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Zenaldo Coutinho culpa todos por alagamentos. Menos ele

Em entrevista a uma emissora de televisão local, o prefeito de Belém Zenaldo Coutinho atribuiu os alagamentos que atingem a cidade à falta de recursos e ao excesso de lixo jogado pela população ao redor do canais. Zenaldo disse, ainda, que as enchentes de

Em entrevista a uma emissora de televisão local, o prefeito de Belém Zenaldo Coutinho atribuiu os alagamentos que atingem a cidade à falta de recursos e ao excesso de lixo jogado pela população ao redor do canais. Zenaldo disse, ainda, que as enchentes devem-se ao fato de Belém estar 40% abaixo do nível do mar, o que torna o alagamento inevitável, segundo ele. Como se não bastasse, ele ainda culpou a gestão anterior pela calamidade nas ruas da cidade, mas esqueceu que ele é prefeito há 6 anos, e a “herança maldita” é dele próprio.

Zenaldo enumerou uma série de obras em curso pela Prefeitura de Belém para amenizar os danos e transtornos causados à população pelas chuvas, mas não mencionou nenhum prazo para que elas sejam concluídas, nem se elas estão realmente em andamento.

Durante a entrevista, o prefeito afirmou que o problema dos alagamentos é complexo, que não vai solucioná-lo por completo, mesmo após 8 anos de gestão, e que a ação de maior planejamento para 2018 é um mutirão envolvendo a prefeitura e a população. “Vamos contratar mais homens e adquirir máquinas para limpar a cidade ao longo do ano. Mas a sociedade tem de se esforçar para limpar também”, disse Zenaldo, mesmo tendo tido um mandato e meio para fazer isso.

Atribuindo a lentidão da prefeitura em solucionar o problema à crise econômica, ele informou que desde 2014 vinha lutando por recursos e que somente agora conseguiu assinar o convênio de R$ 13 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid). “Mas tem que combinar com São Pedro”, ironizou. Para finalizar, ainda ressuscitou a desculpa de jogar a responsabilidade na gestão anterior, que terminou em 2013. “Estamos fazendo um esforço desgraçado para equilibrar as contas, para pagar o servidor em dia, para deixar tudo ajeitado do que deixaram ‘esculhambado’ da gestão passada e, finalmente, conseguir habilitação para captação de novos recursos e novos investimentos”, completou.

A POPULAÇÃO QUEM SOFRE AS CONSEQUÊNCIAS

A casa de Maria Antônia reflete o estrago causado pelas chuvas. (Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

Após 24 horas de chuva, alguns bairros de Belém permanecem debaixo d’água. Comerciantes e moradores tentam dar um jeito de evitar mais prejuízos com os alagamentos, situação que se tornou inevitável para a dona de casa, Maria Antônia Paula, 55, que mora na passagem Vilhena, no bairro da Terra Firme. Desolada, ela diz que já é o quarto dia que sofre ao lado do marido e dos irmãos com os problemas do aguaceiro. “É uma lama podre que fica depois que seca essa água. As minhas pernas estão coçando”, reclamou.

Até para entrar com gás na residência eles precisaram improvisar. “Tivemos de passar o botijão pela casa do meu irmão que mora no andar de cima para chegar à minha casa, porque não tinha como passar de bota pela entrada, já que a água estava dando na altura dos joelhos”, relatou.

Ano passado, ela perdeu tudo o que tinha construído por décadas. A sala, o quarto, a cozinha e o banheiro do pequeno comércio da sua irmã que ficavam no andar de baixo foram completamente invadidos pela água das chuvas. O ponto comercial ainda funciona, mas eles precisam colocar o refrigerador com bebidas em cima de caixas de plástico. “Minha irmã já perdeu um por causa disso. Como a renda que ela tira é com essas vendas, não pode ficar sem o comércio”, disse.

SEDOP

Em nota, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Pública (Sedop) informou que atua no projeto de macrodrenagem da Bacia do Tucunduba, precisamente no trecho 01, que compreende a ponte da rua São Domingos, no bairro da Terra Firme, até a rua dos Mundurucus. Já a Secretaria Municipal de Saneamento não respondeu à reportagem.

VEREADORES CRITICAM FALTA DE PLANEJAMENTO DA PREFEITURA

A passagem Leal Martins foi tomada pela lama e poças d'água. (Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

O problema do alagamento em Belém, principalmente devido à chuva, que inundou a cidade na última segunda (26), foi debatido ontem de manhã na Câmara Municipal. Vereadores estão indignados com a falta de investimento da Prefeitura, já que garantem que no ano passado recursos milionários foram aprovados para a aplicação de saneamento básico na capital.

“Essa situação se arrasta por décadas e nenhum plano emergencial é criado. Os problemas vêm, mas Belém não está preparada. Cadê os recursos do município? E dos impostos arrecadados? Como contribuintes, precisamos de soluções”, questiona o vereador Sargento Silvano (PSD). O vereador Fernando Carneiro (PSOL) diz que a Prefeitura possui o Mapa de Recorrência, calendário de manutenção e limpeza dos bueiros de acordo com a necessidade de cada área da cidade, pois algumas são mais alagáveis que outras. No entanto, isso não é cumprido. “Outro problema é que as grandes obras de macrodrenagem não seguem adiante, impedem a vazão da água e quem sofre é a população”, critica.

Para ele, não há outro responsável além da própria Prefeitura. “A chuva e maré alta existem há séculos, tudo é conhecido. Não é culpa de São Pedro. O que tem de ser colocado na conta é a inoperância da Prefeitura”, completou.

A vereadora Marinor Brito (PSOL) também analisa que o problema recorrente na cidade está na gestão pública municipal. “Se for observar, nenhum serviço de manutenção e limpeza nos bueiros é feito. As tubulações são antigas e estão entupidas de lama e areia. Estamos vivendo um problema grave de incompetência de gestão”, disparou.

Para o vereador Igor Normando (PHS), o problema afeta a população de forma geral, inclusive a economia da cidade. “Temos vários projetos de macrodrenagem, mas que infelizmente não são efetivados. Temos vários canais em diversos pontos da cidade que precisam ser dragados, drenados, mas que não é feito”, apontou.

(Wal Sarges e Michelle Daniel/Diário do Pará com Redação)

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