Professora paraense faz campanha de arrecadação para poder apresentar trabalhos na Suécia

A paraense Ana Carolina Almeida Souza será a única representante da Amazônia na 3ª edição do Geomedia, evento mundial de Comunicação que ocorrerá de 7 a 10 de maio, na cidade de Karlstad, Suécia. A jovem professora teve dois trabalhos aprovados.

Único no planeta, a ida até o evento é bastante cara e, para isso, a professora e pesquisadora precisa de colaborações. Para isto, está disponível na internet uma campanha de arrecadação com o nome "Aninha na Suécia". São aceitas qualquer quantia. No link é possível ver mais detalhes da campanha e da pesquisadora.

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Sobre as aprovações, ela disse em entrevista exclusiva ao DOL que está "orgulhosa, feliz, mas ao mesmo tempo com muita responsabilidade. Apesar de não estar morando em Belém, sou filha de igarapé e sou o que sou porque vim do Pará. A minha forma de enxergar a pesquisa, assim como o meu envolvimentos com os projetos que deram origem a esses trabalhos e todos os outros que me envolvo, têm a ver com a minha história. Espero conseguir continuar levando isso comigo para onde for, seja Belo Horizonte, seja Suécia, seja Marte (risos)", disse.

A pesquisadora ainda comentou os trabalhos aprovados: "Educação Transmídia e o espaço: um estudo de caso no Brasil, Timor Leste e Moçambique", que relata a experiência que o projeto de cooperação internacional do grupo Media Ação, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No projeto, são levados conhecimentos e métodos da transmídia para esses países de língua portuguesa, buscando ajudar na solução dos problemas educacionais e culturais bem específicos deles.

Outro trabalho selecionado foi "URSAL: a construção de um território de consumo baseado em memes e produtos"), que tem como foco discutir como houve uma construção da "nação" URSAL, durante as eleições do ano passado, a partir de memes criados, hashtags e produtos (reais ou fictícios), e como esse território acabou se tornando uma espécie de 'povo' a parte, unidos por camisetas, passaportes e mascotes.

O EVENTO

Organizado pelo grupo de pesquisa Geomedia, que é liderado por um dos "pais" de pesquisas desse tipo, André Jansson, a programação ocorre no país escandinavo a cada dois anos e tem o foco nas pesquisas que relacionam espaço e mídia. Apesar de pouco estudada no Brasil, os três pilares das pesquisas da geomedia são: midiatização do espaço e da cultura; espaços de novas produções e consumo e, por fim, turismo e mobilidade.

Great panel on local journalism with @nikkiusher @LarsNyre @docmattweber and @AccidentalPO at #geomedia17 there's some hope, but not much! pic.twitter.com/rwEHQawM9U

— Geomedia 2019 (@geomedia2019) 10 de maio de 2017

Segundo Ana Carolina, que é jornalista, atualmente doutoranda em Comunicação Social na UFMG, e professora no IEC PUC Minas e no Unibh, a inovação na pesquisa em comunicação é fundamental

"Eu acredito que mais do que estudar os meios de comunicação e falar deles, a comunicação precisa se reconhecer como campo que adere de modo quase orgânico às nossas vidas. Partindo dessa compreensão, penso que provocar o nosso cotidiano e a nossa vivência, até mesmo a forma como a gente enxerga os elementos que já parecem estar tão banais pra gente (como a cidade, nossas relações humanas, a escola, os celulares ou algo nesse sentido) é um papel que a comunicação pode - e deve - exercer", finalizou.

COLABORE

Para contribuir com a campanha com qualquer valor, basta clicar aqui.

(DOL)