Uma nova versão foi contada ao DOL na tarde desta sexta-feira (16) a respeito da morte do investigador Cláudio Matos, que atendia uma ocorrência na noite de ontem (15) junto com uma equipe policial na travessa Humaitá, com a avenida Visconde de Inhaúma, no bairro Pedreira, em Belém.
Tudo começou na noite da última quinta-feira (15) quando o investigador da Polícia Civil, Cláudio Matos, em companhia da equipe policial e de um delegado de plantão, foi atender a uma ocorrência na travessa Humaitá, com a avenida Visconde de Inhaúma, no bairro Pedreira, em Belém.
A referida ocorrência se tratava do delegado Alexandre Calvinho ameaçando um vizinho, que prestou queixa na polícia porque a filha do policial, de 13 anos, brincava com a campainha do prédio.
Após o chamado, o investigador e o delegado de plantão foram até o local, o prédio onde Calvinho mora, quando deu início a uma discussão. De acordo com a nota da Polícia Civil, o IPC Cláudio passou mal porque teria discutido com Calvinho; ele foi atendido e encaminhado para um hospital particular, mas não resistiu e morreu.
Após o acontecido, Calvinho foi conduzido à Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), onde foi autuado por crime de ameaça a um vizinho, desobediência, desacato, entre outros crimes.
Em entrevista, o vice-presidente do Sindpol, Pablo Farah, esclareceu que em nenhum momento o investigador Matos teria discutido com o delegado Alexandre Calvinho. Pelo contrário, quem discutiu e "engatou" em uma luta corporal foi o delegado de plantão que estava junto com o investigador para atender a ocorrência.
"Nós repudiamos a ação desastrosa da Decrif. Repudiamos a forma como foi feita a abordagem da ocorrência de uma simples briga, discussão de vizinhos, que poderia ter sido resolvida da melhor forma possível, com uma simples intimação a outra parte [que era o delegado Calvinho]", diz Farah.
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BRIGA ENTRE DELEGADOS
Ele afirma que o delegado de plantão teria entrado na residência de Calvinho e dado voz de prisão, tentando levá-lo à força. Os dois delegados teriam iniciado uma luta corporal e que, diante da situação, o investigador Cláudio Matos sofreu um infarto e faleceu.
Inclusive, um vídeo enviado ao DOL mostra o momento em que os dois delegados brigam. Várias pessoas tentam conter Calvinho, de blusa preta, enquanto o delegado de plantão, ao chão e usando um colete, tenta se desvencilhar do colega de trabalho.
"O Sindpol já vinha denunciando algumas arbitrariedades por parte de alguns delegados da Decrif, que de forma parcial conduz a primeira ocorrência que chega e que não têm a experiência de primeiro investigar, produzir provas e tomar o juízo de admissibilidade", e ressalta, "hoje foi um policial que infartou em uma ocorrência, mas poderia ter tido um desfecho até mais trágico".
O DOL entrou em contato com a Polícia Civil, que afirmou que a Decrif não deu nenhuma manifestação sobre a denúncia do Sindpol e que a instituição se posicionou sobre o caso através de nota
DELEGADO FOI SOLTO
Também na tarde desta sexta-feira (16), a justiça concedeu o relaxamento de prisão do delegado Alexandre Calvinho Broni porque, segundo o documento emitido, foi "desnecessária e descabida por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo".
No documento em questão é dito também que, "para manter o máximo de direitos possíveis da vítima e de todos os integrantes envolvidos", exige-se que o delegado seja suspenso do cargo e do direito de usar a arma de fogo.
(Fernanda Palheta/DOL)
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