Com a cesta básica mais cara, o paraense precisa “se virar nos trinta” para se alimentar minimamente bem. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (8) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O levantamento aponta que em dezembro último, a alta da cesta básica foi expressiva, com um aumento de 2,71%, totalizando R$ 328,31. Na visão do economista e supervisor do Dieese, Roberto Sena, esse valor exige do paraense e sua família quase dois salários mínimos como garantia de suas necessidades.
“O custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta de dois adultos e duas crianças, ficou em R$ 1.146,93, sendo necessários, portanto, cerca de 1,2 salários mínimos para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e sua família, somente com alimentação”, avalia.
SALÁRIO MÍNIMO NÃO É SUFICIENTE
Não surpreende que aquele dinheirinho suado no fim do mês ficou comprometido. A pesquisa afirma que, para comprar os itens mais básicos da lista, foi necessário que o trabalhador comprometesse 43,57% do seu salário mínimo de R$ 954.
Um dos motivos desse ‘comprometimento’ do salário foi por conta dos reajustes sofridos em 2018. Como é o caso do tomate, que apresentou alta de 49,74%, seguido do Arroz (21,10%), do leite (15,25%) e do pão (6,16%).
“O salário mínimo necessário para atender as necessidades básicas deveria ser de R$ 3.960,57, sendo que este valor é quatro vezes mais do que o atual em vigor [R$ 954 até o dia 31 de dezembro último]”, explica Sena.
Veja abaixo o quadro demonstrativo que mostra a variação de preços dos produtos mais básicos que compõem a mesa do paraense:
(DOL)
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