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PARÁ

Gastadores x Conscientes: como a 'Geração Z' lida com a grana?

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que quase metade, 47%, da “Geração Z”

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que quase metade, 47%, da “Geração Z” entrevistada, aquela turma dos nascidos entre 1995 e 2010 e que, portanto, tem, no máximo, 24 anos, não é muito organizada no quesito finanças.

As justificativas vão desde não saber fazer (19%), sentir preguiça (18%), não ter hábito ou disciplina (18%) ou não ter renda própria (16%). Por outro lado, 53% afirmam controlar receitas e despesa. Um dado curioso é que, apesar de bastante conectados, 26% ainda preferem o tradicional bloquinho de papel para organizar
o orçamento.

O educador financeiro Luís Paulo Mesquita aponta o número de jovens desempregados como um dos motivos para um percentual tão alto de jovens sem saber por onde começar a se organizar financeiramente. Ao mesmo tempo, reconhece que muitas empresas se preocupam com a situação financeira de seus empregados. Afinal, um colaborador endividado costuma perder o foco no trabalho e adoecer com frequência.

“Há muitos cursos de educação financeira gratuitos em aplicativos. Os jovens vivem conectados, mas a dependência dos pais e a falta de estímulos faz com que se tornem acomodados”, sugere. A iniciação na educação financeira desde cedo faz a pessoa aprender a lidar com os gastos, o que parece simples, mas pode fazer toda a diferença, mesmo a curto prazo. “Saber quanto se ganha e quanto se gasta é muito importante para o bom desempenho das economias pessoais. Você pode planejar e realizar sonhos, e isso exige paciência e perseverança”, pondera.

HÁBITOS

No entendimento do especialista, ao evitar problemas de endividamento, é possível criar hábitos saudáveis, como guardar e investir o dinheiro poupado. “As vantagens da educação financeira são inúmeras, inclusive criar uma reserva estratégica, que é quando se consegue guardar uma quantia que possa manter as contas de consumo em dia por um período de três, seis ou 12 meses”, destaca.

Para quem está com um saldo devedor, ele indica reduzir os gastos em pelo menos 20%, negociar o que está em atraso, quitando as dívidas menores uma de cada vez e sempre guardar um mínimo para urgências. “A educação financeira é o assunto do momento, e fundamental para quem pensa em crescer profissionalmente e financeiramente”, reforça Luís.

Assumidamente gastadeira quando o assunto é comer, Jéssica Oliveira, 24 anos, trabalha no mercado informal, e é com isso que consegue ajudar a dar conta das despesas em casa, com a família.

Ela também conta com cartão de crédito e é integralmente responsável pelo pagamento da fatura. “Vem só comida e Uber!”, diz, aos risos. Ainda sem planos de fazer uma poupança formal, ela quer agora guardar para, futuramente, poder morar só. “Sei me controlar quando devo, não gasto mais do que ganho ou do que posso”, garante.

O que dizem os jovens?

Ruan Vinente está na idade limite dessa geração. Ele tem um trabalho formal e um estágio acadêmico que lhe rende meio salário mínimo, vinculado à graduação em Arquitetura e Urbanismo. A grana que consegue juntar todo mês vai para a mensalidade da faculdade, que ele paga pela metade com a ajuda do benefício que tem do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), plano de saúde e contas de consumo do apartamento.

No ano passado, conseguiu guardar uma reserva e passou alguns dias de férias no Chile. “Eu geralmente junto dinheiro para essas coisas, viagens, compras. Tenho uma reserva para fazer um home office logo que me formar, com mesa, cadeira. Até preciso estabelecer uma meta de viagem para começar a juntar de novo”, explica.

Em uma agenda, ele anota todos os valores que entram em sua conta, a partir do dia 1º, e estabelece as despesas fixas e o que fazer com o que resta. “O que sobra fica para as eventualidades, comida, remédio, outras despesas. Previdência privada eu não tenho, porque até sobra um pouco, mas não ganho o suficiente ainda para juntar um pouco mais”, justifica.

Com a ajuda de aplicativos de celular, o jornalista Eduardo Laviano, 21, anota todo e cada real que gasta durante o mês - seja fazendo uma despesa razoável, seja ajudando algum vendedor que aparece no ônibus que ele pega. “Não é exagero, toda vez que a gente anota, a gente se questiona: eu precisava ter comprado mesmo isso?”, afirma.

Morando com os pais, ele não chega a participar das contas de consumo da casa, somente do que ele chama de “gastos da nova geração”: assinaturas de serviço de streaming para toda a família, como Netflix e Spotify. “Procuro dividir o que ganho da seguinte forma: 50% para despesas fixas, 30% para lazer e 20% eu guardo”, detalha ele, que trabalha como assessor de imprensa.

Cartão de crédito até tem, mas ele segura o uso o quanto pode. “Usar cartão é como pegar dinheiro emprestado. Então uso somente para compras a prazo de itens que não posso comprar à vista: TV, ar-condicionado, telefone. Não é para ir ali comer um lanche com os amigos”, pondera.

Os 20% que ele guarda, não ficam no cofrinho. Ele busca investimentos de baixo risco, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e variações de renda fixa.

“Às vezes guardo algum dinheiro em casa, o que é um erro, porque desacelera a economia. Dinheiro tem que estar em algum investimento. Ainda não pensei em previdência privada, mas do jeito que as coisas podem mudar, sei que vou precisar rever isso. Sou controlado, mas lidar com dinheiro pode ser frustrante, porque o fetiche consumista hoje é enorme e está em todo lugar, principalmente na internet”, reconhece.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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