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Jatene gastou R$ 86 milhões por km no prolongamento da João Paulo II

É incrível, mas verdadeiro: o prolongamento da avenida João Paulo II, executado pelo Governo de Simão Jatene em Belém, consumiu mais de R$ 86 milhões por km, ou cerca de 80 vezes mais que o custo/km das rodovias implantadas no Pará, nos últimos anos. Por

É incrível, mas verdadeiro: o prolongamento da avenida João Paulo II, executado pelo Governo de Simão Jatene em Belém, consumiu mais de R$ 86 milhões por km, ou cerca de 80 vezes mais que o custo/km das rodovias implantadas no Pará, nos últimos anos. Por incrível que pareça, o valor do km da João Paulo II supera até mesmo o custo/km de uma ferrovia.

Segundo números do Siafem, o sistema de administração financeira de estados e municípios, o governador Simão Jatene gastou R$ 404,6 milhões no prolongamento da João Paulo, que tem apenas 4,7 quilômetros de extensão. Já a tal “Ferrovia Paraense”, projetada por ele para cruzar 23 municípios, está estimada em R$ 14 bilhões, para 1.312 quilômetros, o que dá R$ 10,7 milhões por km, ou 8 vezes menos que a avenida.

João Paulo II: Avenida nova, problema antigo

O custo por km da João Paulo II também representa 11 vezes o previsto para a Ferrovia Transnordestina, que ligará três estados do Nordeste brasileiro (Ceará, Pernambuco e Piauí). Ela terá 1.753 quilômetros de extensão e as estimativas mais recentes são de que acabe custando R$ 13 bilhões, o que dará R$ 7,5 milhões por km.

E olhe que a Transnordestina, que se arrasta há anos, está cercada por tantas suspeitas de irregularidades que já teve até suspensos os repasses financeiros, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Em entrevista à imprensa, em 2014, o então presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Gustavo Bambini, informou que cada quilômetro de ferrovia custa, em média, 7 vezes mais que um quilômetro de rodovia.

Na época, ele estimou o custo de um quilômetro de ferrovia em 1,5 milhão de dólares (sem contar com pontes e viadutos), contra os 200 mil dólares, em média, do quilômetro de uma rodovia. Isso significa que com o preço do dólar a R$ 4,00, um quilômetro de rodovia custaria hoje, em média, R$ 800 mil, contra os R$ 86 milhões da João Paulo II.


(Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

Moradores fazem protesto em inauguração de prolongamento da João Paulo II

GOVERNO

A estimativa de Gustavo Bambini vai, aliás, ao encontro de informações do próprio Governo Jatene, sobre o custo da construção de rodovias no Pará. No Relatório de Avaliação de Programas do Plano Plurianual (PPA) de 2016 a 2019, o governador diz que gastou, no ano passado, R$ 55,859 milhões para construir 66 quilômetros de rodovias, o que dá pouco mais de R$ 846 mil por km. O número não difere muito, também, de informações anteriores do próprio governo.

Na Mensagem que enviou à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em 2015, Jatene afirma que investiu, entre 2011 e 2014, R$ 86,7 milhões na implantação de 78,60 quilômetros de rodovias, o que dá R$ 1,1 milhão por km. Então, como explicar que o quilômetro da João Paulo II custe cerca de 80 vezes mais do que as demais rodovias construídas pelo mesmíssimo governo?

O prolongamento da João Paulo começou a ser realizado em 2013 e se arrastou por cinco anos, até ser entregue, na sexta-feira (21), já às vésperas das eleições deste ano e sem que as passarelas estivessem prontas.


(Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

A OBRA

O prolongamento da João Paulo II é parte do projeto Ação Metrópole, que é executado pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM). Pelo contrato entre o NGTM e a construtora Camargo Corrêa, publicado no Diário Oficial da União (DOU), de 21/05/2013, seção 3, página 175, o prolongamento custaria cerca de R$ 249 milhões e ficaria pronto até 31 de outubro de 2014.

Já no ano passado, a informação do NGTM era de que a obra custaria R$ 302 milhões. Mas, como se pode constatar pelos números do Siafem, mesmo esse valor foi largamente ultrapassado.

Motoristas reclamam do tempo dos semáforos no novo trecho da João Paulo II

Segundo informações que estão no site do NGTM, os recursos são provenientes do FGTS/Caixa Econômica Federal, do Orçamento Geral da União (OGU) e do Tesouro Estadual (a contrapartida prevista era de R$ 118 milhões).

As obras incluíram drenagem, iluminação, monitoramento de segurança, ciclovias, passarelas de pedestres e a construção da quarta pétala do viaduto do Coqueiro. A rodovia tem duas pistas, cada uma com 10,50 metros de largura, acostamentos com 2,50 metros, canteiro central, calçadas e duas pontes, de estrutura concreto- metálica. Uma tem 176 metros; a outra, 224 metros.

(Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará)

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