Músicos paraenses usam redes sociais para aulas sobre guitarrada e carimbó

Se você está em isolamento social, uma medida preventiva para as pessoas em geral nesse período de combate ao coronavírus, saiba que esse momento pode ser muito produtivo e inclusive dá para aprender sobre a guitarrada, popular ritmo paraense, sem sair aí do seu conforto do lar. Como? O músico, guitarrista e compositor Caio de Toledo está fazendo vídeos no YouTube sobre esse estilo musical.

“A ideia de fazer vídeos tocando guitarrada é antiga. Sempre discutimos entre amigos guitarristas, principalmente os que fazem parte do Clube da Guitarrada. Porém, produzir material dessa natureza exige muita dedicação, tempo, dinheiro e equipamentos”, diz ele.

Nesse período de distanciamento social, com aulas e trabalhos suspensos, o fator tempo surgiu. “Peguei a câmera e comecei a gravar tudo aquilo que vinha na mente. Aquilo que tinha vontade há um bom tempo e que a rotina pesada de universidade e shows não permitiam”, diz Caio.

Mas o músico logo adianta que seu objetivo não é ensinar a tocar guitarra, e sim informar e apresentar o ritmo paraense.

“Eu fiz questão de explicar o que era o gênero guitarrada, com embasamento científico. E, no decorrer do vídeo, eu mostrei a minha forma de tocar. Na versão completa, no YouTube, ainda mostro a configuração da pedaleira para alcançar aquele som de guitarra. Acabo, de certa forma, ensinando. Mas não quero ter essa pretensão. Não sou um mestre de guitarrada. Mas quero, sim, colaborar com a nossa música”, diz o músico.

O primeiro vídeo sobre a guitarrada está hospedado em duas redes sociais, uma versão completa, de 12 minutos, no YouTube do músico, e uma versão reduzida, de 5 minutos, que foi selecionado pelo “Festival Te Aquieta em Casa”, da Secretaria de Estado de Cultura-Secult.

Outra opção é o canal do baterista, percussionista e pesquisador dos ritmos do Norte do Brasil, Ygor Saunier. Entre os ritmos que divulga, estão não só os do Pará, mas de toda Amazônia brasileira.

“Alguns resultados dessas pesquisas eu dispinibilizo no meu canal do YouTube. Em 2015, escrevi um livro chamado ‘Tambores da Amazônia’, onde falo sobre o carimbó de Marapanim, um pouco de conteúdo histórico desde onde nasceu e como que se toca propriamente, e sobre a Marajuda de Bragança”, explica.

Em breve o pesquisador vai postar um vídeo no seu canal sobre o marambiré, congada amazônica lindíssima que incide no munícipio de Alenquer, no Baixo Amazonas, já perto de Santarém. O ritmo foi tese de mestrado do pesquisador.

“Tenho aproveitado esse momento para compartilhar alguns vídeos do canal com pessoas que talvez não tenham tido tempo de ver, por falta de tempo, e agora que estão em quarentena em casa. Tenho pensado numa live, falando sobre algumas coisas específicas da minha pesquisa, tipo o contexto do curimbó, desse nosso tambor amazônico”, projeta Saunier.

No canal, o baterista e pesquisador ensina a tocar alguns ritmos do Norte também. Agora é só aproveitar e aprender um pouco mais sobre a nossa musicalidade.

Assista

- Caio de Toledo: www.youtuibe.com/user/toledocaio

- Ygor saunier: www.youtube.com/user/YgorSaun

ier