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Mercado de São Brás é o retrato do descaso com o patrimônio de Belém

A imponente construção do Mercado de São Brás, de 1911, se deteriora a cada dia que passa. A obra, erguida durante a época áurea do ciclo da borracha, hoje é o reflexo do descaso diante à conservação da nossa história. Do lado de fora, a pintura descascad

A imponente construção do Mercado de São Brás, de 1911, se deteriora a cada dia que passa. A obra, erguida durante a época áurea do ciclo da borracha, hoje é o reflexo do descaso diante à conservação da nossa história. Do lado de fora, a pintura descascada se mistura as pichações nas paredes. As pedras portuguesas do piso estão soltas, formando buracos e colocando em riscos quem circula por ali.

Fiação exposta e outras irregularidades no Mercado de São Brás; veja as imagens

O mato se alastra por toda a estrutura do local e os pilares de sustentação estão tomados por infiltrações e rachaduras, e os portões caem aos pedaços com ferrugem. A entrada do prédio central, em frente à Praça Floriano Peixoto, conta com pouca iluminação à noite e se tornou abrigo para moradores de rua. Do lado de dentro, a situação é bem pior. As telhas estão soltas, a fiação exposta e os holofotes quebrados, alarmando quem vive, diariamente, por ali.


(Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

“Quando chove, molha mais dentro do que fora. As telhas tremem e o medo é que tudo desabe”, conta o vendedor de móveis Thiago Lopes, 39 anos. Em junho de 2017, parte do teto de vidro do prédio desabou durante uma chuva. As placas do revestimento de metal soltaram, atingindo o setor de venda de móveis, que ficou completamente alagado. Feirantes e consumidores chegaram a sair correndo com barulho. O abandono tem sido denunciado pelo DIÁRIO ao longo dos anos, porém, nada tem sido feito.

COMPLEXO

O descaso vai além do prédio central. O complexo de São Brás é formado por praça de alimentação, o mercado de peixe e de carne e a feira de hortifrúti. Na parte inferior do setor que vende crustáceo- um estacionamento- , outra situação assusta os comerciantes: uma tubulação jorra água, dia e noite, aparentemente limpa. O descaso já foi denunciado pelos trabalhadores, contudo, até hoje, nem a Companhia de Saneamento – Cosanpa e muito menos a Prefeitura de Belém, tomaram providências.

O estacionamento, usado para descarga de mercadoria está completamente insalubre. Além do vazamento, há lama, sujeira e o teto está coberto de limo. Com tanta umidade, o medo de quem trabalha por ali, é adoecer. “Tudo é muito fechado, não tem iluminação e nem circulação de vento. Com essa água, tudo piora”, reclama o transportador de mercadoria, Orlando Correa, 59, que há 22 anos frequenta o local.

À noite, a via se transforma em abrigo de moradores de rua e usuário de drogas. Até assassinatos já foram registrados no local, que fica a duas quadras da Seccional Urbana de São Brás e da Divisão de Homicídios. “Eu nunca vi tanta coisa ruim neste Mercado: abandono, insegurança, falta de iluminação. Estamos na pior fase”, reclama Edimilson Espírito Santo, 60, que trabalha há 30 anos na feira vendendo tucupi. “A Prefeitura vem, faz apenas uma limpeza rápida e vai embora. Com pouco tempo, tudo volta a ficar sujo. As pessoas estão se afastando, procurando outras feiras”, lamenta Edimilson.

(Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

População se mobilizou para fazer limpeza do local

No mês passado, o boato de que o mercado estava pegando fogo, circulou nas redes sociais, deixando a população apavorada com a possibilidade de um prédio histórico estar sendo destruído pelo fogo, semelhante ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. A situação reacendeu a discussão sobre o abandono do local.

A cantora paraense, Gina Lobrista, através das redes sociais, mobilizou um mutirão de limpeza na praça em frente ao prédio principal. Dezenas de pessoas levaram vassouras, sabão e lavaram os monumentos, o chão e as paredes. Na época, a Prefeitura de Belém informou, em nota, que as feiras de Belém recebem os serviços de recolhimento e entulho diariamente, no turno da tarde, onde o volume de lixo recolhido supera 80 toneladas.

Em nota, a Cosanpa informou que enviou uma equipe técnica até o local para averiguar o problema. Já a Prefeitura de Belém não retornou à solicitação da reportagem.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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