A família de Dayse Diana Sousa e Silva, morta após ser jogada de um prédio, acredita que as motivações do crime estão relacionadas a uma determinação da Justiça de 13 de fevereiro deste ano, que condena Diógenes dos Santos Samaritano, ex-companheiro da vítima e principal suspeito do feminicídio, a prestar serviços à comunidade, além de outras suspensões e proibições,
Em entrevista ao DOL na manhã desta segunda-feira (2), Stephannye Lemos, irmã de Dayse, disse quais são as prioridades da família neste momento e o que se espera alcançar diante a repercussão do caso. "Não queremos que esse caso fique no esquecimento e que a minha irmã se torne mais uma estatística", disse a irmã da vítima, que confessou que a família também vivia a perda recente da avó.
"Nossa mãe está tentando lidar com tudo isso. Por enquanto, ela está à base de medicamentos principalmente por conta de um problema de coração. E, apesar de não ter como minimizar os efeitos da perda, estamos fazendo o possível para que ela fique bem", complementa.
O corpo de Dayse foi velado e sepultado na tarde de ontem (1), em Marabá, sudeste paraense. Amigos e familiares estavam presentes e completamente abalados. “Ela não morreu por causa de uma doença ou de causas naturais, mas sim pela maldade humana e isso é revoltante”, desabafa.
"Uma pessoa completamente diferente", é dessa forma que Stephannye descreve Diógenes Samaritano após o casamento com Dayse. No início do namoro, ele se apresentava como um homem atencioso e carinhoso, mas as agressões teriam começado após o casamento e se agravaram com o nascimento do filho do casal.
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Diógenes foi preso em flagrante no último domingo, 31 (Reprodução)
AGRESSÕES
Stephannye afirma que o primeiro caso de violência foi em outubro de 2016. De acordo com os relatos de Dayse na sentença disponível no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), ela e Samaritano discutiam sobre o casamento quando foi empurrada por ele contra a parede, teve o braço machucado e levou um tapa na nuca ao comentar separação.
A segunda agressão, ainda de acordo com o relato no documento, foi no dia 23 de outubro daquele mesmo ano, envolvendo o filho do casal que estaria chorando. Dayse afirmou que Diógenes desferiu um soco em sua cabeça e ao saber que seria denunciado, seguiu com tapas, socos, pontapés, enforcamento, além de inúmeras ameaças de morte a ela e a família.
Nessa época, Dayse morava com o agressor em Parauapebas, mas levou o filho para Marabá, onde ficaram com a família durante um ano. "Nós sabemos que as agressões começaram quando ela se casou. Ela foi agredida, teve a cabeça machucada e o braço fraturado, ele ainda trancou ela dentro de casa, mas ela conseguiu fugir com o filho e veio até nós. Procuramos a polícia e um ano depois ela voltou a morar com ele. Agora esse ano saiu a decisão do juiz para ele [Samaritano] prestar serviços à comunidade e a gente acha que isso pode ter motivado o crime", disse.
Agora a família de Dayse segue em busca de justiça. Com os advogados acionados, espera-se que Diógenes seja penalizado, "apesar das brechas na lei", espera.
(Fernanda Palheta/DOL)
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