No Brasil, duas vacinas estão disponíveis para realizar imunização da população. Com intervalos de tempos diferentes para a segunda dose, é necessário atenção para o período entre as doses e ainda para o tipo de imunizante tomado. Por exemplo, a Coronavac tem um intervalo de até 28 dias, já a Oxford/AstraZeneca é de três meses. Tudo porque são usadas como tecnologias distintas para as suas confecções.
Atualmente cerca de 16,5 mil pessoas já foram vacinadas de forma errada no país. O que significa que a primeira e segunda dose dos imunizantes foram tomados por fabricantes diferentes, de acordo com o Datasus, sistema de informações do Ministério da Saúde.
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Os dados mostram que 14.791 pessoas, tomaram uma dose da Oxford/AstraZeneca e em seguida outra da Coronavac. Já 1.735 pessoas, receberam a primeira dose da Coronavac e depois a vacina de Oxford/AstraZeneca.
A troca ocorreu em quase todo o Brasil, com exceção do Acre e do Rio Grande do Norte. . Santo André, em São Paulo, lidera o ranking nacional com 2.747 casos e cerca de 2.739 delas aconteceram em um único posto de vacinação, a UBS Espírito Santo.
Em cada quatro trocas de fabricantes está no estado de São Paulo, num total de 4.471 ocorrências. A cidade do Rio de Janeiro lidera as trocas de doses com 1.136 ocorrências, depois vem Goiânia, com 667 ocorrências e Brasília, com 520 casos.
O total de 16.526 pessoas foram afetadas por esse erro, significa que 7 em cada 10 trocas de fabricantes na vacina contra Covid-19 ocorreram em profissionais de saúde.
Vale lembrar, que tomar a misturar dois fabricantes é considerado um erro de imunização. "Quem tomou uma dose de um fabricante e outra dose de outro não tomou nenhuma dose completa da vacina", afirma a imunologista Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e membro dos comitês científico e clínico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
Em nota à Folha de São Paulo, o Ministério da Saúde afirmou que foi notificado sobre 481 ocorrências de aplicação de doses de fabricantes diferentes das vacinas da Covid-19. "A pasta esclarece que cabe aos estados e municípios o acompanhamento e monitoramento de possíveis eventos adversos a essas pessoas por, no mínimo, 30 dias."
O órgão, no entanto, não respondeu aos pedidos da reportagem por mais esclarecimentos quanto aos mais de 16,5 mil registros de intercâmbio de fabricantes de vacina encontrados no Datasus.
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