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PARÁ

Ver-o-Peso completa 392 anos entre o amor e a crítica

O mais conhecido ponto turístico de Belém e a maior feira livre da América Latina, o Ver-o-Peso completa 392 anos hoje (27). Para se ter uma ideia da importância do lugar para a economia da cidade, uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística

O mais conhecido ponto turístico de Belém e a maior feira livre da América Latina, o Ver-o-Peso completa 392 anos hoje (27). Para se ter uma ideia da importância do lugar para a economia da cidade, uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) aponta que perto de 50 mil pessoas circulam diariamente pelo local, injetando na economia paraense cerca de R$ 1 milhão por dia. Porém, há mais de 17 anos sem passar por uma reforma, o Ver-o-Peso clama por dias melhores.
Há 56 anos trabalhando no local, o vendedor de camarão Henrique Moraes tem uma rotina sagrada. Todos os dias ele acorda por volta das 4h da manhã e às 5h já está no local, juntamente com um ajudante contratado. “Sou do tempo de armar as barracas para trabalhar e depois precisar recolher. Daqui sempre tirei o sustento da minha família”, lembra. Henrique diz, orgulhoso, que conseguiu formar dois filhos: um médico e outro engenheiro e comprar uma casa própria. “Tenho tudo o que sonhei. Mas com certeza, gostaria de trabalhar em um local com uma estrutura melhor, mais limpo, porque isso ajudaria a atrair a clientela também”, lamenta.

CLIMA

Já a erveira Heloísa Neves trabalha no local há mais de 30 anos. “Começou com a minha avó, depois passou para a minha mãe e agora sou eu. Mas não sei se depois de mim vai ter alguém porque as coisas estão muito difíceis”, afirma. Ela reclama principalmente da quentura na época do verão e das cheias durante o período chuvoso. “Não sei nem dizer o que é mais necessário no momento. A única coisa que sei é que algo precisa ser feito para melhorar a nossa situação, porque do jeito que está, não dá para ficar”, alega.

Heloísa cumpre uma rotina de 8h da manhã até às 17h. “Praticamente passo mais tempo aqui. Esse lugar é a minha segunda casa. Gosto muito de trabalhar aqui, mas teríamos que apresentar uma estrutura melhor para os nossos clientes”, pede.

Estrutura de ferro da feira virou um dos símbolos da capital e um ponto de referência turístico local. (Foto: Ney Marcondes)

As barracas se destacam pela diversidade de produtos à venda, de pescado a frutas regionais. (Foto: Ney Marcondes)

Há 56 anos, Henrique Moraes cria a família com o sustento da venda de camarão. (Foto: Ney Marcondes)

A FEIRA

- Inaugurada no dia 27 de março de 1627, a maior Feira Livre a céu aberto da América Latina ocupa atualmente uma área de quase 30 mil metros quadrados. O local divide-se em Mercado de Peixe, Mercado de Carne, Feira da Alimentação e a Feira do Açaí. De acordo com o Dieese/PA aproximadamente 5 mil pessoas trabalham nesses espaços, distribuídas em cerca de 12 atividades comerciais, como a venda de frutas, verduras e legumes, peixes, carne, mariscos, aves vivas, farinha, comidas regionais, ervas, tucupi, maniva, açaí e artesanato.

- Um dos destaques é o mercado de peixes. Por dia, entre 80 a 100 toneladas de pescado são disponibilizadas para comercialização, com esse número chegando a 150 toneladas por ocasião da Semana Santa. São cerca de 40 tipos diferentes de pescado vendidos.

- Outro produto que tem destaque na feira é o açaí. Estima-se que cerca de 30 toneladas do produto são comercializadas no local. Além desses dois itens, é possível encontrar ainda os mais variados tipos de farinha de mandioca, maniva, tucupi, hortaliças como verduras e legumes, frutas como cupuaçu, bacuri, maracujá, acerola, goiaba, taperebá, e outras são vendidas no atacado e no varejo.

Turistas de diferentes povos e países se encontram ali

Entre turistas de outros estados e de outros países e moradores locais, a Feira do Ver-o-Peso recebe diariamente uma multiplicidade de pessoas. Basta uma caminhada pelo local para encontrar pessoas comuns de todas as classes socais e também tipos curiosos.

m deles foi um grupo de índios que, na manhã da última segunda-feira (25), aproveitava o dia para tomar café e provar outras iguarias da feira. Vindos do Mato Grosso, eles estavam na capital a passeio. “Gosto muito de vir aqui. Sempre que estamos em Belém venho aqui tomar açaí e comer peixe frito, porque onde moro não tem nada disso”, disse Tucunã, cacique da etnia Xavante e líder do grupo.

Frequentadora assídua da Feira do Ver-o-Peso, a tacacazeira Nazaré Flores mantém a rotina de compras na feira, pelo menos duas vezes por semana, há 20 anos. Ela acredita que algumas melhorias fariam diferença para quem trabalha e para quem frequenta o mercado. “Uma reforma pelo menos do piso e da cobertura já ia melhorar bastante”, garante.

Essa também é a opinião do vigilante João Valente. Sempre que possível, ele gosta de fazer compras na feira. “Venho aqui pela variedade de coisas, principalmente de frutas”, completa.

(Alexandra Cavalcanti/Diário do Pará)

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