Além da programação cultural capitaneada pela família e artistas, o ano de 2020 também foi instituto pelo Governo do Pará como o “Ano Cultural Ruy Barata”, após iniciativa da deputada Marinor Brito (PSOL) aprovada na Assembleia Legislativa do Pará. Também devido à situação atual, todas as celebrações oficiais chanceladas pelo “Ano Cultural Ruy Barata” foram adiadas.
“O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), reconhece o legado imenso deixado pelo poeta, advogado, escritor e compositor paraense Ruy Barata, permanentemente homenageado no Parque da Residência, no canto Paranatinga, e em várias programações e eventos realizados durante a atual gestão”, diz nota oficial da Secult, citando a realização, já no ano passado, do espetáculo “99, quase 100 de Ruy Barata”, que uniu s cantoras Andréa Pinheiro e Renata Del Pinho fazendo uma retrospectiva da produção musical do homenageado e de seus parceiros, especialmente o filho Paulo André Barata.
A Secult também diz que para este ano estavam previstas, por parte do Governo do Estado, homenagens na “Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes”; patrocínio da nova edição da obra “Anjos do Abismo”, livro de estreia de Ruy, lançado em 1943; e “uma grande programação para celebrar o centenário de Barata, mas devido o cenário atual, provocado pela pandemia, precisaram ser adiados”. “Em breve, o Governo do Estado, por meio da Secult, prestará a homenagem justa e merecida”, assegura.
A seguir, algumas frases ditas sobre o poeta ao longo da história
"Ruy Guilherme Paranatinga Barata é a voz que ninguém silenciará” Lilia Chaves, professora e doutora em Literatura
"Ruy era poeta em tempo integral, com direito à gratificação por dedicação exclusiva” Euclides Chembra Bandeira (1942-2000), jornalista, ator e escritor
Ruy Barata era verse maker, que produzia versos fortes, versos que a gente lê e nunca mais esquece. São pedras de toque” Pedro Galvão, poeta e publicitário
Ruy Barata, um raro poder da palavra (em fogo, em flor) a adensar-se numa solidária e generosa visão do mundo. Poucos, pouquíssimos poetas são, ou na definição de Paul Valéry, podem, de verdade, sê–lo, e em qualquer língua” Acyr Castro (1934-2016), jornalista, escritor e crítico de cinema
O poeta Ruy Barata não se deixou impressionar pelas discussões bizantinas que suscitam o problema da palavra em si mesma, como o ser absoluto da poesia. Não lhes deu confiança, porque a questão não o afetava. Ele mantém com as palavras familiaridade de que necessita para traduzir as suas vivências. Essa familiaridade é um fato. Não é o poeta que serve as palavras; elas é que o servem” Benedito Nunes (1929-2011), professor, filósofo, crítico literário e escritor brasileiro.
Ruy Barata é, sem dúvida, um dos melhores letristas do Brasil. Sem perder o conteúdo emocional, suas letras têm sempre a palavra exata e a sonoridade condizente com a melodia. Ruy tornou grande o difícil oficio de letrar músicas” Paulo Sérgio Valle, letrista e compositor, atual presidente da União Brasileira de Compositores
Advogado, bem nascido e bem criado, podia ter ido para a França, sua segunda matriz cultural, e seguido uma carreira de playboy. Mas virou comunista, sem jamais deixa-se seduzir, entretanto, pelos dogmas catequéticos da seita. O que sempre causou confusão ou perplexidade entre seus severos acompanhantes: uma hora Ruy vinha com um discurso panfletário, outra hora deixava-se levar pelo mundanismo, a joie-de-vivre que é o sal da vida” Lúcio Flávio Pinto, sociólogo, jornalista e escritor.
Para homenageá-lo, o cantor e compositor Eduardo Dias gravou o vídeo com a poesia/música "Pauapixuna", que é um termo indígena da língua tupi-guarani que significa “aldeia dos negros”, localizada no município de Óbidos, no Oeste do Estado do Pará. Veja:
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