Bolsonaro tenta explicar declaração sobre governadores nordestinos: "tentam manipular eleitores"

Mesmo com o áudio e com as imagens, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) negou que tenha chamado os governadores dos estados da região nordeste de “paraíbas”, termo utilizado de maneira pejorativa, principalmente por cariocas, para se referir a pessoas do norte e nordeste do Brasil.

Bolsonaro rebateu críticas a sua fala onde menciona os governadores. Neste sábado (20), o chefe do Palácio do Planalto atribuiu as reações a “ideologia” e a “manipulação de eleitores”.

Ao deixar o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, para levar sua filha de 8 anos a uma aula de equitação, Bolsonaro comentou o assunto, dizendo que os jornalistas sentem “saudade do PT”. Jornalistas o questionaram se a declaração não poderia atrapalhar o segundo turno de votação da reforma da Previdência.

“Eles, os governadores, são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo por meio da desinformação manipular eleitores nordestinos”, retrucou o presidente. Bolsonaro ainda ponderou: “Eu fiz uma crítica ao governador do Maranhão e da Paraíba. Eles vivem esculhambando obras federais, que não são deles, são do povo.”

Nesta sexta-feira (19), o presidente disse que “dos governadores de Paraíba, o pior é esse do Maranhão”. A frase foi dita ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes do início de um café da manhã com jornalistas estrangeiros, e captada pelo áudio interno do local.

A declaração causou repúdio de grande parte dos brasileiros, inclusive dos governadores do nordeste, que exigem que o presidente se retrate. O governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que irá recorrer à Procuradoria Geral da República.