Os moradores da comunidade Curuperé-Grande, região localizada na fronteira entre as cidades de Abaetetuba e Igarapé-Miri, continuam acampados em frente à fazenda da empresa multinacional Minerva, acusada de despejar toneladas de fezes e urina de gado no Rio Curuperé, que servia de subsistência para a comunidade. Os protestos iniciaram na manhã da última segunda-feira (29) e, com a interdição do local, nenhum caminhão de boi entra ou sai da fazenda.
O desastre ambiental tem prejudicado diretamente as comunidades que vivem no entorno da Minerva Foods, que se instalou no local há cerca de sete anos. Cerca de 180 famílias das comunidades quilombola e ribeirinha estão sendo diretamente afetadas pelo despejo de cerca de 200 a 270 toneladas de materia que são expelidos diariamente pelos animais.
Moradores mostram como a poluição toma conta do rio e pedem ajuda pic.twitter.com/4WMMr3P9zs
— Diário Online (@doldiarioonline) 29 de abril de 2019
A empresa multinacional - que tem o príncipe da Arábia Saudita como um dos sócios, manteém, em média, de 20 a 25 mil cabeças de gado diariamente. Como a fazenda está localizada em uma posição declive em relação às comunidades, os dejetos lançados no rio Curuperé acabam indo parar diretamente em pelo menos três igarapés: igapó-açu, bacuri e cataiandeua.
Uma moradora da área, que prefere não ser identificada, relata que o cheiro das fezes e urina é muito forte. Além disso, os peixes que viviam no rio estão morrendo. Ela ainda afirma que a água do rio mudou completamente, tornando-se pastosa e esbranquiçada.
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A Minerva Foods, que é a segunda maior empresa de carne bovina no Brasil, negou que esteja despejando o material de forma irregular e afirmou que atende as exigências da legislação vigente e que é comprometida com as causas socioambientais.
“A companhia adota as melhores práticas na condução de suas atividades e atua em colaboração permanente com os órgãos de controle ambiental e social. A empresa reitera também que não despeja qualquer tipo de dejetos no Rio Curuperé. A água de chuva gerada nas áreas de confinamento de gado é devidamente tratada em lagoas e enviada para irrigação de pasto, conforme autorizado em Licença de Operação.”, disse a empresa.
(DOL)
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