O Pará é o Estado com maiores distorções verificadas nos dados de mortes decorrentes de intervenções policiais, segundo o Altas da Violência 2018, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (5).
Os dados registrados na categoria intervenções legais e operações de guerra do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), permanecem com subnotificação significativa quando comparados aos dados policiais.
Segundo o Atlas, as maiores distorções verificadas ocorreram no Pará, onde os registros policiais indicam 282 vítimas, enquanto o sistema de saúde apontou apenas três vítimas.
Essa divergência de dados é justificada por devido ao “momento de produção do registro de óbito, o legista do Instituto Médico Legal (IML) ou o perito designado, possivelmente não conter informações suficientes para indicar a autoria do homicídio, sendo estes casos muitas vezes classificados como morte por agressão. Já nos registros policiais, a autoria da morte violenta é crucial para o processo de investigação e apuração do caso, de modo que essa informação tende a ser objeto de atenção no momento que se registra a ocorrência”.
O estudo ressalta ainda, que além das diferenças metodológicas entre o SIM e a polícia, “o fato é que o uso da força pelos agentes estatais é um tema central para a democracia brasileira, já que frequentemente as polícias brasileiras têm sido acusadas de violações de 29 direitos e de serem violentas, o que reforça a necessidade de registros fidedignos para mensuração do fenômeno”.
O Pará também ficou como o quarto Estado mais violento do país, segundo o Atlas da Violência 2018.
- Pará é o quarto Estado com mais homicídios no Brasil
- Pará registrou quase 30 mortes nos últimos dois dias
Veja o ranking com as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes:
Sergipe - 64,7
Alagoas - 54,2
Rio Grande do Norte - 53,4
Pará - 50,8
Amapá - 48,7
Pernambuco - 47,3
Bahia - 46,9
Acre - 44,4
Ceará - 40,6
Roraima - 39,7
(DOL)
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