Representantes da Hydro-Alunorte foram ouvidos ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). A CPI apura os incidentes envolvendo a empresa, após denúncias de transbordamento e vazamento de rejeitos, além da contaminação de igarapés e da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, em Barcarena. Sobraram reclamações das comunidades sobre a contaminação da água e da falta de apoio da mineradora. Arivaldo Morais, presidente da Comunidade Quilombola Burajuba, contou aos deputados que as comunidades afetadas estão vivendo um período de dificuldades. “Esperamos ainda que o Estado faça realmente seu papel, porque enquanto isso não acontece as pessoas estão perecendo em nossa comunidade”, denuncia. Existem 480 famílias vivendo somente em Burajuba. Uma preocupação da comunidade é com relação à saúde das pessoas. “Muitos fizeram exames ou têm a solicitação médica, mas devido ter essa carência de médicos no município de Barcarena, boa parte estão com exames guardados. E aquelas pessoas que conseguem fazer o exame não têm condições de comprar o remédio”, lamentou. A presidente da Associação dos Quilombolas Indigenas da Amazônia (Cainquiama), Angela Vieira, contou que não está satisfeita da forma como as coisas estão acontecendo. “Estamos no aguardo do Ministério Público Federal e Estadual. A situação está esfriando e o povo perecendo”, frisou. A forma de subsistência dessa comunidade era basicamente de plantio. Mas, devido a esta suposta contaminação, os agricultores estão com receio de comercializar e de comer a própria produção. “As pessoas ficam com medo de comprar porque dizem que está contaminada. Quando dá, a gente compra, mas na maioria das vezes a gente cria uma galinha no quintal e sobrevive”,
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(Wal Sarges/Diário do Pará)
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