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Refugiado da Síria que vive em Belém sofre de longe com ataques ao País

A decisão dos Estados Unidos, em conjunto com a França e o Reino Unido, de bombardear, na última sexta-feira (13), parte da cidade de Damasco, capital da Síria, voltou as atenções de todo o mundo para o País que já vive em guerra civil há sete anos. Para

A decisão dos Estados Unidos, em conjunto com a França e o Reino Unido, de bombardear, na última sexta-feira (13), parte da cidade de Damasco, capital da Síria, voltou as atenções de todo o mundo para o País que já vive em guerra civil há sete anos. Para quem tem as raízes fincadas em território sírio, porém, o anúncio intensificou o estado de alerta vivenciado de forma constante.

Longe de casa desde 2014, o refugiado Aflatoun Alnajjad, 39, saiu da cidade de Sweida com a intenção de passar cerca de dois anos no Brasil, até que a guerra civil encerrasse. Passados quatro anos desde que ele fixou residência em Belém, o comerciante ainda sonha com o retorno, mas sempre preocupado com novos desdobramentos que prometem prolongar o conflito.

INTERESSES

Diante do ataque anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, Aflatoun não tem dúvidas de que se trata, mais uma vez, de uma disputa entre os que mantêm interesses econômicos sob o território sírio. Para o refugiado, o motivo dos Estados Unidos e seus aliados – de que o bombardeio seria uma resposta contra o suposto uso de armas químicas pelo governo de Bashar al-Assad contra a própria população síria – na verdade é uma tentativa de ‘maquiar’ os reais interesses dos envolvidos. “Antes de (eu) chegar ao Brasil já usavam muitos químicos. Não é só químico, mas também bombas, armas”.

Aflatoun explica que há cerca de sete anos o ditador Bashar al-Assad tinha força para perpetuar-se no poder. Hoje, porém, ele só conseguiria permanecer no cargo através da ajuda da Rússia, que, segundo Aflatoun, já conseguiu comprar boa parte do território da capital Damasco. “Putin (Vladimir Putin, presidente russo) coloca segurança para Bashar al-Assad. De verdade, a Rússia já tem petróleo e gás”, relaciona. “Toda essa guerra é para Bashar al-Assad não sair da cadeira. Não quer deixar livre para o povo”, afirmou.

SÍRIO SONHA EM REENCONTRAR FAMILIARES

Enquanto o governo sírio e países como Rússia, Irã e Estados Unidos, aliado à França e Reino Unido, medem forças em meio a guerra civil iniciada a partir de conflitos entre a população e o governo de Bashar al-Assad, é o próprio povo que sofre as piores consequências.

Aflatoun Alnajjad conta que sua mãe e quatro irmãs ainda moram em Sweida. Apesar de a cidade localizada na região sul da Síria não estar em guerra, o comerciante conta que os efeitos dos conflitos são sentidos por seus familiares. “A vida é muito ruim. Pessoas passando fome porque salário não dá para fazer nada”, lamenta.

O refugiado conta que o salário mínimo na Síria não chega a 30 dólares. É com esse valor que sua mãe, de 73 anos, sobrevive. Quase todo o dinheiro recebido é destinado ao pagamento de tratamentos médicos. Para quem deixou o território sírio enquanto refugiado, retornar para casa seria como se entregar à prisão. Aflatoun Alnajjad, que montou uma lanchonete para sobreviver em Belém, lembra com saudades dos costumes de sua terra. A esperança é de que algum dia ele possa retornar ao lar e reencontrar os familiares. “Eu vou voltar, eu quero voltar”, projetou.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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