Até o final deste semestre, iniciam-se as gravações da terceira temporada do projeto “Amazônia Samba”, realizado pelo sambista paraense Arthur Espíndola. A ideia, lançada em 2016, é de valorizar e divulgar compositores de samba de todo o estado, e já revelou ao Brasil belas canções produzidas por paraenses ao serem interpretadas por cantores renomados, como Dudu Nobre, Leci Brandão, Fundo de Quintal e outros.
O projeto é multiplataforma e garante todos os direitos autorais repassados aos compositores. Além disso, o trabalho divulga os encantos do Pará. Para esta edição, algumas cidades já estão pré-selecionadas por Arthur, como Breves, São Félix do Xingu, Paragominas, Prainha e Marabá.
“Saio viajando vários municípios buscando compositores que nunca tiveram a oportunidade de divulgar o que produzem. Eu os entrevisto, eles me contam as histórias dessas músicas, depois pego as canções, levo para o estúdio e convido artistas do Brasil inteiro para cantá-las. E o interessante é mostrar para esses cantores renomados que nossos sambas não perdem em nada para nenhum dos sambas que eles costumam gravar. Acredito que, além de divulgar, o projeto cumpre outra função, que é profissionalizar esses compositores e registrar essas obras que poderiam ficar perdidas”, explica Arthur.
A primeira temporada do “Amazônia Samba” foi exibida em 2016 em rede nacional pela TV Cultura. Foram 12 episódios temáticos divididos por 25 compositores que já estão com suas letras de samba na estrada há anos, interpretados por nomes como Alcione e Clara Nunes, por exemplo.
A segunda edição, exibida no final de 2018 e início de 2019, quando também ganhou reprise, teve 12 episódios para divulgar 24 sambas inéditos.
Entre os intérpretes estavam: Dudu Nobre, dando voz à produção de um compositor de Tracuateua; Leci Brandão cantando música de um compositor de Marapanim; Fundo de Quintal interpretando música de artista de Cametá; Leila Pinheiro cantando a produção de um compositor de Santarém; Moacyr Luz com música de uma compositora de Bragança; além de outros cantores, como João Cavalcanti, Pinduca, Lia Sophia, Simoninha e o próprio Arthur Espíndola.
A temporada foi exibida na TV Cultura do Pará e TV Brasil.
PESQUISA
A produção segue uma fase de pesquisa prévia, na qual Arthur faz uma busca por cidades, seleciona cerca de 30, vai até as regiões conhecer as histórias, os compositores e as músicas, quando então escolhe 16 municípios para gravar. A quantidade de músicas só é definida após a pesquisa de campo.
“O projeto divulga a cultura do Pará para todo ao país. Isso aguça o turismo, já que o pano de fundo são as belezas da cidade onde esses artistas moram”, diz Arthur. Dessa vez a estimativa é selecionar 32 sambas inéditos, que ganharão arranjos e a interpretação de outros artistas consagrados da música brasileira.
“A cultura do Pará é igual água de poço, quanto mais a gente cava, mais água sai. Pude ver o quanto tem compositor bom que nunca gravou, ainda mais por ser samba, que é um ritmo que a gente não produz tanto, mas quando olhamos para o interior, onde a cultura é outra, ter compositores assim é uma felicidade enorme, bate uma sensação de que não podemos ficar calados, eles precisam ser ouvidos. E o bacana é que eles têm apenas a necessidade de se expressar. Isso é fantástico!”, afirma o sambista, com 11 anos de carreira, dois discos gravados, um DVD e sete clipes.
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