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PARÁ

Em crise dentro e fora de campo, Paysandu reformula elenco e já desligou quatro jogadores

Até há poucos anos cantado em prosa e verso como exemplo de gestão a ser seguido, sobretudo no futebol da região Norte, o Paysandu enfrenta, hoje, “situação muito grave”, conforme revela seu presidente, Ricardo Gluck Paul. Sem fazer rodeios, o dirigente s

Até há poucos anos cantado em prosa e verso como exemplo de gestão a ser seguido, sobretudo no futebol da região Norte, o Paysandu enfrenta, hoje, “situação muito grave”, conforme revela seu presidente, Ricardo Gluck Paul. Sem fazer rodeios, o dirigente se queixa da falta de recursos nos cofres do clube, que, segundo explica, tem trazido dificuldades à sua administração. Gluck Paul garante que tem procurado jogar aberto com o torcedor, não ocultando a crise enfrentada pelo clube, segundo ele, agravada com a queda do time para a Série C do Brasileiro, em 2018, quando o dirigente era vice-presidente.

“Tenho procurado ser, desde o início de minha gestão, o mais transparente possível”, afirma Gluck Paul. “Não tenho me esquivado de nenhum tipo de pergunta, colocando a situação como ela realmente é”, diz. De acordo com o presidente, a crise não surgiu da noite para o dia. “Há muito que no Paysandu a gente atravessa de uma gestão para a outra com déficit, nunca com superávit”, revela. “Isso significa que temos sempre encerrado uma temporada gastando mais do que o arrecadado”, ratifica o dirigente.

Gluck Paul se sente o mais prejudicado da nova leva de presidentes, iniciada na gestão do extinto grupo Novos Rumos, cujo primeiro presidente foi o ex-jogador Vandick Lima, seguido por Alberto Maia e Sérgio Serra, que renunciou ao cargo, com o vice, Tony Couceiro, assumindo o comando do clube. “Dessa nova geração de presidentes, sou o primeiro que pega o clube numa Série C totalmente desprovido de receita”, justifica. “Isso agrava o início de uma gestão, não há dúvida”, argumenta o dirigente.

De acordo com o presidente, o rebaixamento do time à Série C trouxe o agravamento da crise bicolor. “O que agrava um pouco, não há dúvida nenhuma, é a atmosfera negativa de um rebaixamento. A gente vinha de uma média de 7, 8 mil sócios-torcedores e essa média caiu para 4 mil. Por si só isso já traz uma redução com relação ao ano anterior de 50%.”, lamenta Gluck Paul. O presidente informa que o clube tem cortado na carne para evitar o agravamento da situação. “Já fizemos mais 60 demissões, um enxugamento de custo violento”, detalha.

No time também

A leva de demissões também chegou às quatro linhas. Quatro jogadores do clube receberam o bilhete azul. Oficialmente, o desligamento dos atletas não foi comunicado pelo clube, o que deve acontecer durante o dia de hoje, mas eles já foram avisados e devem tratar de suas rescisões contratuais a partir de agora. São eles: o goleiro Douglas Silva, os volantes Alex Galo e Marcos Antônio e o atacante Paulo Henrique. O técnico Hélio dos Anjos não teria feito objeções, assinando embaixo das dispensas.

A demissão que mais chama a atenção é a de Marcos Antônio, que fez 17 partidas pelo clube em 2019, mantendo-se como titular na maioria das vezes. O volante foi expulso na última partida, contra o Atlético-AC, e isso poderia ter influenciado na decisão, já que ele foi duramente criticado pelo treinador bicolor. “Isso aí não é questão de controle emocional, isso é técnica. Porque o jogador fazer duas faltas de cartão na região central do campo...”, disparou Hélio. “Do mesmo jeito que você tem técnica para jogar bola, você tem que ter técnica para marcar. Se você sentir que está na furada, pô, posiciona, não vai querer ir sabendo que não vai pegar a bola e acabar pegando o jogador”, ensinou o técnico.

Quanto aos demais, Alex Galo atuou em apenas um jogo na temporada e Douglas Silva nem isso. Paulo Henrique, por sua vez, entrou em campo 12 vezes e marcou dois gols.

"Há muito que no Paysandu a gente atravessa de uma gestão para a outra com déficit, nunca com superávit. Isso significa que temos sempre encerrado uma temporada gastando mais do que o arrecadado", explicou Ricardo Gluck Paul, presidente bicolor.

Presidente busca amenizar situação

Ao mesmo tempo em que procura reduzir os gastos do clube, com o enxugamento dos gastos, o Paysandu, segundo o presidente Ricardo Gluck Paul, busca novas alternativas de receita para seus cofres. Além de demitir funcionários, o clube, conforme revela o presidente, vem tentando negociações para o pagamento de dívidas. É o caso do ex-jogador Arinélson, citado pelo dirigente. O atleta ganhou, na Justiça do Trabalho, direito a receber indenização de R$ 3,6 milhões, valor que foi parcelado, mas que o clube se vê, no momento, impossibilitado de cumprir.

A ideia é tentar, numa negociação com o ex-atleta, que fez uma só partida pelo time, em 2004, diminuir o valor das parcelas (R$ 60 mil) e alongar o prazo para o pagamento do restante do valor da dívida. O presidente salienta que essa é a única maneira de o Paysandu voltar a cumprir o acordo em dia e o jogador receber o que tem direito. Ao mesmo tempo em que trata das dívidas, Gluck Paul e sua diretoria tentam encontrar fórmulas de receita para amenizar a crise.

Uma das fontes de arrecadação planejada pela gestão Gluck Paul é a reabilitação da parceria com a empresa fornecedora de energia elétrica no Pará. O projeto, segundo o presidente, “mal executado” há anos, chegou a render R$ 80, R$ 90 mil a Paysandu e Clube do Remo. “Se conseguirmos 10% de todas essas unidades, que tem um total de dois milhões e 700 mil, a gente terá uma arrecadação de R$ 200 mil, R$ 300 mil mensais aos clubes”, ressalta. O projeto deverá ter seu relançamento por ocasião do primeiro Re-Pa da Série C.

Time está caindo pelas tabelas

Hélio dos Anjos vê o jogo contra o Luverdense como um divisor de águas para o Papão. Foto: Jorge Luiz-PSC

Desde que foi desbancado da liderança do Grupo B da Série C do Brasileiro, posição que ocupou na 2ª rodada, o Paysandu só em duas rodadas não caiu de posição. Após a derrota, em casa, frente ao Juventude-RS (1 a 0), o Papão não arredou pé da 4ª colocação na 4ª e 5ª rodada do campeonato. Mas, nos confrontos seguintes, contra o São José-RS, também em Belém, e, por último, diante do Atlético-AC, os bicolores perderam terreno, caindo para a 5ª e 7ª posição, na qual se encontra no momento.

Diante da possibilidade de se afastar ainda mais do G4 da Terceirona e, consequentemente, se avizinhar da zona de rebaixamento, que hoje é de apenas 4 e 3 pontos para Luverdense-MT e Atlético-AC, que ocupam a 9ª e 10ª colocação na chave, o técnico Hélio dos Anjos não vê alternativa ao seu time que não seja vitória na partida de sábado (15), diante do próprio Luverdense, às 17h, no Mangueirão. “Contra o Luverdense não tenho o que pensar”, afirmou o treinador. “A partida é, no meu entendimento, um divisor de águas. Não tem como”, declarou.

Hélio ressalta que caso venha a cumprir a obrigação de fazer o seu dever de casa, o Papão poderá alcançar o hoje vice-líder do campeonato, o Juventude-RS, em termos de pontuação, dependendo, óbvio de uma composição de resultados envolvendo as equipes que estão abaixo da equipe gaúcha, no caso, São José (3º colocado, com 10 pontos) e Volta Redonda (4º colocado, com 9 pontos). “Se nós ganharmos esse jogo, que é nossa obrigação, podemos alcançar o segundo colocado e retornar ao G4”, planeja o técnico.

Paulo Rangel perdeu a linha

O atacante bicolor Paulo Rangel não gostou do comentário de um torcedor do clube nas redes sociais, em resposta a uma foto publicada pelo jogador, com um texto sobre “nunca desistir de seus sonhos”. O torcedor mandou o atleta sair da internet e fazer gol, dizendo ainda que o Paysandu é time grande e que o acesso à Série B é obrigação. PR9 não deixou barato a provocação e xingou o torcedor. Os nervos estão à flor da pele.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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