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Especialista alerta sobre a falta de alternativa para o lixo de Belém

As prefeituras de Belém e Ananindeua, as maiores da Região Metropolitana, continuam sem apresentar qualquer alternativa. Marituba apenas se defende informando que espera um posicionamento dos municípios vizinhos. E a população continua sem saber onde serã

As prefeituras de Belém e Ananindeua, as maiores da Região Metropolitana, continuam sem apresentar qualquer alternativa. Marituba apenas se defende informando que espera um posicionamento dos municípios vizinhos. E a população continua sem saber onde serão depositadas as 40 mil toneladas de resíduos que o Aterro Sanitário de Marituba recebe mensalmente após o dia 31 de maio, quando o empreendimento será encerrado.

Uma luz no final do túnel surgiu essa semana com a formação de uma espécie de consórcio dos 3 municípios para tentar achar uma solução técnica, ambiental e economicamente viável. O primeiro passo será a realização de uma visita técnica ao aterro amanhã (18), com representantes das secretarias de Saneamento e da área de engenharia dos municípios, Ministério Público, UFPA e com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

A proposta foi apresentada pelo prefeito Zenaldo Coutinho na última quarta-feira (13) durante mais uma reunião ampliada para debater o assunto no Palácio Antônio Lemos, com participação de representantes de secretarias municipais, do Estado e do Ministério Público.

Se os técnicos municipais apontarem para a viabilidade da continuidade das atividades e a empresa se recusar a mantê-las, medidas jurídicas serão tomadas contra a Guamá Tratamento de Resíduos, que gerencia o aterro. A apresentação do relatório da inspeção de amanhã ocorrerá no dia 25, numa nova reunião na Prefeitura de Belém. Como não há solução à médio prazo, a situação pode ficar crítica. “Vemos como fica a cidade com poucos dias sem a coleta regular”, destaca Leonardo Araújo, engenheiro sanitarista.

POLÍTICA

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece o fim dos lixões até o ano de 2014 e sua substituição por aterros sanitários em todos os municípios brasileiros com mais de 200 mil habitantes.

“Belém só conseguiu implementar seu aterro de maneira muito forçada em julho de 2015, que agora vai encerrar suas atividades com menos de 4 anos de operação sem que uma saída tenha sido apresentada. A situação é grave e preocupa”, diz o especialista.

(Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

Próximos de centros urbanos, aterros causam vários transtornos

O aterro sanitário de Marituba é um empreendimento privado que funciona sob a forma de consórcio, envolvendo os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara. O pagamento é feito por tonelada de resíduo depositado. Ao chegar no local o resíduo é acondicionado, os gases são coletados e o chorume é tratado. “Ocorre que as prefeituras estão em débito com a empresa que administra o aterro e isso ocasionou problemas que resultaram no fechamento do empreendimento. A empresa diz que houve um esgotamento pela falta de novas células para recebimento de resíduos”, lembra Leonardo.

O especialista cita vários problemas que precedem a instalação do aterro sanitário em Marituba. O principal deles é a localização. “Aterros sanitários sempre causam transtorno, por mais que fiquem distantes dos centros. Ocorre que as populações aumentam, as cidades aumentam e as ocupações vão no mesmo caminho para as áreas mais periféricas onde esses aterros se localizam”.

No caso de Marituba, o engenheiro diz que existem muitas comunidades próximas aos empreendimentos. “Em nosso Estado há um alto índice pluviométrico e gerenciar resíduos em regiões com muita chuva é complicadíssimo: o volume de chorume aumenta, os resíduos se tornam mais úmidos e o odor aumenta ocasionando problemas para as populações do entorno”.

Para evitar ou minimizar esse tipo de problema a solução, diz Leonardo, seria instalar esses aterros em áreas cada vez mais distantes das regiões metropolitanas, que teria o ônus de tornar o preço da tonelada mais caro. “Existe ainda a solução de se criar estações de transferência instaladas em pontos intermediários, onde os resíduos poderiam ser acumulados, fazendo um transporte posterior para o aterro localizado num ponto mais distante”, explica.

(Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

População deve começar o tratamento dos próprios resíduos

O aterro sanitário ainda é a opção ambientalmente e tecnologicamente correta para descarte final de resíduos sólidos de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Essa é a alternativa mais adequada sem sombra de dúvida. O que temos é que investir é nas etapas anteriores que precedem a chegada desses resíduos aos aterros, para reduzir os depósitos”, garante o engenheiro.

Antes de chegar à etapa final de deposição e resíduos em aterros sanitários o especialista diz que existem outras etapas, envolvendo principalmente a educação ambiental da população. “Fazer a separação e acondicionar corretamente os resíduos ainda em casa é fundamental. A coleta e transporte adequados também são importantes para uma eficiência maior na destinação final”, ensina.

A reciclagem e a compostagem (a transformação do resíduo em adubo) antes de entrar nos caminhões de coleta, incineração e resíduos perigosos seriam etapas fundamentais nesse processo. “Pensar apenas na destinação final sem inserir um gerenciamento e tratamento desses resíduos é um erro grave que contamina todo o processo lá na ponta”, coloca Leonardo.

Enquanto as prefeituras não se acertam e não apontam soluções para o depósito dos resíduos, Leonardo aconselha a população a investir cada vez mais no tratamento do lixo que produz em casa para minimizar a quantidade de resíduos que são depositados no aterro. “Paralelamente a isso precisamos investir na educação a população. Vemos diariamente pessoas jogando carradas de aterro nas ruas, móveis e geladeiras em canais e depositando quilos lixo nas esquinas. Nossa cultura precisa mudar”, aconselha.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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