Alunas da Ufra citadas em conversa de WhatsApp formalizam denúncia na polícia

Sete das 15 estudantes da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) citadas nominalmente em conversas de um grupo de WhatsApp com comentários machistas e com mensagens de incitação ao estupro registraram Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Virtuais na tarde desta terça-feira (7) e devem entrar com ação contra os alunos envolvidos nos crimes.

De acordo com uma das estudantes citadas, que prefere não ser identificada, uma reunião foi feita com as garotas vítimas dos comentários, nesta segunda-feira (6), na Ufra, mas apenas sete decidiram tomar medidas legais.

No grupo de WhatsApp, estudantes da universidade realizavam comentários de teor machista e sexista sobre as garotas, inclusive com compartilhamento de fotos de algumas meninas.

“O grupo existe desde junho, mas a gente só soube dele no domingo quando umas amigas contaram. Fiquei em choque, bem assustada. Até porque conheço apenas um dos estudantes [participantes do grupo] de vista. E eles divulgavam nomes, fotos. Ficamos muito constrangidas”, disse a estudante.

“Eles falavam os nossos nomes, coisas do nosso corpo e o que iriam fazer com a gente”, completa a denunciante.

Em um dos print dos diálogos, os alunos que estão no grupo de WhatsApp propõem fazer um “ranking da Ufra”, citando nomes das estudantes. Em outro trecho, mais grave, ocorre a incitação à violência sexual. “Bora logo meter o estupro”, escreveu um dos estudantes. “Estupro não, sexo surpresa”, diz outra mensagem na mesma conversa.

Ainda segundo a aluna envolvida, o delegado responsável pelo caso deve começar a ouvir, nesta quarta-feira (8), as estudantes citadas.

(DOL)