Mototaxistas trabalham sob pressão com trânsito caótico e violência

Há alguns anos, estabeleceu-se na Região Metropolitana de Belém a profissão de mototaxista. A facilidade na compra da motocicleta e o desejo de trabalhar por conta própria, fez com que muitos trabalhadores do cotidiano de empresas, buscassem novos ares em relação ao crescimento profissional. Mas com a Segurança Pública do Estado deixando a desejar. Este crescimento trouxe além de novos autônomos, muitos problemas. Podemos encontrar um ponto de Mototáxi praticamente em cada esquina de Belém, e o que seria mais um serviço para a população, tornou-se sinônimo de medo para passageiros e até mesmo para os Mototaxistas.

Há 10 anos na profissão, Eduardo Silva conta que já sofreu na mão de bandidos. “Tentaram me assaltar duas vezes, uma delas foi aqui no Benguí. Eu fui deixar o passageiro, na volta haviam dois caras no canto de uma padaria. A rua não tinha saída, então tive que enfrentar. Consegui desviar de um e o outro conseguiu me dar uma “paulada” na costa, mas felizmente não caí da moto e consegui fugir. A outra tentativa foi na Rua do Fio, na Cabanagem. O cara só não levou a moto, porque não sabia pilotar, ele ainda me deu uma “paulada” na costa, mas eles correram para um bêco ao lado da caixa d’água, aí eu peguei a moto e sái rapidamente do local”. Conta o Mototaxista.

Contos de violência contra estes trabalhadores são bem comuns, e para Valdeci dos Santos Vilhena, a história quase teve um fim trágico, “Eu vou falar aqui pra ti, em 2008, eu sofri um assalto em frente ao Castanheira. Eu levei um tiro e quase morri. Minha sorte é que uma pessoa me ajudou e me levou rapidamente para o hospital Metropolitano”, relatou Valdeci.

O que impressiona é que o número de ocorrências criminais com trabalhadores desta categoria estão crescendo, assim como o número de Mototaxistas. Enquanto isso, mortes vão acontecendo e bandidos vão se aproveitando da facilidade de utilizar a moto para realizar assaltos “Com certeza, muitos bandidos usam o uniforme de Mototaxista só para cometer assaltos, e assim fica até desagradável pra gente, assim fica difícil”. Completa Eduado Silva.

Só na primeira semana de agosto, 2 mototaxistas foram assassinados

Agosto mal havia começado e 2 mortes de Mototaxistas foram registradas, no início da noite da última terça-feira (01), Thiago da Silva Pinto de 29 anos, foi executado na Rodovia do Tapanã, em Belém. Ele trabalhava como Mototaxista há mais de um ano. Logo em seguida, no mesmo dia, Renato Alves da Silva de 40 anos, foi morto com 14 tiros na Rodovia Augusto Montenegro, em Belém. Ambos os casos envolveram pessoas que utilizavam a profissão para levar o sustento para suas casas.

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil já iniciou as investigações sobre as mortes, mas até o momento não se sabe quem cometeu os crimes. Enquanto isso, o medo, a cautela e a sensação de impunidade vai tomando conta de quem trabalha como Mototáxi.

(Paulo Magno/Diário do Pará)