O Pará teve 19 assassinatos de pessoas da comunidade LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – motivados pela homofobia em 2017.
É o que mostra o levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia com base em notícias veiculadas pelos meios de comunicação, o que possivelmente pode ser um número abaixo da realidade.
Em todo o país foram 445 assassinatos, o que representa uma morte a cada 19 horas. Um aumento de 30% em relação a 2016, quando registraram-se 343 mortes.
Na região Norte, o Acre revelou ser o estado mais LGBTfóbico, com a média mais alta do Brasil, 8,44 mortes por milhão de pessoas, sendo a média nacional 2,14 e a regional, 3,23, duplicando o número de mortes em relação ao ano anterior.
A homotransfobia no Amazonas também é particularmente preocupante, já que possuindo a metade da população do Pará, apresentou praticamente o mesmo número de mortes que o estado vizinho: 18.
A média do Pará foi a mais baixa entre os estados do Norte, com 2,27. O cálculo de vítimas por milhão de habitantes faz o Pará ocupar o último lugar no ranking entre os estados da região.
Entre os assassinatos no Pará estão o do cabeleireiro Akio Willy Costa Cruz. A morte com requintes de crueldade chocou até os policiais que estiveram no local do crime, um quarto de quitinete de um residencial em Ananindeua, em julho do ano passado.
Segundo o antropólogo Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia e responsável pelo site Quem a homotransfobia matou hoje “tais números alarmantes são apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, tais mortes são sempre subnotificadas já que o banco de dados do GGB se baseia em notícias publicadas na mídia, internet e informações pessoais”, diz.
“A falta de estatísticas oficiais, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, prova a incompetência e homofobia governamental, já que a presidenta Dilma prometeu aprovar, mas mandou arquivar o projeto de lei de criminalização e equiparação da homofobia ao crime de racismo e o presidente Temer não atendeu ao pleito do Movimento LGBT sequer para ser recebido em audiência.”, completou.
(DOL)
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