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Estreia hoje série animada 'Os Dinâmicos', inspirada em Mestre Vieira

A obra musical de Mestre Vieira foi transportada para o universo da animação, na série “Os Dinâmicos”, que estreia hoje na tela da TV Cultura do Pará. São 13 episódios de cinco minutos, com histórias bem-humoradas e com muita aventura, que serão exibidos

A obra musical de Mestre Vieira foi transportada para o universo da animação, na série “Os Dinâmicos”, que estreia hoje na tela da TV Cultura do Pará. São 13 episódios de cinco minutos, com histórias bem-humoradas e com muita aventura, que serão exibidos até 12 de dezembro, de segunda a sexta, em dois horários, às 16h e 19h.

O projeto foi aprovado pelo Edital Prodav-8/2014 – TVs Públicas, com realização da Central de Produção Cinema e Vídeo na Amazônia. A construção dos episódios foi inspirada nas músicas de Mestre Vieira, falecido em fevereiro deste ano, e na trajetória dele e de sua primeira banda, Os Dinâmicos, que existe até hoje, no interior do Pará, com os antigos integrantes.

No enredo, as crianças passam por alguma situação de perigo, e acionam um sonar que vai tocar na casa da árvore, onde Viera e seu conjunto ensaiam todos os dias. Então eles saem para resolver o problema. Como trilha sonora, as músicas usadas foram as composições regravadas no DVD dos 50 anos de Guitarrada.
Ao conhecer o Mestre Vieira pessoalmente, em Barcarena, em 2008, a idealizadora e produtora executiva do projeto, Luciana Medeiros, conta que se apaixonou pela riqueza da trajetória musical do artista.

“O Mestre Vieira não é o principal, ele é o criador desse ritmo, desse estilo de tocar guitarra, reconhecidamente. Ele recebeu duas condecorações nacionais, reconhecendo a obra dele. Uma das mãos de Gilberto Gil, que foi a medalha de honra ao mérito, do Ministério da Cultura, e mais recentemente uma ‘in memoriam’, ele recebeu uma placa da Funarte e da Universidade Fluminense”, conta.

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A ideia da série surgiu quando ela reencontrou os músicos do grupo “Os Dinâmicos”, que gravaram vários LPs com Vieira, entre o final dos anos 1970 e meados dos anos 1990, como “Vieira e seu Conjunto”. Luciana redescobriu essa história com o intuito de fazer inicialmente um documentário. “A série de animação é um desdobramento do trabalho que desenvolvo há dez anos com a obra de Mestre Vieira. Em 2011, aprovei o primeiro projeto para fazer um documentário sobre a vida musical dele, a trajetória, os encontros musicais que ele teve ao longo de sua vida artística”, conta.

“E quando eu os chamei para dar entrevista eles vieram, contaram as histórias e tocaram como se nunca tivessem parado de tocar juntos e fazia 37 anos que eles não faziam isso. Vendo aquilo, propus que a gente montasse um show para gravar para um documentário, que seria ‘Mestre Vieira e Os Dinâmicos’. Antes de eles gravarem o primeiro LP juntos, esse foi o nome dado pela gravadora Continental”, lembra a produtora.

Em 2011, eles fizeram o primeiro show, novamente juntos. “Foi um sucesso e depois nós viajamos para a Feira de Música, em Fortaleza. Fizemos vários shows aqui em Belém e também em Bragança, pelos 399 anos da cidade. Nessas viagens, nessa convivência com eles, me veio a ideia de fazer também uma animação, por conta da relação entre eles, a forma como eles conversavam, as brincadeiras que eram muito peculiares. Além disso, as músicas que cantavam no repertório eram músicas que falam de lendas, dos costumes da Amazônia, do olhar do homem caboclo, falavam de coisas daqui e de outros universos musicais. Selecionei as que falam mais da cultura amazônica para ter como base para as histórias nos roteiros escritos pelo Adriano Barroso”, conta.

Os desenhos têm direção de animação de Cássio Tavernard e contam com nomes de destaque do teatro local na interpretação dos personagens, como Marton Maués, que faz o Mestre Vieira/Guitarreiro. Foto: Divulgação

MARCO NA PRODUÇÃO LOCAL

No processo de construção de roteiros de “Os Dinâmicos”, os desafios foram enormes, diz Luciana Medeiros. “Não foi fácil. É um projeto que durou dois anos. Eram 18 meses de produção e nos estendemos um pouquinho. Na parte prática, trabalhamos durante os anos de 2016 e 2017 para entregar a última leva para a EBC”, detalha.

Para a formação da equipe, o processo foi bem exigente. “Chamei o [animador] Cássio Tavernard pela experiência, a expertise dele. Ele é um grande amigo também para fazer essa direção de arte e me indicou o Estúdio Muirak. Eles são uns meninos mais novos, mas supertalentosos, se apaixonaram também pelo trabalho para desenvolver a parte técnica, sob a direção dele do ponto de vista da animação, minha e de Afonso Gallindo, como diretores da série. Convidei o Adriano Barroso também pelo talento dele de escritor, de roteirista. A ideia era priorizar a essência da obra e foi o que fizemos”, destaca Luciana, que contou ainda com Victor Jaramillo, Leo Chermont e Dan Bordallo, do Estúdio Floresta Sonora, para odesenho de som.

Responsável pela animação, Cássio Tavernard conta que abraçou a ideia principalmente pela homenagem feita ao Mestre Vieira. “O projeto marca o cenário da animação no Pará, ao mesmo tempo em que faz essa homenagem. Tenho muito a agradecer à Luciana por ter me convidado. Tive a oportunidade de estar um pouco mais próximo do Mestre e de toda a equipe que se formou para a realização desse trabalho”, conta Tavernard que recebeu neste ano a premiação “Comunicação e Justiça” pela campanha Justiça Animada, apresentada pelo Tribunal do Trabalho(TRT 8ª Região).

Afonso Gallindo também compartilha dessa avaliação positiva sobre o cenário da produção audiovisual no Pará. “Essa produção foi resultado do primeiro edital estadual da Ancine [Agência Nacional do Cinema], na qual a região Norte foi colocada em terceiro lugar, melhor que a colocação do Nordeste. Existia um discurso de que na Amazônia não existia mão-de-obra para a produção de audiovisual de qualidade, que não tinha uma demanda tão alta quanto o Sul e Sudeste e que aqui não tinha gente boa para fazer audiovisual de qualidade, mas nosso estado é riquíssimo. Então, as produções culturais permitem que esse Brasil se fale e se veja. Comprovamos com isso que existem demandas, sim, e pessoas que fazem produções boas na região”, avalia.

PERSONALIDADES DOS MÚSICOS INPIRARAM PERSONAGENS


Mestre Vieira e seu Conjunto, quando retornaram a parceria para shows juntos. Foto: Renato Reis/Divulgação


Segundo Luciana Medeiros, os personagens são todos baseados na personalidade de cada um dos músicos. “Eu já tinha estudado a personalidade do Mestre Vieira, ele é o ‘guitarreiro’. A mesma coisa acontece com os outros músicos. Eu entrevistei todos para saber como eles são, o jeito e as manias que possuem e um pouco da relação deles com o Mestre Vieira e isso deu subsídio para criar”.

O vocalista do “Vieira e Seu Conjunto”, integrante da primeira formação da banda, Dejacir Magno, mora em Barcarena. Ele se diz muito feliz por fazer parte desse projeto. “Fiquei muito satisfeito com o resultado do trabalho. É uma emoção muito grande ver o desenho. Espero ainda que as pessoas assistam e tirem bom proveito do tema, do assunto e que gostem da mensagem que estamos passando, ao incentivar as crianças a terem boas ações, com respeito ao meio ambiente”, diz.

No elenco dos desenhos, estão nomes conhecidos do teatro paraense, que assumem a interpretação nas vozes dos personagens. Entre eles, Henrique da Paz (Lauro – Ciclone), Leoci Medeiros (Dejacir – Alado), Mário Filé (Batera – Aprendiz), Lucas Alberto Cunha (Poça), o baterista Carlos Brito Jr (Idalgino – Spectro) e Marton Maués (Mestre Vieira – Guitarreiro), além de Astrea Lucena, Ester Sá, Luan Weyl, Lucas Tavernard e João Pedro Pinheiro Bittencourt.

O ator Marton Maués conta que foi uma experiência muito prazerosa encenar um gênero tão diferente dos outros aos quais está acostumado. “Nunca tinha feito nenhum trabalho desse tipo (dublagem), não conhecia o processo direito. Sou especialista em ‘palhaçaria’, mas no teatro a gente faz de tudo. Neste, diferente do teatro de palhaço, a gente faz primeiro as vozes, depois a gente monta”, explica.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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