Com a missão de fazer a torcida esquecer o que aconteceu na
Série C, o Remo enfrenta o Atlético-AC hoje, em Rio Branco, pela segunda fase
da Copa Verde. A novidade é a estreia do técnico Eudes Pedro, contratado na
semana passada para substituir Márcio Fernandes.
A torcida segue desconfiada com o time após a traumática
desclassificação no Brasileiro. A insatisfação não se limitava ao trabalho de
Márcio Fernandes. Há muita dúvida e questionamento quanto à produção dos
jogadores.
Eudes chega e se inscreve no rol dos que precisarão mostrar
serviço na Copa Verde. Competição que continua como um tabu para os azulinos,
com direito a eliminações vexatórias em 2018 (Manaus) e 2017 (Santos-AP),
irrompe agora como salvação para o fim da temporada.
Vencer o Atlético é uma obrigação natural. O time acreano
terminou a Série C na lanterna e vem praticando um desmonte do elenco. A
situação é tão crítica que o clube acaba de incorporar um ex-jogador para
completar o grupo.
Diante disso, Eudes e o time têm que responder positivamente.
A formatação ofensiva que o novo técnico esboçou nos treinos atende a essa
necessidade, mas precisa ser confirmada na prática, com uma atuação que não
deixe dúvidas sobre a superioridade técnica do Remo sobre o Atlético.
Após o Atlético, as dificuldades se ampliam. O desdobramento
da Copa Verde aponta para o Remo uma semifinal com Bragantino ou PSC, com
grandes possibilidades de novo confronto entre os tradicionais rivais.
Série C sofre nas
mãos de técnicos medrosos
Quem olha o placar geral da primeira rodada do mata-mata
inicial da Série C fica intrigado com a anemia ofensiva que marcou os
confrontos. Por ser o primeiro jogo, os técnicos talvez prefiram não se
arriscar, adiando tudo para o embate final.
Isso é até compreensível do ponto de vista de quem jogou
como visitante na rodada do fim de semana, mas parece temerário para quem foi
mandante e terá agora que fazer o resultado em campo inimigo.
Foram três empates sem gols e um resultado pelo escore
mínimo (Confiança 1x0 Ipiranga). Ontem à noite, Imperatriz e Juventude
completaram a rodada sem balançar as redes.
Nem precisa muita reflexão para ver o quanto a Série C
padece de pobreza técnica. Descobre-se, com base nesses quatro jogos, que a
divisão sofre também de retranca crônica.
Gangorra de técnicos
afeta mais a velha guarda
A demissão de Felipão, anunciada ontem, confirma que os
veteranos do ofício seguem perdendo espaço no Brasil. Há duas semanas, Mano
Menezes foi dispensado pelo Cruzeiro. Meses antes, Abel Braga foi substituído
no Flamengo por Jorge Jesus.
O jeito antigo de desenhar times e praticar o jogo começa a
ser contestado com mais veemência, embora ainda tenha lá seu apelo para
dirigentes igualmente ultrapassados.
O Palmeiras, um dos clubes mais ricos do continente, cansou
das concepções conservadoras de Felipão. Com dinheiro para gastar, contratou
uma legião de jogadores rodados, alguns nem chegaram a estrear (Ramires),
outros foram liberados de maneira obscura (Ricardo Goulart).
Intriga apenas que o objeto de desejo do Palmeiras para o
lugar de Felipão é Mano Menezes, espécie de cópia do campeão mundial de 2002.
Pior, ainda, é ver que Mano saiu do Cruzeiro fustigado por ter obtido apenas
uma vitória em 20 jogos.
Técnico tão teimoso como pouco dado a esquemas ofensivos,
Mano deve ser anunciado hoje, sem que sua aquisição represente qualquer
evolução em relação ao Palmeiras de Scolari.
Talvez a bonança financeira faça com que os dirigentes
percam o medo de ser repetitivos e redundantes. Pior para o futebol.
Direto do Twitter
“No Brasileirão, se os dirigentes não fossem tão frouxos e
bundões, a grana da TV teria que ser rateada em valores iguais pelos 20 clubes
que fazem o torneio. Quem tem mais torcida que faça a diferença com venda de
camisas, ingressos, patrocínios etc”.
De Sérgio Soeiro, nobre desportista tricolor, alertando para
a crescente 'espanholização' do futebol brasileiro
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