'Gaiolas' de madeiras abrigam usuários de ônibus

A placa improvisada indica o ponto de ônibus em plena avenida Augusto Montenegro, em Belém. Ela está fixada no km 5, trecho onde as obras do BRT, no sentido Entroncamento – Icoaraci. Como essa parada, em outros pontos da avenida, onde os trabalhos foram finalizados, os usuários do transporte público não possuem abrigo adequado. Quando há, a estrutura é improvisada de madeira ou precária.

“Quase não se acha parada padronizada. Elas estão abandonadas. Enquanto isso, a gente sofre no sol e na chuva por que não temos onde ficar”, comenta Ray Tavares, de 54 anos, cozinheira e moradora do bairro do Parque Verde.

O motorista Joel Silva, de 42 anos, também reclama do improviso de ponto de ônibus localizado próximo a um shopping center. Ele lembra que desde o início das obras do BRT, a população padece com uma série de problemas provocada pelos trabalhos. No entanto, ele acreditava que a dor de cabeça acabaria, mas ainda não foi dessa vez. “A Prefeitura não se preocupou com o pedestre. Quando chove, quem mais sofre são os idosos que precisam subir no banco para não se molhar por que alaga tudo. Uma obra que está durando tanto tempo e ainda gera dificuldade?”, critica.

Cerca de 300 metros dali, exatamente em frente a Escola Estadual de Ensino Médio Raymundo Martins Vianna, o cenário se repete: estrutura de madeira, coberta com telha e piso chão de terra. Pouco mais à diante, o aposentado Alfredo Cunha, de 75 anos, também está insatisfeito com a situação. “Quando vem o vento forte e a chuva, a gente não tem pra onde correr, nem se abrigar direito. Molha tudo aqui. Antes era poeira e lama, agora é isso. A gente não consegue ter sossego”, diz.

Em nota, a Prefeitura de Belém por meio da Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), informa que os trechos citados pela reportagem estão todos localizados ainda na área em obras e que, quando os trabalhos forem concluídos, o trecho será oficialmente entregue à população com todos os equipamentos de pontos de parada de ônibus, como ocorreu no primeiro trecho entregue do Entroncamento ao Mangueirão.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)