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Bandidos miram familiares de agentes de segurança pública

Além de tentarem proteger a própria vida e as dos cidadãos paraenses em geral, os agentes de segurança no Pará saem de casa sem saber se a sua família está segura. Por volta das 22h do último dia 5, Giovani Lopes das Chagas, 25 anos, foi assassinado a tir

Além de tentarem proteger a própria vida e as dos cidadãos paraenses em geral, os agentes de segurança no Pará saem de casa sem saber se a sua família está segura. Por volta das 22h do último dia 5, Giovani Lopes das Chagas, 25 anos, foi assassinado a tiros enquanto aguardava o semáforo liberar a passagem na avenida Almirante Barroso, em Belém. Ele era filho de um policial militar da reserva.

A vítima parou o veículo no cruzamento com a travessa Lomas Valentinas, perto do Bosque Rodrigues Alves, quando uma moto e um carro preto se aproximaram. Os ocupantes da motocicleta pararam na pista expressa do BRT e efetuaram vários disparos contra o carro da vítima. Houve pânico entre as pessoas que estavam próximas ao local e presenciaram o assassinato. No total, 19 disparos foram efetuados contra o motorista. A vítima não tinha passagem pela polícia.

Na última quinta-feira à noite, Daniel Teixeira de Oliveira, de 26 anos, filho de um agente penitenciário lotado no Centro de Recuperação do Coqueiro, foi assassinado por quatro homens encapuzados dentro da sua própria casa, na travessa Vileta, no bairro do Marco, também na capital. Informações dão conta de que o alvo era o pai da vítima.

Os assassinos invadiram a casa de Daniel, onde também funciona um comércio, à procura do agente. Como ele não estava, decidiram atacar a família do servidor. Apesar dos apelos da mãe da vítima para que os três filhos do agente fossem poupados, os assassinos afirmaram que iam morrer “porque eram filhos do agente prisional”. Dois conseguiram fugir e Daniel foi atingido e levado para o Pronto-Socorro Municipal (PSM) da travessa 14 de Março e operado, mas não resistiu.

Ezequiel Sarges, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado (Sepub), que congrega também os agentes prisionais, diz não restar dúvida de que o Pará se encontra numa guerra civil declarada onde os agentes de segurança são mortos por cumprirem a lei e protegerem a população. “Não foi coincidência, não. Os assassinos estiveram lá para matar o agente e acabaram matando o filho dele, Daniel. Infelizmente, o Estado não está dando o suporte necessário nem para os cidadãos em geral, nem para quem trabalha contra o crime, e estamos expostos à violência.”

Ele critica o fato do governador Simão Jatene mais uma vez recusar a ajuda da Guarda Nacional oferecidas várias vezes pelo governo federal. “Dezenas de pessoas morrem toda semana de forma estúpida e o governador e o secretário de Segurança (Luiz Fernandes) dizem que está tudo bem, como se nada estivesse acontecendo”, lamenta. “Deve ser porque ele não conhece a realidade do Estado que ele governa. A situação é desesperadora”, disse o dirigente sindical.

Tanto os policiais como as suas famílias se tornaram alvos de criminosos que atuam no Estado. A avaliação é da cabo Carla Cristina, vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia e Bombeiros Militares do Estado do Pará. “Estamos com os nervos à flor da pele. Saímos para trabalhar e não sabemos se voltamos. E se voltamos, não sabemos se vamos encontrar nossos familiares vivos em casa.”

A militar afirma que o governo apenas reúne e faz promessas sem que nada de concreto seja feito para resolver a situação das mortes de policiais e de mais estrutura de trabalho para a categoria. “Onde já se viu colocar policiais militares em trailers como o que colocaram a companheira baleada essa semana? Um equipamento totalmente sucateado e sem as mínimas condições de segurança e de condições de trabalhar? Isso é proteger a população e os servidores?”, questiona.

Ela pede que o Estado olhe para os agentes de segurança pública e lembre que a categoria também tem familiares e quer encontrá-los como deixou ao voltar de um dia de trabalho. “Assim como a população, nós policiais também estamos com muito medo, porque viramos alvo da violência, que só cresce, e não vemos o governo fazer nada. Fazemos a segurança e assumimos o risco com a nossa própria vida. Mas e o que faz o governo por nós?”, questiona.

A dirigente diz que os policiais militares e bombeiros estão há quatro anos sem reajuste e o governo ofereceu esse ano apenas 3% de aumento. “Ganhamos pouco, não temos segurança nem estrutura. Hoje a realidade é que não temos equipamentos, andamos em viaturas sucateadas, sem combustível... Vivemos num caos total. Como oferecer segurança dessa forma?”, critica.

MORTES EM OS ÚLTIMOS DIAS 8 E 12 NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

Domingo (08/04)

Quando estava na companhia de sua esposa num ponto de lanches no bairro do 40 Horas, em Ananindeua, por volta das 23h, o cabo da Polícia Militar Ernani Rogério Silva da Costa, 32 anos, foi alvejado pelos 3 criminosos, que saíram de dentro de um carro de passeio prata. O militar morreu no hospital. Foi o 18º militar morto no Estado apenas esse ano.

Segunda (9/04)

O cabo Ivaldo Nunes da Silva, de 49 anos, foi baleado e morto por volta das 11h da manhã no bairro da Sacramenta, com cinco tiros, por um homem em uma moto, se tornando o 19º policial morto em 2018 no Pará. Em seguida, a polícia registrava pelo menos mais 12 mortes à tarde e à noite, em menos de 24 horas, entre as 14h50 e as 23h30, em bairros de Belém (Tapanã, Telégrafo, Satélite e Cremação) e Ananindeua (Icuí, Distrito Industrial, e 40 Horas). Todas com características de execução.

Terça-Feira (10/04)

Por volta das 13h, bandidos armados se dividiram em 3 grupos e atacaram as guaritas onde estavam policiais militares no Centro de Recuperação Penitenciária do Pará (CRPP) III em Americano (Santa Izabel). Ao mesmo tempo, um grupo de presos armados, dentro do presídio, faziam 6 servidores reféns e usou explosivos para destruir os muros para facilitar a fuga. A polícia reagiu e teve início um grande tiroteio que resultou em 22 mortos, entre os quais um agente penitenciário

Quarta-feira (11/04)

Em 3 ataques simultâneos realizados à noite, grupos armados espalham terror na Grande Belém e deixam um rastro de mais 4 mortes. Num deles, mais de 10 bandidos fuzilam um trailer da Polícia Militar no bairro do Jurunas, deixando uma policial baleada na perna. Em Ananindeua, pelo menos 4 pessoas foram baleadas na entrada do conjunto Julia Seffer. Resultado: um jovem de 24 anos e um idoso de 75 foram mortos. Os alvos foram 3 homens e uma mulher. Praticamente no mesmo horário, às 22h30, Rodrigo Garcia, de 23 anos, foi assassinado a tiros, na avenida Augusto Montenegro, em frente ao residencial Natalia Lins. A vítima trabalhava como mototaxista e acabava de sair de uma venda de lanches, quando foi surpreendida por dois homens, que chegaram em uma motocicleta. Ainda no fim da noite, duas pessoas foram alvos de integrantes de um carro prata. A primeira pessoa foi baleada na rua Sargento Getúlio e morreu no local, enquanto a outra vítima foi alvejada na passagem Santa Maria e foi encaminhada para o Metropolitano.

Quinta-feira (12/04)

A onda de assassinatos não para na região metropolitana. Na quinta-feira, mais seis pessoas foram assassinadas em vários bairros: Paar, Sacramenta, CDP, Marco e Tenoné. Entre os mortos Daniel de Oliveira, de 26 anos, filho de um agente penitenciário lotado no Centro de Recuperação do Coqueiro, assassinado por quatro homens encapuzados dentro da sua própria casa na travessa da Vileta. Ao todo, são 15 assassinatos em menos de 24 horas. Todos com claras características de execução.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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