Prefeitura terá que fazer estudo sobre ar condicionado em ônibus

A Prefeitura de Belém terá um prazo de 45 dias para se posicionar tecnicamente sobre a instalação de ar condicionado na frota de transporte coletivo da cidade. A recomendação é do Ministério Público do Estado do Pará (MPE). Na decisão, o 2º promotor de Justiça e Defesa do Consumidor, Frederico de Oliveira, pede que a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), que preside a Comissão de Análise de Estudo dos Impactos da instalação, conclua o estudo e remeta a conclusão à Câmara Municipal de Belém.

O promotor ressalta que tomará medidas administrativas e judiciais em caso de descumprimento da recomendação. Em nota, a Semob informa que tomou conhecimento do assunto e adotará todas as medidas necessárias para responder dentro do prazo estipulado pelo MPE.

O projeto de lei que prevê o uso de ar condicionado nos ônibus de Belém é de autoria do vereador Dr. Chiquinho (PSOL) e revoga a lei sancionada pelo prefeito Duciomar Costa em 2009, que também obriga a implantação dos aparelhos, mas por não estabelecer prazos e nem mesmo penalidades acabou sendo rejeitada pela maioria dos parlamentares. Uma comissão foi criada para estudar a viabilidade técnica e orçamentária da proposta. Segundo o Ministério Público, os dados serão fundamentais neste processo para dar clareza e transparência.

POPULAÇÃO

Nas ruas de Belém, a população espera com ansiedade a instalação dos equipamentos e questiona a demora dos políticos em decidir a questão. A doméstica Ivete Natividade, 37 anos, mora no conjunto Tapanã e gasta mais de uma hora e meia para se deslocar para o centro de Belém. Segundo ela, o trajeto se torna muito cansativo devido ao engarrafamento e, principalmente ao forte calor. “É um calor infernal, a gente passa mal, por isso com certeza o ar condicionado é muito necessário”, afirma.

O clima, somado ao trânsito caótico de Belém, faz muita gente passar mal dentro dos ônibus. O estudante Jadson Matos, 23, passou por essa experiência e critica a demora em resolver esse assunto. “Já desmaiei de tão abafado que estava. A gente pega ônibus lotado, em pé e em um trânsito terrível. Então, já era pra ter ar há muito tempo”, opina.

O corretor Josias Palheta, 60, compartilha do mesmo pensamento. “A população sofre muito dentro dos coletivos. Nessa hora os políticos deviam ver mais o nosso lado”, questiona. Célia Veloso, 66, mora em Fortaleza e sempre vem a Belém. Ela conta que na capital cearense os coletivos já possuem refrigeração há anos e sem aumento da passagem. “O calor aqui é muito mais forte, maltrata a população. Acho essa demora uma falta de respeito”, criticou Célia.

(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)