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GERSON NOGUEIRA

Remo renasce a esperança de reconhecimento pelo mundialito

Quando o Botafogo, através de seu site oficial, anunciou o registro de três títulos “mundiais” (referentes aos anos de 1967, 68 e 70, quando o Glorioso disputou a Pequena Taça do Mundo, o popular Mundialito de Caracas), o Remo viu a perspectiva de ter sua

Imagem ilustrativa da notícia Remo renasce a esperança de reconhecimento pelo mundialito camera Time que venceu o torneio internacional equivalente ao mundial atual | Reprodução

Quando o Botafogo, através de seu site oficial, anunciou o registro de três títulos “mundiais” (referentes aos anos de 1967, 68 e 70, quando o Glorioso disputou a Pequena Taça do Mundo, o popular Mundialito de Caracas), o Remo viu a perspectiva de ter sua participação no mesmo torneio, em 1950, reconhecida pela Fifa.

Na ocasião, o Leão disputou a competição na Venezuela e levantou o título, vencendo quatro dos cinco jogos contra times locais. Caso o Botafogo tenha êxito em sua reivindicação junto à Fifa, a decisão pode vir a beneficiar o clube paraense, que até então não via prosperar o velho sonho.

O então presidente André Cavalcante chegou a pleitear diretamente à CBF, em 2016, cujo presidente, Antônio Carlos Nunes, não deu sequência ao apelo. Agora, renascem as esperanças.

Das histórias memoráveis

A convite do amigo Guilherme Guerreiro, participei com muito gosto do especial Jogos Memoráveis de domingo passado, na Rádio Clube do Pará, na parte inicial, que resgatou a partida entre Remo e Operário, disputada a 20 de fevereiro de 1978. Valia pelo Campeonato Brasileiro de 1977 como repetição de um jogo iniciado 10 dias antes, no estádio Evandro Almeida.

O primeiro embate foi interrompido após queda do alambrado que dá para as bandas da rua 25 de Setembro. Naquela ocasião, 29 mil pagantes se apertavam nas arquibancadas e a pressão da massa acabou forçando o muro de proteção, causando a queda com apenas 22 minutos de jogo.

Em função disso, após uma intensa arenga de bastidores que teve intervenção decisiva do ministro da Educação, Jarbas Passarinho, o confronto foi remarcado para o Mangueirão, à época ainda em construção e cujo espaço reservado à torcida era o anel da geral.

Cerca de 50 mil pessoas invadiram o Bandolão do Bengui (hoje estádio estadual Jornalista Edgar Proença) para ver o Remo encarar o perigoso Operário, que estava invicto no Brasileiro e tinha um time respeitável, com Manga no gol, Silveira na zaga, Escurinho na lateral, atacantes Tadeu, Roberto César, Peri e o artilheiro Everaldo.

Jogo duríssimo, mas o Remo de Joubert Meira era um time bem arrumado, já sem o ídolo Alcino, mas com um camisa 9 no auge da forma física e dos recursos técnicos: Bira, que tempos depois foi jogar no Internacional.

O meio-campo tinha Aderson, Mesquita e Mego. Foi o mais jovem do time que acabou brilhando. Mego fez o primeiro gol logo aos 4 minutos, aproveitando cruzamento de Júlio César, de quem falarei mais adiante.

Na etapa final, como a última linha do Operário deixava Bira sempre em impedimento, Aderson lançou o irmão Mego, que partiu da intermediária e enganou os zagueiros. Quando deram pela coisa, ele já estava diante de Manga, a quem fintou e tocou para o fundo do barbante.

Foi um delírio no Mangueirão. Parecia dia de Círio ali no velho Bengui. Fui cedo, receando superlotação já que a partida seria de portões abertos. Todo mundo teve a mesma ideia e, antes do meio-dia, a casa já estava cheia.

Vem daí a falseta de memória: fiquei com a ideia fixa de que o jogo tinha sido disputado pela manhã – não foi, mas insisti teimosamente na tese durante boa parte da minha vida. Aderson, Mego, Julio César, Mesquita e Humberto confirmaram que eu estava equivocado e tratei de corrigir tudo lá mesmo no programa.

Interessante é que a geral do Mangueirão, separada do gramado por um fosso largo, não era o lugar mais apropriado para ver o jogo. Na real, via-se mais a movimentação das pernas dos atletas e os lances próximos ao campo de visão, com o adendo de que o gramado era meio curvo, o que dificultava mais ainda.

O lado bom é que esses detalhes a gente nem leva em conta quando percorre os escaninhos da memória. Edgar Augusto, décadas depois, voltou a narrar naquele estilo minucioso que o caracterizava resgatando a histórica “inauguração” do Mangueirão para os Jogos Memoráveis.

Vale aqui um registro especial para os depoimentos de Mego, Bira, Aderson, Humberto (que não falava sobre futebol no rádio há 30 anos) e Julio César. O ponteiro dos dribles mais espetaculares do futebol paraense – talvez comparável apenas a Neves e Lupercínio – fez uma emocionada declaração de amor ao Remo e à torcida.

Quando veio para cá, trazido por Joubert, ele era apenas Juleco ou Julico. Ainda não havia adquirido o apelido famoso e justo de Uri Gheller, por entortar marcadores. Foi assim que ficou batizado no Flamengo, onde brilhou ao lado de Zico e Adílio.

Eu, que estive na tarde da queda do alambrado e fui ao Mangueirão, pude entrar no túnel do tempo para reviver uma página gloriosa do futebol do Pará, quando um time brilhava porque tinha nove jogadores regionais em campo – Edson Cimento, Darinta, Marinho, Luiz Florêncio, Aderson, Mego, Mesquita, Bira e Leônidas (Humberto). Dizem que recordar é viver – e é mesmo.

Além de Remo x Operário, a série Jogos Memoráveis da Rádio Clube já abordou PSC x Peñarol, Tuna x Flu de Feira, CRB x Remo, dentre outras inesquecíveis histórias do nosso futebol.

Palmeiras quer a volta dos jogos, mas com segurança

Os campeonatos estaduais estão suspensos, mas os grandes clubes continuam buscando a melhor maneira de retomar os jogos, mesmo com portões fechados. Os paulistas, em sua maioria, querem retorno imediato. A exceção é o Palmeiras, que soltou uma mensagem oficial ontem rejeitando as propostas que surgiram até o momento – como a de utilizar sedes no interior, com torcida menor e acesso reduzido.

A diretoria palmeirense deixou claro que só aceita pensar em retomar o campeonato quando houver liberação por parte das autoridades de saúde, com ambiente seguro para jogadores, comissão técnica e outros trabalhadores relacionados aos jogos.

Boa e sensata providência. Quando a competição parou, a duas rodadas do fim da primeira fase, o Palmeiras ocupava a 2ª colocação do Grupo B, com 19 pontos, atrás do Santo André, que está à frente por ter mais vitórias.

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