Ruas da Terra Firme colocam moradores em risco

A mobilidade tem se tornado um desafio no bairro da Terra Firme. Em diversas ruas, os moradores precisam contornar grandes buracos, lamas e pavimentação irregular para se deslocar. A precarização das vias traz prejuízo aos comerciantes e já causou até mesmo acidentes, mas a Prefeitura de Belém não parece atentar para o fato.

A Terra Firme é um dos bairros mais populosos de Belém. A avenida Celso Malcher é a rua principal, onde está a maior parte das lojas de departamento e se concentram estabelecimentos de todos os tipos, além da feira aberta, escola e a Praça Amazonas, de referência na área. Tem suma importância para a vida dos moradores, não apenas para fazer compras e passear, mas também por ser trajeto da maioria dos ônibus.

(Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

Durante todo o dia, a movimentação é intensa e o cenário é de caos. Bicicletas, pedestres, motocicletas, carros, ônibus e até caminhões disputam espaço na rua mão dupla, que é mal sinalizada e esburacada.

Segundo o comerciante André Monteiro, 40, a avenida já foi melhor, mas piorou quando começaram as obras de drenagem do canal do Tucunduba, que fica na fronteira entre Terra Firme e Guamá. “Essas obras não terminam e desde então começou a ter alagamento onde antes não tinha, como aqui. Quando chove, para tudo, o trânsito, o comércio. Prejudica muito nossas vendas”, relata.

A dona de casa Maria Socorro, 54, conta que já viu várias pessoas caírem em uma imensa cratera que se formou na Celso Malcher, próximo a São Domingos. “Quando a gente sai de casa, tem de sair praticamente de bota por causa desses alagamentos. Essa cratera já está aí há cerca de cinco meses e muita gente cai de moto, bicicleta ou a pé”, diz.

Na rua Santa Helena, a situação também é lamentável. Muitos buracos por todo o caminho causam dor de cabeça nos moradores, que precisam se unir para tentar amenizar a insegurança da via. “Em eleição, os políticos aparecem, mas no resto do mandato esquecem daqui. Quando chega o inverno, fica sem condições, tudo enche”, aponta o comerciante José Lima, 49, que mora e trabalha ali.

(Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

Na passagem Kadija, é ainda pior. Os moradores nunca viram asfaltamento próprio no local e já perderam as esperanças. “Só piora. Quando chove, fica todo mundo preso. Se houver uma emergência, não entra ambulância, táxi, nem nada. Já fico com medo só de pensar no próximo inverno”, desabafa a trabalhadora de serviços gerais Iraci Costa, 56.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Em nota, a Prefeitura de Belém informa que na Terra Firme foram iniciadas na última semana obras de pavimentação da Passagem 2 de Junho, entre a São Domingos e o Canal do Tucunduba. Em seguida, os serviços serão feitos nas travessas Lauro Sodré, 24 de Dezembro e Santa Helena. A Prefeitura não se manifestou sobre a avenida Celso Malcher e passagem Kadija.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)