Anderson Costa Lobo, 42 anos, é taxista e trabalha no turno da noite há três anos. Em regime de plantão, a escala vai das 21h até as 6h. Ele, porém, já sente o peso do desenvolvimento da atividade noturna: mais estresse e cansaço. O taxista deve ter cuidado redobrado com a saúde, já que trabalhar a noite traz alguns malefícios.
A neurologista Mariana Tuma explica que exercer atividade laboral à noite pode ocasionar uma série de problemas de saúde, devido ao fato de o nosso organismo ser comandado por um ritmo chamado circadiano, que é programado por um relógio interno. Esse relógio é de aproximadamente 24 horas e é influenciado por fatores como a luz, o exercício físico, a sociabilidade ou, ainda, a alimentação.
E alternar esse ritmo de forma constante pode apresentar riscos para a saúde. “Existem vários problemas que podem ser gerados a curto e longo prazos: aumento do nível de estresse e irritabilidade, maior risco e exposição a acidentes, distúrbios de sono imediatos como insônia ou sonolência constante, e diminuição da concentração”, explica Mariana Tuma. A médica também acrescenta que, em casos extremos, poderá haver o aumento de doenças cardiovasculares, como Acidente Vascular Cerebral e infartoagudo do miocárdio.
Eriton, ao contrário, diz que seu corpo já se acostumou com o trabalho noturno. (Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)
TAXISTA
Anderson busca aproveitar os pontos que ele considera positivos por estar atuando à noite. “A vantagem é que tem menos trânsito e a gente costuma trabalhar com menos problemas no trânsito. Mas perder uma noite de sono é ruim, uma noite mal dormida é um dia todo de irritação”, diz.
Como muitas atividades demandam que uma pessoa trabalhe de madrugada, é bom que ela tome alguns cuidados para garantir um sono tranquilo quando chegar a casa (veja no box ao lado). Monica Cristina Fernandes, 36, garçonete, também sente o peso do trabalho doméstico, com três filhas, e ainda trabalhar à noite. “Me sinto cansada. Acordo cedo, levo as meninas para o colégio, lavo roupa, faço comida. Às vezes vou dormir às 2h, 3h, porque o sono não vem”, declara a trabalhadora.
Para o caixa de loja de conveniência Eriton Nahum, 32, que trabalha de madrugada há muito tempo, os efeitos parecem menos intensos. Mas ele não sabe dizer se a longo prazo sua saúde possa apresentar problemas. “Hoje não sinto tanto, comecei a trabalhar muito novo, o corpo se acostuma. Mas não sei no futuro”, diz.
ORIENTAÇÕES
- O ideal é que o trabalhador mantenha um ritmo de descanso de pelo menos 8 horas por dia;
- Para isso, evitar consumir cafeína até 3 horas antes de finalizar seu turno;
- Em casa, deitar em um ambiente escuro, silencioso, confortável e com ventilação adequada, para garantir um sono mais tranquilo;
- A alimentação precisa ser de 3 em 3 horas;
- A última refeição antes de deitar deve ser leve e pobre em gordura para facilitar a digestão.
(Dominik Giusti/Diário do Pará)
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