A hora e a vez do velocista
Da mesma que se espera um Náutico diferente diante de sua torcida, domingo, no estádio dos Aflitos, é natural contar com um PSC modificado em relação à partida realizada no Mangueirão. Nas entrevistas desta semana, antes da viagem para Recife, o técnico Hélio dos Anjos deixou no ar que vai montar o time de acordo com a expectativa que tem em relação aos planos de Gilmar Dal Pozzo.
As dúvidas no Náutico se concentram no meio-campo. Preocupado em reter mais a bola, Dal Pozzo tende a escalar Jean Carlos, abrindo mão de Álvaro ou Mateus Carvalho. Normalmente, quando precisou fazer essa opção, o técnico optou por Mateus, deslocado para o lado esquerdo quase como um ala adiantado.
Hélio dos Anjos tem um caminho quase óbvio a seguir: solidificar a marcação à frente da defesa, com Uchoa, Wellington Reis e Tiago Primão, provavelmente. Tomas Bastos pode ficar mais próximo a Nicolas, com a entrada de um jogador de velocidade para puxar os contra-ataques.
Elielton é a opção natural para esse tipo de jogo. Poucos atacantes na Série C têm tanta facilidade para explorar contragolpes quanto ele. Ao contrário do que ocorreu no jogo de domingo passado, quando enfrentou dois marcadores diretos, é provável que tenha mais liberdade nos Aflitos.
Mas, para obter resultados com a presença de Elielton, é fundamental que o lateral Tony possa estar próximo a ele nas subidas ao ataque e – mais importante ainda – haja um planejamento de jogadas de contragolpe.
Caso entrem de cara, Tomas Bastos e Primão podem ser fundamentais na articulação que vai permitir ao Papão sair de forma rápida e certeira sempre que a bola for recuperada, a fim de aproveitar os buracos defensivos que o Náutico vai permitir ao estabelecer um jogo de pressão.
Vinícius Leite é outra alternativa para oportunizar avanços rápidos. Embora não tenha a mesma rapidez de Elielton, sabe jogar tabelando e finaliza melhor.
A conferir.
Leão faz cortes pontuais em busca de ajustes
A diretoria do Remo vem se notabilizando por tomar decisões rápidas e surpreendentes. As consequências da desclassificação na Série C continuam a render medidas de saneamento no futebol do clube.
O primeiro a ser atingido foi Márcio Fernandes, que havia conduzido o time ao bicampeonato estadual e empreendido boa campanha inicial no Brasileiro. Os erros de estratégia na virada de turno lhe custaram o cargo.
Dois dias depois da saída de Fernandes, o desconhecido Eudes Pedro foi anunciado para a função, sem permitir que o vácuo de poder no comando técnico estimulasse especulações.
Cinco jogadores foram liberados por deficiência técnica. Mesmo motivo do desligamento de Emerson Carioca, ontem. Apesar do voluntarismo, o atacante tinha dificuldade em manter as condições físicas ideais e não reagiu nem mesmo após ser advertido internamente.
Por fim, Luciano Mancha também tombou ontem. Apontado por conselheiros e parte da torcida como principal responsável pela errática e onerosa política de contratações (43 no total), Mancha não conseguiu reeditar no Remo o sucesso de sua passagem pelo Sampaio Corrêa.
Com os cortes, a diretoria mostra que as reuniões de avaliação interna geraram decisões firmes e pontuais, evitando a acomodação que afundou tantos outros projetos no clube.
A surpreendente consagração de um ex-renegado
Gabriel Barbosa é a grande novidade da temporada. Destaca-se pela excelente média de gols pelo Flamengo. Faz tanto sucesso que o clube já o elegeu como “plano A” para 2020. Contratado por empréstimo, valoriza-se pelas atuações impecáveis, marcando gols importantes e bonitos, tanto na Libertadores quanto no Brasileiro. Nem mesmo o fracasso na Copa do Brasil causou arranhões no prestígio do centroavante junto à torcida.
No domingo passado, contra o Palmeiras, quando o Flamengo desfilou em campo, Gabigol brilhou intensamente. Fez dois gols e manteve o alto nível de rendimento em dupla com Bruno Henrique. Aliás, a dupla tem sido o ponto de desequilíbrio do afiado repertório ofensivo do time.
Curioso é que até dois anos atrás Gabigol era visto como um projeto fracassado de centroavante. Revelado na base santista, dado a gestos marrentos, ficou marcado pela postura arrogante. Despertou antipatias quase gerais e parecia ter se queimado com o fracasso na Europa.
A redenção veio com a volta ao Santos no ano passado. Ali, Gabigol renasceu e se reencontrou com os gols, terminando a temporada como artilheiro do Campeonato Brasileiro. Ainda questionado por perder muitas oportunidades na área, respondeu a isso com a fulgurante fase que exibe no Flamengo. Perde gols, afinal todos perdem, mas faz muitos.
Até a arrogância de antes, insuportável para alguns, é vista hoje como inofensivo gesto brincalhão. Tudo obviamente é atenuado pela fase iluminada. É lei imutável no futebol: gols sempre falam mais alto. Enquanto estiver balançando as redes, Gabigol estará a salvo das críticas pelo comportamento dentro e fora de campo.
Como astro e candidato a ídolo da maior torcida do país, Gabigol está bem próximo também de reabrir chances na Seleção Brasileira.
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