Vendavais são comuns no verão

O sociólogo Roberto Reis, 55 anos, já respira mais aliviado quando olha para o horizonte. Morador da rua José Machado, no bairro do Bengui, em Belém, ele viu de perto o vendaval que destruiu parte do prédio de quitinetes em frente ao dele, na última sexta-feira (9). Ninguém ficou ferido.

Segundo Roberto, tudo começou por volta das 16h30, quando surgiu uma grande tempestade com relâmpagos, trovoadas e ventos fortes. De repente, tudo ficou escuro. O sociólogo conta que havia acabado de chegar em sua residência. “Foi quando vi um redemoinho vindo na direção de casa. Mas ele recuou e se concentrou no prédio da frente, levantando o telhado que caiu em cima da casa vizinha e pedaços de pau que voaram para o meio da rua”, descreve.

Foram 3 unidades de quitinetes atingidas no temporal que fazem parte de um dos 2 prédios que comportam, ao todo, 11 unidades. Elas estão em construção e, ontem à tarde, os trabalhadores ainda faziam a reposição de novas telhas. “O dono dos prédios, além de ter colocado o novo telhado, ainda teve de reparar o telhado da casa ao lado”, comenta Roberto, que mora no local há 2 anos e diz nunca ter presenciado coisa parecida.

Roberto Reis viu sua construção ser destelhada pelo vento. (Foto: Paula Lourinho/Diário do Pará)

EXPLICAÇÃO

O fenômeno descrito pelo morador, de acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Sidney de Abreu, ocorre a partir de um aglomerado de nuvens devido a altas temperaturas. O fenômeno pode ser comum durante o verão amazônico, provocando rajadas de ventos de 23,4Km/h, e pode ocorrer acompanhado de trovoadas.

Operários reparam os danos causados pelo vento. (Foto: Paula Lourinho/Diário do Pará)

De acordo com Sidney, apesar do susto, temporais desse tipo são comuns em nossa região, já que temos condições climáticas favoráveis para essas ocorrências. O especialista informa que já foram atingidos recentemente o bairro da Cidade Velha, em Belém, e os conjuntos Cidade Nova e Guajará, em Ananindeua.

(Wal Sarges/Diário do Pará)