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Dá para tentar evitar vazamento de dados do Facecook; aprenda

Em meios às publicações e fotos que deslizam pelo ‘feed de notícias’ na tela do celular, o convite para descobrir com que artista a pessoa se parece aguça a curiosidade. Basta um ‘clique’ para aceitar que o “quiz” tenha acesso ao seu perfil da rede social

Em meios às publicações e fotos que deslizam pelo ‘feed de notícias’ na tela do celular, o convite para descobrir com que artista a pessoa se parece aguça a curiosidade. Basta um ‘clique’ para aceitar que o “quiz” tenha acesso ao seu perfil da rede social e o teste é iniciado. Porém, isso pode ser o suficiente para que os dados pessoais sejam acessados por terceiros.

A discussão em torno do acesso a dados pessoais por esse tipo de estratégia se intensificou após a denúncia de que a empresa Cambridge Analytica comprou dados e informações pessoais de usuários do Facebook que responderam a questionários de um aplicativo de teste psicológico disponibilizado pela rede social.

Além dos usuários que aceitaram – ao concordar com os termos de consentimento – ter suas informações coletadas pelo aplicativo, os dados dos perfis dos amigos do Facebook das pessoas que fizeram o teste também foram acessados, sem autorização.

A estimativa é de que dados e informações de mais de 50 milhões de pessoas tenham sido utilizadas pela Cambridge Analytica sem o consentimento das mesmas. Também é investigada a utilização de tais informações pela empresa para a promoção da campanha do atual presidente americano, Donald Trump.

Apesar de o fato ter ocorrido nos Estados Unidos, especialistas em segurança na internet apontam que o Brasil não está livre de passar por situações parecidas. Para o especialista em segurança digital e CEO da UPX Technologies, Bruno Prado, os brasileiros participam muito das redes sociais, mas nem sempre mantêm o cuidado necessário com a exposição de dados.

“Quando a pessoa vai acessar esses ‘joguinhos’, que parecem inocentes, é preciso ter muito cuidado, porque o objetivo por trás desses games gratuitos não é meramente o lazer”, alerta. “O objetivo, muitas vezes, é coletar informações e utilizá-las para fins talvez não tão republicanos.”

APLICATIVOS

Ele usa um exemplo para demonstrar a dimensão do risco enfrentado pela disponibilização indiscriminada de dados na internet. “Parte desses aplicativos compara a pessoa com artistas. Para isso, ele precisa ter acesso às suas fotos. Imagina se utilizam uma foto sua e fazem montagem e um site de conteúdo adulto?”, reflete Bruno. “O brasileiro, de modo geral, não tem o cuidado necessário com a exposição de informações e acaba eventualmente sendo alvo ou de campanhas de marketing com cunho político ou até mesmo de bandidos.”

No caso que envolve o Facebook e a Cambridge Analytica, Bruno Prado aponta que os dados utilizados foram os referentes ao nome, parentesco, idade, sexo e localização (seja da cidade, estado ou país) dos usuários da rede. Porém, por meio da internet, pode haver vazamento de diversas informações, como os referentes a cartões de crédito pessoais, contas bancárias, etc.

É preciso estar em alerta

Proprietário da empresa de segurança digital ‘BuriTI Tecnologia’, Keytson Portugal afirma que, muitas vezes, o próprio usuário dá permissão para que o aplicativo instalado acesse seus dados. É na instalação do aplicativo que o usuário deve ficar mais atento.
“Tem aplicativos que você só consegue instalar se permitir o acesso à sua agenda de contatos, aos seus SMS, à sua câmera. Por isso as pessoas têm de estar espertas sobre o que vão instalar e ler com cuidado os termos de uso antes de aceitar”.

Keytson explica que uma das técnicas utilizadas para fazer uso de informações pessoais dos usuários da internet é a de ‘segmentação’. Nela, os interessados podem utilizar técnicas de segmentação para redimensionar grupos de interesse baseados nos dados obtidos pela internet.

Com os dados de centenas de usuários em mãos, é feito um estudo de cada perfil identificando o que a pessoa pesquisa na internet, o que posta, os likes que dá, etc. “Quando os algoritmos entendem a personalidade, as preferências e os gostos do usuário, cria-se um perfil da identidade dele. A partir daí, as propagandas são direcionadas de acordo com os interesses do usuário.”

O QUE PENSAM OS USUÁRIOS

Apesar de ter acompanhado as notícias sobre o escândalo envolvendo o uso de dados por aplicativos no Facebook, o acadêmico de economia Matheus Lisboa, 19 anos, aponta que é difícil resistir à curiosidade provocada pelos testes. “Eu acho que é uma dinâmica muito própria da rede social. Então, a gente acaba sendo motivado a participar porque eles são engraçados. É até uma forma de relaxar”.

A mesma curiosidade sempre motivou a acadêmica de biomedicina Lohanne Marques, 21, a participar dos testes. Porém, ela jamais imaginou que as informações pessoais pudessem ser ‘vigiadas’ de forma tão incisiva. “Eu imaginava que era uma simples brincadeira. Não imaginava que, com isso, poderiam obter dados até dos meus amigos”, afirma. “Saber dessa possibilidade de acesso e de tudo que eles podem fazer com essas informações assusta um pouco.”

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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