas realistas e factíveis... Seria o Renda Belém um exemplo disso? Na prática, não seria algo mais assistencialista, já que fala apenas em estimular a formação?

R: Nosso plano econômico é bem moderno. Temos um percentual expressivo de 39% da população que sobrevive em situação de vulnerabilidade social, com algo em torno de meio salário mínimo por mês, pessoas em extrema dificuldade e necessidade. Em paralelo, 34% das pessoas de Belém trabalham na informalidade, querem qualidade de vida. Quando a gente cria o Renda Belém, um programa temporário de seis meses de auxílio de R$ 300 reais, linkado a todas às formações e capacitações profissionais que o município vai proporcionar, assim como com a inserção no mercado de trabalho. Não é assistencialista, e sim um programa de alavancagem social.

De que forma estimular geração de emprego e renda sem cair na armadilha da precarização disfarçada de empreendedorismo?

R: A gente não vai tratar de precarização de trabalho, a nossa proposta é automaticamente fortalecer tudo isso: os vínculos, a orientação, a capacitação, a formação, a educação financeira, a busca do microcrédito. Como o próprio trabalhador informal pode buscar o microcrédito para incentivar que o seu negócio possa evoluir. A gente quer fazer com que aquela pessoa que tem ideias, sonhos, vontade, quer trabalhar e não consegue em função da desigualdade social existente, chegar ao mecanismo de propulsão da sua vida, do seu negócio, e com apoio do município.

O Pará, e portanto Belém, tem sido negligenciada pelo Governo Federal em relação aos repasses de recursos por conta de questões políticas. Como o senhor lidaria com esses impasses?

R: Discordo que o Pará foi negligenciado pelo Governo Federal. O Pará recebeu mais de R$ 1,3 bi entre transferências oficiais e parcelamento de dívidas entre o Estado a União. Isso certamente fez com que nossa balança comercial permanecesse equilibrada, uma informação do próprio secretário de Estado da Fazenda. Em minha futura gestão eu vou manter relações de respeito, de cordialidade com todas as instituições, em função da instituição Prefeitura de Belém.

Quando se fala em meio ambiente aqui na capital não é possível dissociar da questão do saneamento básico. A gente inclusive teve um embate muito grande em relação aos resíduos sólidos. O senhor pretende rever essa questão?

R: É preciso ver a destinação final do lixo. Existe hoje um entrave jurídico tramitando no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA) sobre a questão do aterro sanitário de Marituba. Até o início do ano que vem há uma determinação de funcionamento mas existe também uma ampla possibilidade sendo discutida dentro do Judiciário da prorrogação do funcionamento ainda em função da necessidade de buscar uma alternativa viável para esse descarte. A gente vai enfrentar esse problema de maneira muito incisiva e muito afirmativa, inclusive fortalecendo a Educação, mostrando para a população a necessidade de diminuir a quantidade de lixo produzido por nós. Vamos fortalecer as cooperativas, e por consequência a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, transformando-o em alternativas de geração de renda aos cooperados de renda.

Candidato, quando a gente fala de saúde municipal não tem como não lembrar da situação entre abril e maio, com PSMs e UPAs fechando praticamente as portas por falta de capacidade, de médicos. O senhor pensa em melhorar o atendimento ou criar mais infraestrutura?

R: Primeiro a gente vai fortalecer a Atenção Básica, que é o trabalho preventivo a fim de evitar o agravamento de algumas doenças. Hoje Belém tem cerca de 126 equipes de Saúde da Família, queremos duplicar esse quantitativo nos próximos quatro anos, para que se gaste menos no futuro com média e alta complexidade. Em paralelo, vamos levar mais médicos especializados para dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para dentro dos prontos-socorros municipais (PSMs) e para dentro das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Belém avançou muito nos últimos anos, passamos de uma UPA para cinco, dois PSMs reformados e ampliados, hospitais de retaguarda, como o Dom Zico e o Hospital Geral de Mosqueiro, unidades hospitalares boas, com estrutura, capacidade, e tudo isso gente vai reformando, ampliando, trazendo mais serviço especializado e acelerando a espera por exames laboratoriais. E buscar por parcerias verdadeiras. Uso esse termo porque no caso da pandemia a gente viu, infelizmente o Sistema de Regulação do Estado não abrindo as portas para as unidades municipais para incluir seus pacientes já agravados. Isso é um absurdo, uma instituição tem que respeitar. Na minha gestão, a Prefeitura vai ter que ser parceira de todo e qualquer ente que traz benefícios para a sociedade.

Na mobilidade urbana? Qual o maior problema e de que maneira o senhor pretende resolver? Ar condicionado nos ônibus é viável?

R: Vamos licitar o transporte coletivo, garantindo segurança jurídica para o operador do sistema. Sem isso ele não faz planejamento de investimento na sua frota de curto, médio e longo prazo. Acabam os ônibus ficando defasados, a prestação do serviço acaba não sendo com excelência, e isso vai ter que ser remodelado. Com a licitação a gente muda inclusive o formato que hoje existe em Belém de mobilidade. Hoje a gente tem um sistema chamado “espinha de peixe”. Nele, você sai hoje de Outeiro em uma linha até o Ver-o-Peso. Você sai da Sacramenta até o Ver-o-Peso. Com o transporte público licitado, poderemos ter um sistema de mobilidade interligado. A gente precisa licitar, porque as quatro estações de integração - Maracacuera, Tapanã, Mangueirão e São Brás - estão feitas, acho que uns 30 terminais de embarque e desembarque também estão feitos nas avenidas Augusto Montenegro e Almirante Barroso. A atual gestão vai deixar em caixa cerca de R$ 148 milhões para investimento do BRT Centenário, um corredor expresso ligando Augusto Montenegro, Almirante Barroso, através da Pedro Álvares Cabral até a Doca de Souza Franco, voltando pela senador Lemos, também desafogando automaticamente a quantidade de um ônibus trafegando nas vias. Em relação às condições dos veículos, na própria licitação que está sendo debatida a frota tem que ser renovada, e com essa renovação, 20% já vem com ar-condicionado sem aumento tarifário.

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