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Pará tem mais de 500 mil analfabetos

O Pará está entre as 13 unidades da federação que não conseguiram alcançar a meta contra o analfabetismo. Na região Norte, o Estado está à frente apenas do Acre e Tocantins no analfabetismo, com taxas de 12,1% e 10,2% , respectivamente. Retrato do aban

O Pará está entre as 13 unidades da federação que não conseguiram alcançar a meta contra o analfabetismo. Na região Norte, o Estado está à frente apenas do Acre e Tocantins no analfabetismo, com taxas de 12,1% e 10,2% , respectivamente.

A taxa de analfabetismo na população de 15 anos ou mais no Pará caiu de 9,3% em 2016 para 6,6% em 2017, mas ainda não alcançou o índice de 6,5% estipulado em 2015 pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Essa taxa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa 533 mil pessoas que ainda não sabem nem ler nem escrever. A cada 10 pessoas analfabetas no Estado 4 são idosos.

Na pesquisa do IBGE, a taxa de analfabetismo se refere a quantidade de pessoas analfabetas em relação a população total e foi considerada analfabeta a pessoa que não consegue ler ou escrever um simples bilhete.

Marina Águas, analista do IBGE e responsável pela pesquisa, avalia que atingir metas do PNE vai depender muito das medidas e políticas a serem adotadas e da questão demográfica. “O fator demográfico é de grande importância e ele é maior entre as pessoas mais velhas. Alcançar ou não as metas fixadas pelo PNE em 2024 vai depender muito das políticas públicas adotadas”, coloca.

A pesquisa verificou o perfil dos analfabetos que residem no Pará e apontou que a maior parte é formada por idosos do sexo masculino: cerca de 55% do total de analfabetos são homens e 31% tem mais de 60 anos de idade.

CAUSAS

Entre as causas das altas taxas de analfabetismo no Pará é destacada a histórica desigualdade de renda, que diminui o acesso à escola e as oportunidades de trabalho, como também pouca ampliação de programas de educação para jovens e adultos. Ainda segundo o instituto, a erradicação do analfabetismo é uma das metas do Plano Nacional de Educação, “o qual ainda é muito presente principalmente nos estados do Norte e Nordeste”.

RESPOSTA

Em nota a Seduc afirma que tem uma parceria com o governo federal, através do “Programa Pará Alfabetizado”, que trabalha com a erradicação do analfabetismo. “A secretaria abriu um edital para as pessoas manifestarem interesse em trabalhar como alfabetizadores”. O trabalho é voluntário. “Os alfabetizadores vão atrás dessas pessoas para que seja feito um cadastro delas”, informa a Seduc.

O Programa “Mova Pará Alfabetizado”, segundo a nota, foi criado para reduzir o analfabetismo, abrangendo turmas de alfabetização de jovens e adultos com idade a partir de 15 anos. O Mova atende três mil alunos em 12 municípios que frequentam as aulas durante oito meses.

A Seduc também diz que abre edital para que os alfabetizadores/ bolsistas se inscrevam no Mova. Eles recebem uma bolsa entre R$ 450,00 e R$ 790,00 para atuar juntos aos alunos, mas, antes são capacitados pela Seduc em uma formação técnica e depois são certificados.

A Seduc afirma que desenvolve ainda o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e presta auxílio às escolas municipais paraenses por meio da Diretoria de Educação Infantil e Fundamental (Deinf). A formação continuada de professores, coordenadores, pedagogos e de articulares do Programa “Mova Mais Educação” faz parte do PNAIC, segundo a nota.

Governo reduz educação de jovens e adultos

Mateus Ferreira, do Sintepp (Foto: Daniel Costa/Arquivo)

Mateus Ferreira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Pará (Sintepp) diz que a taxa de analfabetismo é bastante alta no Pará. E a situação se agrava ainda mais, segundo ele, porque a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) não possui qualquer política que garanta a escolaridade de jovens e adultos dentro da faixa etária apontada pelo IBGE.

Em função dessa situação, a tendência é que esse quadro de analfabetismos e agrave mais ainda nos próximos anos, aponta o sindicalista. “A partir de 2016 a Seduc fechou algo em torno de 200 escolas na capital e interior, o que é um número significativo, muitas delas no turno da noite, justamente o horário procurado por muitos jovens e adultos que não conseguiram se alfabetizar”, detalha.

UNIDADES

E esse fechamento das unidades escolares, diz Ferreira, dificulta ainda mais o acesso das pessoas que desejam estudar e que não têm tempo durante o dia por estarem trabalhando. “O governo equivocadamente vem reduzindo drasticamente as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). No corredor da Almirante Barroso, por exemplo, vários turnos da noite foram encerrados. Essa política é uma barreira para a alfabetização da população”, critica.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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