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OPINIÃO

Gerson: No Clube do Remo, a regularidade faz a diferença

Na atual temporada, Anderson Uchôa, Richard Franco e Pablo Robert estão sendo os destaques na criação das jogadas azulinas rumo ao gol adversário.

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Imagem ilustrativa da notícia Gerson: No Clube do Remo, a regularidade faz a diferença camera Volante do Clube do Remo, Anderson Uchôa, um dos destaques no clássico contra o Paysandu | Fernando Torres

Poucos jogadores no futebol do Pará ostentam o nível de regularidade do volante Anderson Uchoa. Isso vem desde sua passagem pelo PSC, há três anos, e se consolidou no Remo, onde atua há mais de duas temporadas. Não muda a maneira de atuar. É sempre discreto, objetivo e preciso.

Uma das principais características de Uchoa como primeiro volante é a qualidade do passe, que permite ao time fazer uma saída mais dinâmica e qualificada, abrindo caminho para transições eficientes.

É preciso observar que, no futebol atual, quase todas as bolas passam pelo volante, às vezes mais até do que pelos pés dos meias. O cenário exige que os volantes sejam cada vez mais certeiros nos passes. Deles depende, por exemplo, toda boa estratégia de contra-ataque.

Antes de Uchoa, o Remo teve uma dinastia de bons volantes, desde Elias Flor da Rocha nos anos 70/80, que teve em Agnaldo de Jesus um brilhante sucessor. Biro-Biro também vestiu a camisa azulina, em 1993. Serginho e Márcio Belém iniciaram a década de 2000. Depois disso, vários jogadores se revezaram na posição, sem maior destaque.

A tarefa prioritária é arrumar a casa lá atrás, cuidando da marcação e do primeiro combate. Quase todo volante faz isso, com maior ou menor eficiência, mas poucos conseguem complementar com a saída de bola, em toques rápidos e certeiros, fator decisivo para o equilíbrio de um time.

Desde que contratou Uchoa, tirando-o do rival, o Remo resolveu pontualmente o problema da cabeça-de-área. Através dele, os demais integrantes da meia-cancha ajustam-se rapidamente, como foi o caso do segundo volante Richard Franco e do meia-armador Pablo Roberto.

No sistema de jogo praticado sob o comando de Marcelo Cabo, o papel de Uchoa ganha ainda mais relevância, embora nem sempre isso fique visível aos olhos do torcedor. É dele a missão de imprimir velocidade à transição para o ataque, seja acionando Pablo ou os laterais Lucas e Leonan.

Graças a esse trabalho, o time raramente recorre ao sempre temerário expediente das bolas alongadas, cujo destino final nem sempre é o companheiro de time. Depois de muitos anos cobrando tiros de meta com aqueles chutões a esmo, o Remo valoriza a posse de bola desde o começo da jogada.

A eficiência do time é medida pela agilidade com que faz a bola atravessar o campo, de pé em pé, até alcançar as cercanias da área adversária. É, desde que o samba é samba, o melhor itinerário para chegar ao gol.

Arbitragem Fifa quase conseguiu estragar o clássico

Sob todos os pontos de vista, a escolha de Wilton Pereira Sampaio para comandar o Re-Pa de domingo era a mais recomendada. Árbitro brasileiro na Copa do Mundo, ele seria uma atração a mais no clássico, mas acabou realizando uma atuação complicada e polêmica. O excesso de cartões vermelhos foi justificado pelo comportamento dos atletas em campo, mas Wilton pecou quanto ao critério que utilizou.

Ao expulsar Diego Tavares, do Remo, por bater com o braço no rosto do bicolor Alex Matos, mostrou incoerência, pois aos 5 minutos do 2º tempo deixou de dar o segundo amarelo a Ricardinho pelo mesmo tipo de infração. Deu a impressão de que excluiu Tavares para compensar a expulsão de Genilson dois minutos antes.

Arbitragens que privilegiam a acomodação de interesses são sempre condenáveis. Velho aleijão do futebol no Brasil, a mania de compensar decisões é uma praga que até hoje não foi extinta.

Wilton ainda deixou de assinalar uma falta clara na entrada da área do PSC, na reta final do clássico. Paulinho Curuá tentou fintar Eltinho e o lateral tocou a bola com a mão, de frente para o árbitro, que mandou o jogo seguir.

Que Dyorgines Padovani de Andrade (ES), árbitro escolhido para dirigir amanhã o segundo Re-Pa das semifinais da Copa Verde, seja menos atrapalhado e consiga se fazer “invisível” em campo, como manda a boa e velha regra das arbitragens.

Baderneiros do Inter agridem adversários após derrota

A semifinal do Campeonato Gaúcho, na qual o Caxias eliminou o Internacional dentro do Beira-Rio, brindou os anais do futebol brasileiro com mais um festival de violência, covardia e ausência de fair play. Uma das cenas mais bizarras já vistas em estádios no Brasil foi a de um torcedor colorado com uma criança no colo, perseguindo e agredindo um jogador do Caxias pelas costas.

Todo esse desatino porque o time visitante avançou na série de pênaltis, por 5 a 4, e o time do Inter não se conformou com a comemoração dos adversários. Entendeu que havia provocação. A partir daí, começou a pancadaria em campo, com voadoras nos jogadores do Caxias e até uma cena de torcedores batendo através do alambrado.

Os atos criminosos incluíram tentativa de invasão do vestiário do Caxias, participação de torcedores e funcionários do Inter na baderna e um soco no jogador Wesley, que teve o nariz quebrado durante os tumultos.

O lado mais triste é que a impunidade quase sempre prevalece, principalmente depois que o episódio entra na zona cinzenta do esquecimento. Deplorável também constatar que muitos dos atletas que partiram, ensandecidos, para espancar companheiros de profissão buscavam fazer média com torcedores idiotizados, propagando um falso amor pela bandeira do clube.

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