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Há 35 vezes mais alumínio na água de Barcarena que o permitido

Após a análise de amostras de água coletadas na comunidade Vila Nova, no município de Barcarena, o Instituto Evandro Chagas (IEC) constatou que, naquela área, o nível de alumínio chegou a uma quantidade 35 vezes maior do que a considerada normal, permitid

Após a análise de amostras de água coletadas na comunidade Vila Nova, no município de Barcarena, o Instituto Evandro Chagas (IEC) constatou que, naquela área, o nível de alumínio chegou a uma quantidade 35 vezes maior do que a considerada normal, permitida pela legislação ambiental. A quantidade aceitável é de 0,1 mg/l. A água na localidade, próxima da barragem da empresa Hydro Alunorte, apresenta 3,6 mg/l.

A equipe do instituto continua coletando amostras de água no Rio Murucupi e de outras áreas , de onde surgiram novas denúncias de contaminação por rejeitos químicos da Hydro Alunorte, além de coletar os resíduos dentro da própria empresa. A equipe coordenada pelo doutor em Química e pesquisador em Saúde Pública da Seção de Meio Ambiente do IEC, Marcelo de Oliveira Lima, esteve na última quarta-feira (28) no município, auxiliando os trabalhos realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e também da perícia ambiental do Estado.

Mais uma nota técnica deve ser emitida pelo instituto na próxima semana, com novos resultados sobre os impactos da contaminação por rejeitos químicos, oriundos do processamento de bauxita pela empresa Hydro. Segundo Lima, a origem do chumbo é uma das questões que estão sendo analisadas nas novas amostragens. Ele diz que, mesmo em pequenas quantidades, o chumbo pode causar danos à saúde humana. “ Existem suspeitas e os testes vão tentar mostrar qual seria a origem. Mas só poderemos afirmar realmente quando tivermos os primeiros resultados”, pontua o pesquisador.

Ele explica que as imagens de helicóptero mostraram que houve transbordamento nas duas bacias que recebem os rejeitos químicos da empresa, a DRS1 e DRS2, no último dia 17 de fevereiro, quando surgiram as primeiras denúncias de transbordamentos, que afetaram as localidades ao redor do Rio Murucupi.

Porém, o estudioso afirma que serão investigadas novas denúncias. “Compreendemos que o problema é maior do que apontamos no momento de crise. A gente descobriu que pela tubulação clandestina passam quatro tubulações. Efluentes não tratados da DRS1 e DRS2 passam ali”, disse o pesquisador.

DESPOLUIÇÃO

De acordo com o pesquisador, existe a possibilidade de descontaminar o solo e os igarapés afetados pelos rejeitos químicos do processamento da bauxita. Mas, segundo ele, é um processo demorado que requer execuções de diversas ações da empresa, juntamente com a comunidade local e poder público. Uma das ações é afastamento da população do uso da água local.

Ele afirma que, convivendo com tudo isso, a população da cidade precisa de um acompanhamento toxicológico de longo prazo e acompanhamento médico frequente. “Se o funcionário que está lá dentro está em risco, a população toda ao redor também está”, complementa.

Fiscalização localizou encanamento para despejo ilegal. (Foto: divulgação)

OUTRA PERÍCIA

O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves também informou que uma equipe de peritos criminais do setor de Engenharia Legal do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves se deslocou até a empresa Hydro para realização da perícia de constatação de transbordo da bacia. Durante a perícia, eles analisaram todo o sistema e depósito de resíduos da empresa e a parte florestal, englobando as perícias de danos ambiental e civil que é a estrutura do depósito. No dia 03 de março, a equipe retornará junto com o Instituto Evandro Chagas. Durante estas visitas à empresa, os peritos estão coletando evidências e solicitando documentos específicos para os responsáveis, que serão analisados eanexados aos laudos. No momento, não há previsãopara a conclusão do laudo.

Marcelo Lima diz que outras perícias estão sendo feitas para determinar níveis de contaminação. (Foto: divulgação)

SITE DA MINERADORA DIZ QUE EXCESSO DE ALUMÍNIO NO ORGANISMO "TEM EFEITOS TÓXICOS"

O problema da contaminação por alumínio é tão sério que a própria Hydro Alunorte, no seu site, informa que há riscos para a saúde. Na publicação, disponível no link: https://www.hydro.com/pt-BR/a-hydro-no-brasil/sobre-o-aluminio/aluminio-e-saude/, a empresa informa que a maior parte do alumínio que ingerimos por alimentos, bebidas e medicamentos passa pelo sistema digestivo sem ser absorvido. “Ao parecer, não há claras evidências de uma correlação entre a quantidade de alumínio ingerida e a quantidade absorvida em pessoas ‘normais’”, diz. “No entanto, essas evidências não levam em consideração casos em que os limites tenham sido ultrapassados. Na verdade, há estudos que parecem indicar que ingestão e absorção de alumínio em alto grau têm efeitos tóxicos.”

O texto diz ainda que, ao ser absorvido, o alumínio é levado pelo sangue até os rins, onde é rapidamente eliminado. “Pacientes com insuficiência renal, porém, não conseguem eliminar o alumínio, que pode se acumular e causar efeitos tóxicos. Por isso, é importante que as pessoas que sofrem de insuficiência renal usem somente água livre de alumínio, ao fazer diálise”. A matéria mostra que a presença de altos níveis de alumínio no organismo demonstra causar efeitos neurotóxicos, afetar os ossos e, possivelmente, desregular o sistema reprodutor. “Quando o alumínio consumido excede a capacidade do organismo de eliminá-lo, o alumínio fica depositado em nosso corpo e pode causar problemas”, reitera.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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