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PARÁ

Pará está entre os líderes na informalidade

No momento em que a loja de roupas onde trabalhavam encerrou as atividades, as amigas Benildes Lima, 31 anos, e Iolanda Lúcia de Alegria, 33 anos, se viram diante da pergunta que muitos brasileiros tem feito: Como manter o sustento da família sem um empre

No momento em que a loja de roupas onde trabalhavam encerrou as atividades, as amigas Benildes Lima, 31 anos, e Iolanda Lúcia de Alegria, 33 anos, se viram diante da pergunta que muitos brasileiros tem feito: Como manter o sustento da família sem um emprego? A saída abraçada pelas duas foi a da informalidade. Há 8 meses as amigas trabalham vendendo bombons em um semáforo no bairro do Marco.

As amigas não estão sozinhas. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Pará é o segundo estado brasileiro em número de pessoas trabalhando por conta própria.

No primeiro trimestre de 2019, o percentual de trabalhadores nesta condição, no Estado, era de 25,9%. Com um percentual de 46,4% de trabalhadores sem carteira assinada, o Pará é, ainda, o terceiro no ranking da informalidade, ficando atrás apenas do Maranhão (49,5%) e Piauí (47,8%).

A condição de não ter a carteira assinada, sem dúvida, garante menos segurança ao trabalhador, mas Iolanda lembra que não lhe restou outra opção imediata. Mesmo com a formação em técnica de enfermagem e experiência na área de vendas, não está fácil conseguir emprego formal.

“O salário mínimo hoje está muito baixo e já não dá para garantir o sustento”, afirma. “Aqui no sinal nós não temos segurança, é muito cansativo e até perigoso, mas conseguimos sustentar a nossa família e eu ainda tenho tempo para fazer o curso de bombeira civil, que é a profissão que eu quero seguir futuramente”.

CONTRIBUIÇÃO

Já o feirante João Lopes Nascimento, 83 anos, teve a carteira assinada apenas por três meses ao longo de toda a vida. Desde que começou a trabalhar ele nunca dispôs de férias remuneradas, licença para tratamento de saúde ou décimo terceiro salário. “Eu comecei como engraxate. Depois fui feirante no Mercado de São Brás, tive uma barraca na Praça do Operário, e há mais de 20 anos estou na Feira da 25”, resume.

Apesar da não assinatura da carteira, João Lopes decidiu contribuir com a Previdência como autônomo e hoje já está aposentado. “Foi muito importante ter recolhido porque hoje tem um pouco mais de segurança”, afirma.

A mesma estratégia foi a seguida pelo autônomo Luiz Gonzaga, 60 anos. Desde os 13 anos de idade ele trabalha com a venda de café da manhã. Com o auxílio de dois tabuleiros, ele oferece café preto ou com leite e tapioca. “Eu sempre trabalhei de forma autônoma e sou feliz assim”, avalia. “Eu criei as minhas filhas com esse trabalho e assim a gente vai levando a vida”.

No caso do sapateiro Antônio Teixeira, 50 anos, a prática do trabalho informal já dura 30 anos, 10 deles apenas na Feira da 25. Diante de uma mesa improvisada na calçada, ele oferece todo tipo de conserto aos calçados dos clientes. Foi com esta atividade que ele criou o seu único filho. “É mais tranquilo do que trabalhar para os outros. Dá para sobreviver”. Antônio nunca teve a carteira de trabalho assinada.

Estado teve 3,3 mil jovens aprendizes contratados até abril

Nos quatro primeiros meses de 2019, foram contratados em todo o Pará 3.345 jovens aprendizes. A maioria em janeiro, que registrou 1.557 contratações. Já em fevereiro, foram chamados 421, e em março, 774. E no mês de abril foram 573 contratações. As informações são do Dieese/PA com base em notícias oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

Ainda de acordo com os dados analisados pelo Dieese, no comparativo de contratações formais de aprendizes deste 1º quadrimestre de 2019 em relação a igual período do ano passado houve recuo de 0,27% nas contratações na Região Norte e queda de 4,89% no Estado do Pará.

Segundo o Dieese/PA, dos 3.345 jovens aprendizes contratados no Pará este ano, 1.848 são do sexo masculino, equivalente a 55,25% do total, e 1.497 são do sexo feminino, equivalente 44,75%.

Ainda de acordo com o Dieese, a maioria das chamadas ocorreu no setor de Comércio com 1.464 admissões, seguido do Setor Serviços com 806 contratações; Setor da Indústria de Transformação (576); Setor da Construção Civil (339) e do Setor da Agropecuária (139).

Na Região Norte, o Pará respondeu por 40,3% do total de jovens contratados, seguido do Amazonas com 2.136, equivalente a 25,7% das contratações totais.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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