João Brigatti chegou, já treinou bicolores e disse para o que veio

“Eu adoro Belém e adoro trabalhar no Paysandu”, afirmou João Brigatti nesta segunda-feira (26) à tarde ao ser apresentado oficialmente como novo treinador do Paysandu. Em sua terceira passagem pelo clube, a segunda como técnico, ele pega um time com uma missão inglória. Restam seis jogos para o fim da primeira fase e três times estão em situação privilegiada em busca da vaga para a segunda fase, o que praticamente deixa apenas uma vaga aberta e cinco times na disputa, entre eles o Papão. A equipe bicolor ocupa a sétima posição, com 15 pontos.

A volta do treinador se dá, também, por conta de um armistício com o presidente do clube. Ao ser demitido durante o Parazão do ano passado, quando o Papão liderava a competição, Brigatti e Ricardo Gluck Paul trocaram acusações sérias, com o dirigente sendo chamado de “pseudo presidente”. Como a crise é braba, o “cachimbo da paz” foi usado tendo algumas pessoas como intermediários e os dois estavam lado a lado desde a chegada do técnico em Belém.

• Primeiro treino do retorno do técnico João Brigatti

“Temos que olhar para frente. É a oportunidade de colocar uma pedra nesse assunto. Tivemos uma conversa muito boa. Mesmo que não dê tudo certo, valeu também para tirar esse peso dessa relação”, vaticinou Gluck Paul. Ao fim da primeira coletiva em seu retorno, Brigatti pediu que a partir daquele momento as perguntas fossem apenas sobre futebol, embora não tenha se furtado a responder o que lhe foi indagado.

• Reforços e vitórias: João Brigatti retorna a Curuzu emocionado
• Executivo confirma saída de atacante bicolor e busca por reforços

Ontem, o técnico bicolor observou um jogo treino dos reservas contra a equipe de aspirantes e, hoje, volta a trabalhar com o elenco. Ele admitiu que já passou à diretoria do clube a necessidade de contratações pontuais para reforçar o grupo. O executivo de futebol Felipe Albuquerque confirmou que os próximos dias podem ter novidades, mas que qualquer confirmação será feita apenas no momento do anúncio dos nomes. “Sim, o Paysandu vai se reforçar”, disse o executivo.

AGENDA

Sábado (31), o Paysandu recebe o Manaus-AM no Mangueirão, 19h, e tem que vencer para ainda sonhar com a classificação para a segunda fase da Série C. Leia na página ao lado os principais pontos tocados na entrevista coletiva de João Brigatti nesse retorno ao Paysandu.

O que pensa o novo técnico

AS PAZES FEITAS

“O que mudou foi uma conversa muito franca e séria que tive com o presidente. Sem essa conversa, fatalmente não teria aceitado voltar. Houve um desgaste enorme na minha saída e acho que houve uma falta de tato dos dois lados para conduzir a troca de comando. Virou praticamente uma briga pessoal e foi ruim para mim pessoalmente, foi ruim profissionalmente e tenho certeza que o Ricardo sentiu, também. Não foi legal e que sirva de experiência para todos nós que vivemos de futebol. Fiquei feliz com a conversa de coração aberto e chegamos a um acordo que começaria do zero em prol da instituição”.

CHANCES BICOLORES

“Essa vitória diante do Treze foi fundamental, mudou o patamar do Paysandu no campeonato, um divisor de águas. Daqui para frente vamos fortes, muito fortes. Conheço cerca de 90% do elenco e o restante eu já enfrentei. Isso vai nos ajudar bastante (...) Entra treinador, sai treinador, mas quem vai levar o Paysandu para a Série B serão os jogadores, o elenco. Nossa sequência é muito difícil, mas confio na qualificação desse grupo”.

CONHECEDOR DO

TIME ATUAL

“Até por obrigação de ofício e por carinho do clube eu vinha observando o Paysandu. Neste último jogo até chute no pé da cama eu dei na torcida. Eu vi um elenco comprometido e espero agregar muito para conseguirmos situações melhores”.

REFORÇOS E USO

DA BASE

“Já conversei com a diretoria e estamos abertos a novas contratações. Mas, volto a dizer, nosso elenco é muito qualificado para a Série C. Se vier, quem vier vai ser para jogar. Por isso temos que ter muito cuidado. O mercado está muito inflacionado e está carente de jogadores com essas características (...) Vi o jogo (dos aspirantes) contra o Bragantino e conheço alguns daqueles atletas por ter trabalhado com eles. O Bazílio Amaral (auxiliar) vai observar de perto e vamos fazer essa integração da base com o profissional. Se precisarmos, vamos buscar atletas, sim”.

FORMA DE JOGAR

“Sempre busquei o ataque, sempre busquei a imposição em busca da vitória. Por isso disse que preciso do entendimento e ajuda dos atletas. Se acontecer de perder vamos vender caro essa derrota, mas vamos sempre buscar os três pontos. Jogo a jogo, com muita calma, vamos em busca da classificação. Peço o entendimento da torcida, dos bicolores de verdade, de união de todos para que a gente esteja sempre focado no que está dentro de campo”.

INTERCESSÃO DE

VANDICK LIMA

“O Vandick é meu irmão, meu amigo. Jogamos juntos no América-RJ. Depois, em 2014, ele como presidente e eu como auxiliar técnico conseguimos o acesso. O Vandick é meu amigo, um ídolo do Paysandu e nunca negou ajuda ao Paysandu. Mas, a ligação dele para mim foi uma iniciativa do Ricardo”.