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Filha de vendedora de chopp vai para a UFPA e emociona na internet

Caçula de quatro irmãos e estudante de escola pública. Aos 18 anos, Monique Evelen Pinheiro conquistou uma das 40 vagas disputadas por quase mil pessoas no curso de Serviço Social matutino, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O que a tornou conhecida

Caçula de quatro irmãos e estudante de escola pública. Aos 18 anos, Monique Evelen Pinheiro conquistou uma das 40 vagas disputadas por quase mil pessoas no curso de Serviço Social matutino, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O que a tornou conhecida não foi ter o nome na lista dos aprovados deste ano, mas a imagem que retratava a emoção da sua mãe, uma vendedora de chopp, ao encontrar com a filha após a divulgação do listão.

A foto postada por Jaqueline, irmã mais velha de Monique, viralizou nas redes sociais - recebeu até ontem a noite quase 6 mil curtidas e mais de 5 mil compartilhamentos, além dos elogios. “A minha ficha demorou a cair. Fiquei muito emocionada ao ver minha irmã e minha mãe chorando muito, de felicidade. Sou a primeira filha a passar na federal. Tenho a consciência de que eu não sou a regra”, diz ela que alcançou 713 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), suficiente para estar entre os 10 primeiros lugares do curso.

A caminhada de Monique até a aprovação no vestibular não foi fácil. Principalmente quando se trata de uma garota que nasceu no interior de Bragança, nordeste paraense, que sempre dependeu do ensino público e batalhou para entrar no ensino superior. Ela contou que a rotina dos estudos acontecia, praticamente, dentro das salas de aula e dos ônibus, sobretudo durante o trajeto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) – onde cursava o ensino médio integrado ao técnico em eventos - para casa, no bairro do Distrito Industrial, em Ananindeua. Monique também fazia cursinho municipal em Belém, específico para o vestibular.

“Eu não conseguia estudar em casa. Saía seis da manhã de casa e só chegava às oito da noite. Às vezes levava almoço de casa, mas quando não dava e não tinha dinheiro para comprar uma refeição, comia apenas um lanche até chegar em casa. Cada centavo era contado. Minha rotina foi puxada, mas, valeu muito a pena. Passei logo de primeira e só fiz cursinho quatro meses antes da prova”, lembra.

APOIO

Quem deu o principal apoio moral e financeiro foi a mãe, Marivalda Oliveira Pinheiro, de 49 anos. De segunda-feira a sábado, a senhora de pouco mais de 1,40, sai de casa com um isopor na garupa de uma bicicleta para vender chopp de frutas, em um ponto de ônibus na rodovia BR 316, próximo a Marituba. Com a renda que tira da venda, uma média de 70 por dia - cada um custando R$ 1 - Marivalda sustenta Monique e mais um filho, que se prepara para o próximo Enem. Ela está na atividade há pouco mais de 1 ano, desde que ficou desempregada.

Na manhã de terça-feira (29), dia da divulgação do listão, Marivalda estava começando as vendas quando recebeu a ligação da filha mais velha. Ela parou tudo e foi correndo pra casa. “Comecei a gritar de tanta felicidade. Não existe coisa mais maravilhosa. Eu sei de todo o sacrifício que ela fez e eu sempre dizia: vai ser federal. Ela é meu orgulho”, conta, emocionada.

Para a mãe da caloura, a aprovação é sinônimo de persistência. “Essa aprovação começou lá atrás, no interior de Bragança. Era o sonho da minha mãe que os filhos e os netos fossem alguém na vida. Só tenho gratidão por tudo”, completa.

Monique lembra que, no dia da divulgação do listão, estava muito nervosa. “Uma amiga me ligou dizendo que eu havia passado. Não esperei ouvir meu nome no rádio, corri para a internet e lá estava meu nome. Não é clichê, mas eu queria algum curso que fosse útil para a sociedade, que realmente eu pudesse fazer o bem”.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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