No início da noite desta segunda-feira (11), o DOL recebeu o caso de Gabriela Mendes, 19 anos, vítima de um crime virtual perverso. Em entrevista, ela contou que montagens de cunho pornográfico foram divulgadas em grupos de conversas, associadas com sua imagem.
"Eu fiquei sabendo na sexta-feira [8], através do amigo de um amigo. Ele reconheceu a foto e me alertou logo em seguida. Depois disso, várias pessoas da igreja ligaram pra minha mãe pra saber como eu tava e se era verdade", conta Gabriela.
Os compartilhamentos consistem em duas fotos: uma social, retirada de seu perfil nas redes sociais, e outra de uma moça desconhecida e completamente nua. Por conta das sutis semelhanças faciais, há quem associe as duas fotos como da mesma pessoa.
ATAQUES
No mesmo dia da descoberta do crime, acompanhada da mãe e de seus amigos, a vítima conta que registrou um boletim de ocorrência na delegacia de crimes virtuais de Marituba.
A rotina familiar mudou do dia para a noite; vivendo com os portões trancados da casa e saindo pouco, Gabriela disse que tem recebido comentários maldosos (em sua maioria de homens que tiveram acesso ao conteúdo), além de ameaças veladas de esposas de presidiários, que afirmarem que ela enviou o conteúdo por conta própria.
"Eu, como mãe, tenho medo do que pode acontecer com ela. A gente mora longe da BR-316, então como eu fico quando ela tiver que ir sozinha pra parada? E, se no caminho, uma pessoa mal intencionada tentar fazer algo ruim com ela?", desabafa a mãe e missionária Bruna Mendes.
"Desde esse dia, já deixei de atender aos meus compromissos e eu tô pensando seriamente em cancelar tudo esse mês por causa disso", diz a jovem que se sente física e emocionalmente abalada.
APOIO
No domingo (10), com a ajuda do pastor da igreja que frequentam, elas decidiram dar esclarecimentos para a comunidade sobre o acontecido e o resultado não poderia ter sido melhor.
"Fomos bem acolhidas, as pessoas conhecem a nossa família e sabem como somos e, principalmente, como a minha filha é. Quem quer que tenha feito isso deve ter percebido que está mexendo com várias pessoas e não apenas com a minha família", diz Bruna, que espera o fim dos assédios para sua filha e que ela retome a vida tranquila que tinha.
(Fernanda Palheta/DOL)
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