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PARÁ

Campanha arrecada livros literários e educacionais

Foi depois que se viu privada de liberdade que a reeducanda Nazaré Pombo, 44 anos, descobriu um grande meio de libertação: a leitura. A interna do sistema penal lembra até hoje do primeiro livro que leu dentro do cárcere e, principalmente, da transformaçã

Foi depois que se viu privada de liberdade que a reeducanda Nazaré Pombo, 44 anos, descobriu um grande meio de libertação: a leitura. A interna do sistema penal lembra até hoje do primeiro livro que leu dentro do cárcere e, principalmente, da transformação que a experiência proporcionou à sua vida. “Desde que eu li ‘O menino do pijama listrado’ eu me apaixonei pela leitura”, diz.

O contato com o livro, antes rejeitado por Nazaré, se deu a partir do Programa de Remição de Pena através da leitura, possibilidade prevista na Lei de Execução Penal. Porém, o que a reeducanda conquistou com a prática vai muito além da possibilidade de reduzir 4 dias da pena a cada obra lida. “Eu não suportava ler. Passei a ler apenas dentro do cárcere. Hoje eu penso que, talvez, eu precisasse passar por isso para descobrir o livro e a leitura”, reflete. “Quando você aprende a ler, você fala melhor, você adquire conhecimento. Mesmo presa, quando eu leio um livro, eu saio de onde eu estou e tenho a oportunidade de conhecer lugares e culturas que eu nunca vi”.

A expansão de conhecimento e cultura proporcionada pela leitura foi responsável por mudar a perspectiva de futuro de Nazaré. Cumprindo regime semiaberto, a reeducanda já planeja o que fará quando não tiver mais nenhuma pendência com a Justiça. “Quando eu estiver em casa, quero ler para a minha neta, ler para os meus sobrinhos, ler para os amigos deles para que eles conheçam desde cedo o que eu só percebi dentro do cárcere, a importância da leitura”, planeja. “Eu quero me tornar professora de história”.

A história de transformação através da leitura evidenciada na experiência de Nazaré é justamente o objetivo da campanha “Reinsérie – Leitura nas Unidades Prisionais”, realizada pela Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe). Lançada na manhã de ontem (10), na Praça da República, a campanha pretende arrecadar livros literários e educacionais para a estruturação e implantação de bibliotecas em todas as unidades prisionais do Estado.

BIBLIOTECAS

Diretor de Reinserção Social da Susipe, Edwilson Nascimento aponta que, hoje, o Pará tem 48 unidades prisionais, porém, apenas 23 delas possuem bibliotecas. A proposta é possibilitar que todas as unidades, sem exceção, contem com essa estrutura. “A nossa meta é ter um acervo de cerca de 4 mil livros em cada unidade penal e só temos como fazer isso acontecer com o apoio da sociedade”.

O diretor aponta que os livros dão suporte para o desenvolvimento de uma série de programas. Além do de remição de pena pela leitura, há ainda a oportunidade dos internos terem acesso à educação formal através do EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Os livros são importantes, também, para dar suporte à preparação dos internos que se submetem ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A presença de uma biblioteca em uma unidade é emblemática porque, sem livros, não há leitura”, considerou Edwilson. “E o primeiro passo para que aumentemos o número de bibliotecas é essa campanha de arrecadação”.

Certo da importância da reinserção, o aposentado Pedro Paulo Lobato, 73, fez questão de separar alguns livros de seu acervo para doar ao projeto. Dentre os escolhidos, tinham clássicos como os de Machado de Assis. “Se não ajudarmos, quem irá ajudar?”, considerava. “A sociedade tem que contribuir para que eles possam expandir a mente para outras coisas”.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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