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Você se considera uma pessoa estressada? O 'Te Cuida' te ajuda!

Você se considera uma pessoa estressada?! Sabe identificar o nível de estresse que vive no seu dia-a-dia? Inclua na lista: um novo trabalho, fazer uma rota alternativa na condução em que está ou falar com pessoas desconhecidas. De forma geral, a partir do

Você se considera uma pessoa estressada?! Sabe identificar o nível de estresse que vive no seu dia-a-dia? Inclua na lista: um novo trabalho, fazer uma rota alternativa na condução em que está ou falar com pessoas desconhecidas. De forma geral, a partir do momento em que você precisa lidar com situações inesperadas, o seu psicológico 'se arma' para enfrentá-las, podendo ou não ser quase imperceptível.

"O estresse nada mais é do que uma reação fisiológica do organismo frente a uma série de eventos que representem desafios ao indivíduo. É como estar em um carro e fazer uma ultrapassagem: o carro [que é você] tem que acelerar [o estresse] e ultrapassar o outro veículo [o desafio] para retornar à sua faixa anterior", explica o psicólogo Thiago Dias Costa, professor e doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento, da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).


Psicólogo Thiago Dias Costa explica os efeitos do estresse no indivíduo (Foto: Arquivo Pessoal)

Em resumo: estar estressado é uma reação diária e normal. O problema é se sentir sempre assim. "É como estar com o carro sempre acima da velocidade mesmo depois da ultrapassagem. Isso desgasta o carro, além de ser perigoso", pontua.

Costumamos associar os efeitos do estresse apenas às pessoas que estão irritadas, o que não é uma inverdade, mas há muito mais dos sintomas que, dependendo do grau de intensidade, podem também levar à morte.

"Na psicologia existem quatro fases do estresse: a natural, a leve, a moderada e a crônica. No sintoma mais comum, que é o adoecimento mental, você sonha com coisas relacionadas ao trabalho. Já no crônico temos o transtorno gastrointestinal, a perda de cabelo, a cefaleia, além de problemas na pele ou no sistema circulatório", enumera.


Glauber conta como foi a experiência de tentar conciliar o trabalho com a família (Foto: Arquivo Pessoal)

"TENHO DOIS EMPREGOS"

A narrativa pode ser clichê, mas desde que o mundo é mundo, precisamos pagar as nossas contas. Glauber Marques, de 36 anos, trabalhou em agências publicitárias de Belém por mais de 10 anos. Apesar de gostar do que faz, as coisas mudaram com a chegada do primeiro filho. A vida corrida sem horários fixos já não dava mais gosto ao publicitário, que não tinha mais tempo ou disposição para a família.

Ele conta que a vida ficou mais complicada quando foi chamado para assumir a vaga que conquistou em um concurso público em 2016. O emprego pela manhã abriu espaço para assumir as tarefas da agência no restante do período, mas a rotina desgastante e estressante o obrigou a largar pouco tempo depois, em outubro de 2018. "Enquanto o concurso me deu mais qualidade de vida com um trabalho mais tranquilo, a renda financeira diminuiu consideravelmente, já que eu ganhava um terço a menos do que na agência".

Não vendo alternativas e precisando de uma grana extra, Glauber se aventurou nas ruas da capital como motorista de aplicativo. Ainda que fosse uma experiência maravilhosa conversar com seus passageiros e manter o horário flexível, ele diz que o serviço não era rentável. "Fiquei como motorista de aplicativo por três meses e saí em dezembro passado, o pouco que eu recebia mal ia para o combustível", avalia.

"Hoje eu vivo em um período de transição de um emprego para outro. Quando se é solteiro, a gente não sente quase nada, mas com a chegada do meu filho tudo mudou. Posso dizer que o meu estresse começou depois dele, porque eu sentia necessidade de estar em casa e passar mais tempo, mas não podia porque tinha que cumprir os trabalhos. Fisicamente a minha esposa já não me reconhecia mais, meus cabelos caíram e eu parecia um zumbi", relembra.

O publicitário disse que cogitou até empreender em uma venda de bolos, mas desistiu da ideia. Cansado das várias tentativas, bateu o martelo no início desse mês com os trabalhos em casa: "Eu apostei no home office. Foi uma decisão muito séria, afinal de contas, você tem que correr atrás do trabalho para conseguir o sustento, ainda mais tendo um filho", confessa.

(Arte: Vicente Crispino)

CONHEÇA OS PERFIS

Vivemos em um mundo constantemente desafiador e tudo isso cobra do organismo. Após trabalhar em uma linha de pesquisa voltada para o estresse crônico no ambiente de trabalho, o psicólogo Thiago Costa desenvolveu metodologias importantes para sanar ou amenizar os sintomas. "É importante não submestimá-los, pois pode ocasionar em doenças vasculares, paradas respiratórias ou AVC", alerta.

O trabalho acadêmico possibilitou também filtrar os tipos de pessoas vítimas de estresse ou quais as áreas de trabalho são mais propensas a desenvolver a doença: pessoas mais jovens são mais estressadas do que os mais velhos, por exemplo, porque as primeiras, além de estarem cada vez mais conectadas nas redes sociais (ambiente propício para desenvolverem crises de ansiedade), não carregam a experiência vivida pelos mais velhos frente aos desafios.


Glauber encontrou na família e na religião uma forma de trabalhar saúde mental (Foto: Arquivo Pessoal)

No caso de Glauber, a forma encontrada para manter a saúde mental foi na própria família e na igreja. Ele reserva as quintas e os domingos para se espiritualizar, desfrutar da companhia dos amigos e fazer caminhadas até a hora em que precisa voltar aos trabalhos em casa.

"Eu posso dizer que está sendo ótimo trabalhar assim, perto dos meus filhos. Eu amo agência, mas prefiro não voltar, só se fosse por necessidade. Trabalhar em casa vai ser um sucesso? Não sei, mas por hora feliz", diz confiante.

LOCAIS DE ATENDIMENTO

Em Belém e distrito, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) oferece uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), composta pela Atenção Básica com as Unidades Municipais de Saúde (UMS) e com o Núcleo de Atenção à Saúde da Família (NASF), através dos Hospitais de Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti (Umarizal) e Humberto Maradei Pereira (Guamá); pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Sacramenta, Icoaraci e Terra Firme; e pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que funcionam recebendo demandas encaminhadas da atenção básica e demandas espontâneas.

Existem nove CAPS: cinco de gestão estadual e quatro de gestão municipal, sendo eles:

  • Casa de Saúde Mental da Criança e do Adolescente (CAPSI) - Avenida Duque de Caxias, 945- Marco.
  • Casa de Saúde Mental do Adulto - Avenida José Bonifácio, 930- São Brás.
  • Casa Mental Álcool e Drogas - Avenida Gov. José Malcher, 1457 - Nazaré.
  • Casa Mental Mosqueiro - Rua 15 de Novembro, 551 Vila- Mosqueiro.

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Reportagem: Fernanda Palheta

Edição: Fabiana Batista

Produção: Monique Costa

Arte: Vicente Crispino

(DOL)

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