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SABATINA NO SENADO

Zanin responde Moro sobre como julgar ações da Lava Jato

Indicado por Lula ao STF respondeu perguntas de antigo rival em sabatina do Senado

Imagem ilustrativa da notícia Zanin responde Moro sobre como julgar ações da Lava Jato camera Lula teve condenações anuladas porque o Supremo considerou parcial o ex-juiz Sergio Moro, a partir de um recurso apresentado por Zanin. | Reprodução

A esperada interação entre Cristiano Zanin, indicado por Lula (PT) ao STF (Supremo Tribunal Federal), e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) na sabatina do Senado nesta quarta-feira (21) girou em torno da possibilidade de o advogado julgar processos da Operação Lava Jato e ocorreu sem sobressaltos.

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O advogado disse que irá analisar caso a caso antes de se declarar impedido ou suspeito.

"Num passado recente, quase tudo o que funcionava em varas especializadas criminais muitas vezes recebia a etiqueta de Lava Jato. Isso não é para mim um critério para um controle jurídico, mas sim aquele que a lei prevê, que é analisar as partes e o conteúdo", afirmou.

"Uma vez identificada uma hipótese de impedimento e suspeição, não terei o menor problema em declarar o impedimento ou a suspeição e não participar do julgamento."

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Zanin e Moro têm rusgas desde que o advogado defendeu Lula na Lava Jato, da qual Moro era juiz.

Durante a sua carreira como advogado de Lula, Zanin ficou conhecido por questionar a imparcialidade dos juízes que julgavam as ações contra o presidente, muitas vezes apontando o que considerava serem relações suspeitas.

Lula teve condenações anuladas porque o Supremo considerou parcial o ex-juiz Sergio Moro, a partir de um recurso apresentado por Zanin.

Na sabatina, Moro afirmou a Zanin que faria perguntas duras, mas que não se tratava de questões pessoais. Ele pediu, por exemplo, que ele detalhasse a sua relação com o presidente Lula e se ele foi, de fato, padrinho de casamento do petista com Janja.

"[A proximidade] vai além da relação como advogado particular?", indagou. Moro também questionou se ele atuou na revisão do acordo de leniência da JBS como advogado e se, nesse caso, ele se daria por impedido em julgar a revisão de acordo de empresas na Operação Lava Jato.

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Ele respondeu a mesma coisa, que irá analisar possibilidades de impedimento e suspeição caso a caso.

Zanin afirmou que não foi padrinho de casamento de Lula, mas que preza pela relação que tem com o presidente construída ao longo dos últimos anos. Apontou, porém, que só esteve pessoalmente neste ano com o petista ao ser indicado para o Supremo, em local que estavam outros auxiliares de Lula.

"A minha relação tem esses contornos. Jamais vou negá-la. Ao contrário, sou grato ao presidente Lula por ter indicado o meu nome ao Supremo Tribunal Federal", disse.

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De acordo com a lei, um magistrado é impedido de julgar processos nos quais ele, seu cônjuge ou um parente tenham atuado —ele é sócio da esposa, Valeska Teixeira, em seu escritório. Na sabatina, ele disse que irá se declarar impedido nesses casos, de acordo com a lei.

A questão da suspeição é mais subjetiva. O juiz deve se declarar suspeito se, por exemplo, for amigo íntimo ou inimigo capital de uma das partes.

Moro quis saber, ainda, sobre como o indicado se manifestará, por exemplo, a respeito de descriminalização de drogas para consumo pessoal.

O indicado afirmou que, nesse caso, há um processo a ser julgado no STF e ele, se ele for aprovado, não pode se manifestar sobre isso, já que juízes não podem comentar sobre ações em tramitação.

Mas disse, porém, que a doutrina aponta que deve-se analisar se "é razoável determinada proibição para um caso concreto".

CONFIRA O EMBATE ENTRE ZANIN E MORO:

Zanin é amigo de Lula e advogou para ele em processos da Lava Jato, mas também tem um histórico de atuação como representante jurídico de grandes empresas e de outros políticos.

A proximidade com o presidente levantou críticas à indicação entre opositores e em círculos do mundo jurídico, mas o advogado tem a aprovação de ministros do STF e de grande parcela de políticos.

Ao longo da semana passada, o indicado de Lula fez um périplo pelos gabinetes do Senado para se aproximar dos parlamentares e angariar apoio mesmo entre evangélicos e opositores do atual governo.

No último dia 15, o senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) leu seu relatório sobre a indicação de Zanin, e afirmou que o advogado atende aos pré-requisitos para ocupar a vaga.

Veneziano ressaltou os artigos publicados e a carreira dele de 25 anos como advogado empresarial, internacional, na área de comunicação e eleitoral, além da "construção e manutenção de nossa jurisprudência constitucional, por meio da subscrição de várias Reclamações Constitucionais, a fim de velar pela autoridade das decisões da Suprema Corte".

A imagem de um garantista convicto conquistada nos embates com o Moro e outros integrantes da Lava Jato é um dos principais fatores que deixaram o governo Lula otimista para a aprovação fácil de Zanin no Senado.

Com parte dos senadores investigados e outra parte em busca de blindagem para evitar problemas judiciais, a avaliação é que a postura jurídica de observar com atenção o respeito às garantias dos investigados terá grande peso no voto da maioria dos parlamentares.

Na articulação para ser aprovado, o advogado contou com a ajuda de ministros do STF que têm boa relação com o mundo político, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e até dos indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a corte, como Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

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