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GERSON NOGUEIRA

Dupla Re-Pa ainda resiste à paralisação do Parazão; veja na coluna de Gerson Nogueira

Com a exceção óbvia do seleto time de terraplanistas e lunáticos de plantão, todo mundo está de acordo com a decisão de paralisar o Campeonato Paraense, como ato preventivo contra a pandemia do coronavírus. Forçada pelas circunstâncias, a FPF finalment

Imagem ilustrativa da notícia Dupla Re-Pa ainda resiste à paralisação do Parazão; veja na coluna de Gerson Nogueira camera Gerson Nogueira analisa o momento atual do futebol paraense em meio a pandemia do coronavírus | Mauro Ângelo/Diário do Pará

Com a exceção óbvia do seleto time de terraplanistas e lunáticos de plantão, todo mundo está de acordo com a decisão de paralisar o Campeonato Paraense, como ato preventivo contra a pandemia do coronavírus. Forçada pelas circunstâncias, a FPF finalmente reuniu ontem dirigentes de clubes e patrocinadora (Funtelpa) da competição para fechar uma posição sobre o futuro do Parazão.

Ainda há forte resistência por parte da dupla Re-Pa, que ainda defende o plano de antecipação das rodadas, uma fuga de ideia justificada pela preocupação de ordem financeira. É verdade que a situação dos clubes é aflitiva. Como se sabe, não têm fontes abundantes de receita, os patrocínios pagam pouco e há uma forte dependência da bilheteria dos jogos.

Mas, no dia em que até o técnico Jorge Jesus (Flamengo) testou “positivo fraco”, sabe-se lá o que seja isso, o choque de realidade parece ter falado mais alto. O empurrão final para que a paralisação seja aprovada veio com o decreto anunciado pelo governador Helder Barbalho no começo da tarde de ontem.

Depois de reuniões sucessivas, o governador tomou a decisão proibir por 15 dias (em todo o Estado) eventos com a presença de mais de 500 pessoas. Medida civilizada, responsável e sensata no âmbito do esforço para evitar a contaminação pelo vírus que assola o mundo.

Há quem argumente que o golpe será duríssimo para a vida dos clubes. Sim, possivelmente será. Mas será igualmente cruel com indústria, comércio, turismo, finanças, educação, artes e espetáculos. Todo mundo está contabilizando perdas e déficits. Assim é a vida. A crise tem proporções planetárias, ninguém pode ficar indiferente a ela.

O futebol não tem como passar ao largo disso, como se fosse segmento isolado, conforme defendiam até ontem autoridades ditas competentes. No fundo, a questão preponderante é a valorização da vida. Nada é mais importante que o bem-estar e a sobrevivência das pessoas. O futebol é menor diante disso.

A urgência médica tem prevalência absoluta sobre todo o resto. Não basta fechar portões de estádios, preservando a saúde dos torcedores. Atletas, técnicos e árbitros também têm direito a reivindicar condições seguras e plenas para exercer suas atividades.

A FPF, mesmo com a clássica lerdeza para tomar decisões, acabou acertando o passo pegando carona no decreto do governador, que passa a vigorar a partir de hoje. As diretorias de Remo e PSC demonstram oposição à ideia, mas o bom senso deve prevalecer e a paralisação certamente será confirmada na reunião de hoje (15h), tomando por base em declarações do presidente da FPF, Adelson Torres, à Rádio Clube.

A coluna de sexta-feira (13) abordou a necessidade de um firme posicionamento dos envolvidos, tecendo críticas à lentidão em torno de um desfecho que todos sabiam ser inevitável diante do avanço da doença e da consequente necessidade de prevenção.

Os dirigentes de Remo e PSC têm a missão de pensar no coletivo, concordando com a suspensão temporária da competição, apesar do óbvio prejuízo que isso vai acarretar ao caixa das agremiações. É compreensível que estejam receosos – afinal, até o endinheirado Flamengo está brigando pela continuidade do Campeonato Carioca, por mais bizarro que possa parecer.

Ao mesmo tempo, não se deve ignorar a própria reação das torcidas, que nos jogos de sábado e domingo já se mostraram arredias, produzindo rendas pífias tanto na Curuzu quanto no Baenão. Todos se preocupam com o alcance da Covid-19 e dificilmente esse clima de angústia vai passar de uma hora para outra. Os clubes precisam ser sensíveis ao legítimo sentimento de medo que domina a população.

Situações excepcionais – decorrentes da propagação extremamente rápida de uma doença que pode ser letal – exigem decisões atípicas. Daqui a duas semanas talvez tudo esteja serenado e com a população fora de perigo; mas, até lá, prudência e bom senso são moedas indispensáveis.

A estreia animadora de Honda no Botafogo

O meia Honda jogou por 60 minutos contra o Bangu. Sem o calor da torcida, no estádio Nilton Santos, ele marcou o gol alvinegro, de pênalti, e foi substituído aos 16 minutos do segundo tempo, dando a pinta de que não queria sair do jogo. Ótima notícia para o torcedor botafoguense: fica claro que o maior reforço do clube na temporada não veio a passeio.

Durante a partida, Honda se posicionou na meia-cancha, distribuindo lançamentos e passes perfeitos. Organizou o jogo como um maestro, fazendo lembrar Seedorf. Deu uma tropeçada na bola, mas nada que desabone suas credenciais de jogador de fama internacional.

Honda, obviamente, não tem as características que geraram encantamento geral pelo futebol de Seedorf. O holandês era um fenômeno de condicionamento físico e um médio avançado que fazia muitos gols.

O japonês é mais contido, nos gestos e nas ações com a bola. Dispõe, porém, de um repertório admirável de passes, que podem vir a contribuir para que o Botafogo de Paulo Autuori ganhe mais consistência técnica.

Para isso, porém, será necessário que o time evolua muito para se tornar digno merecedor das contribuições de Honda. E o técnico deve também rever as atitudes em relação ao futuro ídolo.

Na hora de substituí-lo, poderia ter sido mais gentil. As imagens da TV mostraram um quê de indiferença, sem ao menos lançar um olhar ao estreante que deixava o gramado. De certa maneira, tratou Honda como se fosse um jogador comum, coisa que ele não é.

Há muita história acerca de técnicos enciumados com o sucesso de jogadores junto à torcida. O inefável Oswaldinho da Cuíca, por exemplo, dedicou fria perseguição a Sebastian Loco Abreu, um dos maiores ídolos da história recente do Botafogo. Que não seja o caso de Autuori, cuja imagem pública sempre foi a de um gentleman.

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