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POLÍCIA

São Brás vive rotina de medo e assaltos

“Tem roubo o tempo todo. Toda hora. Comigo, nunca aconteceu nada. Mas eu presencio diariamente”, relata Nara Macedo, sobre o bairro de São Brás, no centro de Belém. A jovem ajuda o pai em uma barraca de vendas de bebidas e salgadinhos na Praça do Operário

“Tem roubo o tempo todo. Toda hora. Comigo, nunca aconteceu nada. Mas eu presencio diariamente”, relata Nara Macedo, sobre o bairro de São Brás, no centro de Belém. A jovem ajuda o pai em uma barraca de vendas de bebidas e salgadinhos na Praça do Operário, em frente ao Terminal Rodoviário, e garante que a segurança na área é quase inexistente. “Todos os dias alguém perde o celular por aqui”, comenta.

Na parada de ônibus da Praça, as pessoas aguardam apreensivas. Num segundo olham para o letreiro dos coletivos que se aproximam, à procura do seu transporte para casa, no outro observam em volta, para não serem pegas desprevenidas por algum suspeito. A técnica em enfermagem Naiane Coutinho, 20, por exemplo, tomou precauções antes de transitar pelo bairro. “Trouxe meus documentos todos em uma sacola de plástico, justamente pra não andar com bolsa grande e chamar a atenção”, conta. Ela diz que só passa pela área apenas quando é realmente necessário e que, por isso, nunca foi assaltada ou presenciou algo por ali. Porém, acha inevitável não ouvir falar daS recorrências dos crimes. “A gente vem pra cá receoso”, acrescenta.

César breves diz que assaltos ocorrem de manhã cedo e no final da tarde. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

A poucos metros do Terminal, na parada próximo ao Mercado de São Brás, famoso ponto histórico que já teve dias melhores, a situação não é diferente. A empregada doméstica Roseli Soares, 38, diz já ter ouvido gritos de vítimas que tinham acabado de ser assaltadas enquanto transitava pelo bairro. “Aqui o que acontece muito é descuido. Se aproveitam da nossa distração. Então a gente tem que se prevenir”, aponta Soares. Ela nunca foi assaltada na área, mas já foi furtada em ônibus que pegou por ali e garante que sempre anda atenta e apreensiva desde então. “Principalmente em parada de ônibus”, pontua.

Naiane Coutinho só passa pelo bairro quando é necessário. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

“ROUBO A TODA HORA”

Os comerciantes também sofrem com a insegurança da área. José Vicente Lopes, 47, tem uma loja de calçados bem ao lado do Mercado e já teve o estabelecimento invadido e roubado três vezes. “Só diminuiu porque a gente contratou um vigilante. Mas é uma despesa a mais, né? E a gente paga imposto pra quê?” questiona o comerciante, que se vê obrigado a desembolsar R$ 60 por mês para não perder a mercadoria para criminosos. Segundo ele, quase todos os lojistas da área já foram roubados e que é comum ver pessoas gritando e correndo em busca do celular tomado. “Minha esposa já foi assaltada, com arma na cabeça, aqui na loja. E nessa parada aqui é roubo toda hora. Estamos na mão de Deus”, lamenta Lopes.

José Vicente precisou investir em segurança privada. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

Já César Breves, 47, dono de uma barraca de alimentos para animais de estimação, dentro do Mercado de São Brás, diz ter tido mais sorte, pois nunca foi assaltado e nem teve a barraca invadida. Mas não nega que o bairro seja perigoso e diz que as principais vítimas são as mulheres e os estudantes quer vão tirar carteirinha de meia passagem. “Cedo pela manhã e depois das 17h é quando mais acontece. Os bandidos já ficam rondando aqui por perto, à procura”, comenta.

Breves acredita que São Brás é mais perigoso que o normal, mas acha que todo canto da cidade é inseguro hoje em dia. O Tapanã, por exemplo, bairro em que mora, sofre com as frequências de crimes. Ele mesmo já teve a casa invadida enquanto dormia com a esposa e os três filhos. Eles foram rendidos e amarrados e os assaltantes levaram tudo o que puderam de eletrodomésticos a joias e dinheiro. “A gente tinha cinco TVs e eles levaram todas. Hoje moro só, porque minha família se mudou pro interior depois disso. Se eu pudesse, saía daqui também. Tá muito difícil viver na cidade grande esses dias”, lamenta.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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