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Senadores atacam 'vista grossa' e promessas vazias de Zuckerberg

Pálido e aparentemente tenso, o CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, respondeu nesta terça-feira (10) a uma série de questionamentos do Senado americano sobre o que os senadores chamaram de "desconexão entre suas promessas e a realidade" e a vista

Pálido e aparentemente tenso, o CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, respondeu nesta terça-feira (10) a uma série de questionamentos do Senado americano sobre o que os senadores chamaram de "desconexão entre suas promessas e a realidade" e a vista grossa ao uso indevido de dados de usuários por empresas associadas à plataforma.
"A forma como o Facebook vem fazendo promessas não bate com o que vemos na realidade", disse Chris Coons, um democrata pelo Delaware --mesmo estado em que a empresa de Zuckerberg está registrada.
O executivo foi convocado a prestar depoimento às comissões de Comércio e Judiciário após vir à tona que pelo menos 87 milhões de pessoas haviam tido seus dados violados por meio de um aplicativo usado pela consultoria Cambridge Analytica para coletar informações de usuários e, a partir delas, formatar campanhas políticas.
Esse primeiro testemunho de Zuckerberg ao Congresso americano ocorreu em meio a críticas de políticos e do público aos frágeis controles de privacidade da plataforma e a sua responsabilidade na difusão de notícias falsas.
Ao longo da audiência de quase cinco horas, iniciada pouco antes das 16h (horário em Brasília), Zuckerberg se desculpou inúmeras vezes, reiterou a promessa de fazer mais para proteger os dados dos usuários e foi questionado sobre a possibilidade de trabalhar em uma melhor regulamentação da privacidade online.
Ele afirmou que aceitaria que sua equipe trabalhasse com legisladores para criar a "regulação certa" para companhias de tecnologia --uma mudança significativa na atitude da empresa que faz lobby há anos no Congresso para evitar a aprovação de leis que limitem seu crescimento.
Mas Zuckerberg falhou em convencer os senadores --ou a maioria dos que se manifestaram-- de que suas intenções são genuínas e serão transformadas em ação.
O democrata Richard Blumenthal apontou que o uso de dados pela Cambridge Analytica contrariou as próprias regras do Facebook e disse que a empresa tratou o tema com "cegueira voluntária" --Zuckerberg respondeu que não concordava.
"Venho em paz, mas vocês precisam mudar algumas coisas", afirmou o republicano John Neely Kennedy. "O termo de consentimento [do Facebook] é horrível. Reescrevam, e em inglês, não em suaíli, para que um americano médio entenda."
Um dos questionamentos mais incisivos, porém, veio do republicano Dan Sullivan, no que pareceu uma ameaça velada: "Veja a história desta comissão. Quando uma empresa se torna muito grande e poderosa, a tendência é regular ou dividir [a firma]".
Zuckerberg respondeu não ser contra regulações em geral. Mas o congressista não desistiu: "O sr. não acha que o fato de crescer tanto pode impedir o surgimento de outras empresas como o Facebook?", emendou, perguntando se a plataforma não havia se tornado, de certa forma, uma empresa de mídia.
O fundador da plataforma negou, afirmando que não produzia conteúdo. Um dos principais esforços de lobby do Facebook é para evitar ser tratado como corporação midiática, o que implicaria ser regulado como tal, inclusive no que diz respeito à responsabilidade pelo conteúdo e pela origem dos anunciantes.
O tema foi trazido à tona por outros senadores, como o republicano Lindsey Graham, que perguntou se a empresa não tinha um monopólio em sua área e questionou: "Por que deveríamos deixar vocês se autorregularem?"
CONTEÚDO Os senadores também quiseram saber o que o Facebook tem feito para conter o discurso de ódio, a incitação da violência e a interferência estrangeira em eleições.
Segundo Zuckerberg, a companhia trabalha com ferramentas de inteligência artificial para identificar posts com esse tipo de conteúdo e aposta em seu aprimoramento para combater o problema. Hoje, afirmou ele, muitos materiais saem do ar antes mesmo de queixas de usuários.
Alguns congressistas levantaram uma preocupação com censura e questionaram se a plataforma era de fato neutra. "Há algumas coisas que todos podemos concordar que não são boas, como interferência estrangeira em eleições, violência e terrorismo", afirmou o executivo.
Os congressistas ainda questionaram o modelo de negócios de redes sociais como o Facebook, que usa dados pessoais de seus usuários para a venda e direcionamento de publicidade.
"O potencial para crescimento e inovação baseados na coleta de dados é ilimitado. Porém, o potencial para abusos também é significativo", disse o republicano Chuck Grassley, após citar companhias como o Google, Twitter, Apple e Amazon --um indicativo de que outras empresas de tecnologia devem entrar na mira dos senadores em breve.
Nesta quarta (11), Zuckerberg vai depor à Câmara.
(Folhapress)
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